Cresce mineração de Bitcoin na Argentina. Entenda os motivos!

Podemos observar que nas últimas semanas, o mercado de criptomoedas, em geral, tem sofrido uma queda terrível em relação aos seus preços. No entanto, um novo relatório da  Bloomberg indica que os mineradores de Bitcoin na Argentina estão prosperando à medida que se aproveitam de complicadas políticas de energia.

Por muito tempo, a adoção por criptomoedas foi a defesa da Argentina contra crises econômicas. Em particular, sobre desvalorização de sua própria moeda fiduciária, a inadimplência, hiperinflação e uma recessão de três anos, que foi ampliada pela pandemia do coronavírus. 

Além disso, a adoção da população pelas moedas digitais aumentou exponencialmente após a proibição de se comprar dólar na Argentina. As restrições monetárias, permitem aos residentes do país converter legalmente apenas US $200 por mês. Como resultado, uma nova onda de demanda por ativos virtuais surgiu devido ao fato de que as criptomoedas não dependem da taxa do peso. 

Nesse sentido, no mercado não oficial, o custo do Bitcoin elevou-se a quase 5,9 milhões de  pesos  (62 mil  dólares) contra 3,4 milhões de  pesos (quase 36 mil  dólares) à taxa oficial.    

Custo de mineração na Argentina

Os mineradores também se beneficiam de subsídios à eletricidade para edifícios residenciais, que foram introduzidos por políticos para ganhar pontos extras entre os eleitores. O analista Ezequiel Fernandez observou que, apesar de a Argentina ser importadora de gás, os consumidores gastam 2 a 3% de sua renda média mensal com eletricidade.

Em comparação com cerca de duas vezes mais que em outros mercados latino-americanos como Brasil, Colômbia ou Chile, de acordo com Ezequiel Fernández, analista da Balanz Capital Valores em Buenos Aires. Para muitos especialistas, é mais um exemplo da capacidade perene dos argentinos de dobrar as políticas heterodoxas do país a seu favor.

Cresce mineração de Bitcoin na Argentina. Entenda os motivos!

“Mesmo após a correção do preço do Bitcoin, o custo da eletricidade para quem está minerando em sua casa ainda é uma fração da receita total gerada”, disse Nicolás Bourbon, que tem experiência na mineração de moedas digitais em Buenos Aires.

Analistas do mercado financeiro acreditam que independentemente da volatilidade do Bitcoin nos próximos meses, a mineração na Argentina permanecerá quase inteiramente lucrativa para pessoas físicas, caso o governo continue a cobrir pelo menos parte da conta de luz.

Interesse internacional 

O negócio parece ser tão lucrativo que até mesmo empresas internacionais estão de olho no mercado argentino, observando as oportunidades em relação ao custo de energia da Argentina. No mês passado, a empresa canadense Bitfarms Ltd. fechou um acordo para acessar diretamente uma usina de energia local para extrair até 210 megawatts de eletricidade movida a gás natural, em uma tentativa de operar o que seria a maior instalação de mineração de Bitcoin no sul da América.

“Estávamos procurando lugares que superestimaram seus sistemas de geração elétrica”, disse o presidente da Bitfarms, Geoffrey Morphy, em uma entrevista. “A atividade econômica na Argentina está baixa e a energia não está sendo totalmente utilizada. Portanto, era uma situação ganha-ganha.”

Apesar de a demanda de energia industrial não ser totalmente coberta por subsídios, o preço de US $0,022 centavos por quilowatt-hora que a Bitfarms relata que pagará pela eletricidade, está muito abaixo da tarifa do mercado atacadista, que é de cerca de US $0,06 por quilowatt-hora para consumidores industriais não conectados à rede local. 

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