A China como a segunda maior economia do mundo, mesmo passando por uma fase econômica de desaceleração, ainda conseguiu ultrapassar seus objetivos de crescimento anual em 6% no passado, chegando a 7,9% no segundo trimestre de 2021.
Isso ocorreu durante o combate a elevação dos preços das commodities e a pausa no processo de abastecimento que afetou diretamente a produção. O reflexo da queda econômica no início de 2020 enquanto a pandemia do covid-19 estava em alta ficou visível no primeiro trimestre de 2021 que registrou uma taxa de 18,3%.
Com isso, foi em 2020 que a China descartou sua meta de crescimento do PIB, isso não acontecia desde 2002 resultado de uma crise causada pela pandemia do covid-19. Como consequência, o Produto Interno Bruto cresceu apenas 2,3% no ano anterior. Porém, foi esse número que manteve o país como a única grande economia a ter expansão.
De acordo com a economista Ting Lu chefe da Nomura divulgou que o fortalecimento das exportações fizeram diminuir a aflição do mercado perante uma “desaceleração inevitável do crescimento da china”.
Contudo, foi divulgado em abril pelo banco J.P. Morgan, que o PIB per capita da China pode dobrar na próxima década, isso quer dizer que aproximadamente meio bilhão de cidadãos chineses devem alcançar a classe média com grandes chances de aumentar seu consumo com automóveis, aparelhos celulares, serviços financeiros, educação e saúde.
China e sua recuperação econômica
O país se recuperou dos efeitos provocados pela pandemia, antes de outras grandes economias como os Estados Unidos, Europa e Japão. Contudo, no final do ano passado esse ritmo de crescimento começou a cair. Isso pode ser explicado pela queda de crescimento na construção civil.
Ao tentar reduzir sua dívida corporativa, sobretudo no setor imobiliário, o governo ao fim do ano passado decidiu reduzir sua alavancagem nesse setor responsável por milhões de empregos. Em outras palavras o que Pequim parece estar buscando, é uma recuperação um pouco mais saudável e sustentável, ao mirar sua dívida de longo prazo.
Além disso, o caso Evergrande assustou os mercados, que diante de uma possibilidade de colapso devido a um eventual calote, colocou em dúvida sua capacidade de permanecer líquida por conta de uma dívida de dois, bilhões de yuans (algo em torno de 1,74 bilhões de reais).
As vendas de imóveis caíram bastante ano passado. Os consumidores tem sido desencorajados a irem às compras e isso também está relacionado ao caso evergrande, visto que há o receio do não cumprimento de entrega de imóveis no prazo.
Nesse sentido, esse crescimento pode cair nesse ano de 2022, o Bank of America, havia previsto um crescimento de 7,7% para o ano passado, enquanto para 2022 essa previsão foi reduzida para 4%, mais do que 3% de queda em relação ao ano anterior.
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Investimento em inovação industrial
Desde já, o governo chinês está desenvolvendo sua estratégia para a retomada econômica com investimento que chega a US$ 1,4 trilhão em infraestrutura tecnológica na indústria no período pós-pandemia. Essa projeção foi um estudo pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Contudo, estamos falando de infraestrutura de automação na indústria e a tecnologia 5G. Dessa forma, a expectativa é que os veículos elétricos representem 30% do mercado automobilístico na China em 2025, com as vendas ultrapassando cerca de 5 milhões de unidades em 2022, de acordo com a Think Tank China Ev100.
No ano passado, de janeiro a novembro as vendas de veículos elétricos chegaram aproximadamente a 2,99 milhões de unidades, atingindo 166,8% anualmente e respondendo por 12,7% nas vendas de novos carros, relata a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis.
Zhang informou que neste ano com os subsídios governamentais passando por uma redução e outros modelos de marcas estrangeiras sendo lançadas, as montadoras de veículos elétricos podem enfrentar uma altíssima concorrência nos anos seguintes.
Com isso, Nicolas Peter, que faz parte do conselho de administração responsável pelas finanças e assuntos na China, adiantou que em 2022 serão abertas três fábricas modernizadas em Shenyang e Zhangjiagang.
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Tecnologia de rede móvel 5G na China
Contudo, a rede móvel 5G do mundo foi uma nova conquista atingida pela China, o país em fevereiro do ano passado construiu 792 mil estações base. Além de 260 milhões de terminais móveis conectados, disse o vice-ministro do MITI, Lui Liehong.
Já no segundo semestre do ano passado os telefones celulares 5G na China alcançaram 80%, e a proposta foi de construir 600 mil estações base de 5G. O objetivo dessa inovação da China é maior cobertura e popularização da rede para melhorar a velocidade e a qualidade.
Nesse sentido, a chegada da tecnologia 5G é sinônimo de um aumento considerável na velocidade de dados no qual abre um mundo novo de oportunidades. Em outras palavras, é como criar um ecossistema cheio de complexidade que possibilita a interação de tudo, conectando pessoas e objetos.
Essa ferramenta de inovação permite alavancar o crescimento econômico da China, com alto percentual no PIB, em média até 2035. E a realidade da tecnologia 5G também fará parte da vida dos brasileiros em breve.
O governo chines prevê ultrapassar o número 560 milhões de usuários de 5G até 2023, esse número equivale a 40% dos celulares pessoais do país. Além dessa meta, serão criadas novas maneiras de consumir com a rede 5G, e isso irá expandir a taxa de conexão para acima de 35% entre os principais responsáveis do setor.
Conclusão
Com isso, a China é um dos países que aderiram ao Acordo de Parceria de Economia Digital (DEPA), segundo Ministro do Comércio Wang Wentao o desejo do país é promover inovação e desenvolvimento sustentável.
Desse modo, a proposta de conexão ao DEPA tem como principal objetivo desenvolver cada vez mais as reformas internas e ampliar a abertura de alta qualidade, ajudando o país no fortalecimento e na cooperação da economia digital com os membros do acordo e promovendo inovação e desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, embora o setor imobiliário seja uma incerteza para esse ano de 2022, é provável que o governo adote medidas em vista a continuar a redução de sua alavancagem, o que deve impactar na taxa de crescimento do país para esse ano.