Em março o Banco Central (BC) havia feito uma projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Essa projeção havia sido de um crescimento de 3,6%. Já agora nesse mês de junho o BC elevou essa projeção para 4,6%, levando em conta o resultado que foi acima das expectativas no trimestre atual.
“Adicionalmente, recuperação parcial da confiança dos agentes econômicos, medidas de preservação do emprego e da renda, prognóstico de avanço da campanha de vacinação, elevados preços de commodities e efeitos defasados do estímulo monetário indicam perspectivas favoráveis para a economia”, disse o BC no Relatório Trimestral de Inflação, que foi divulgado nesta quinta feira (24).
No entanto, o Banco Central deixou claro que a velocidade desse crescimento ainda sofrerá com muitas incertezas. Como principais riscos para o crescimento do PIB estão a disseminação de novas variantes do coronavírus, altos custos em certas cadeias de produção e possíveis consequências da crise hídrica.
Essa revisão para o valor do crescimento do PIB se deve principalmente pela melhora da previsão para o setor de serviços. O crescimento estimado para a área é de 3,8% frente a 2,8% no mês de março. Os setores de agropecuária e indústria também sofreram uma melhora nas expectativas, porém bem menos acentuadas.
Mesmo com o aumento da perspectiva do PIB o valor ainda continua abaixo do teto estipulado. O mercado tinha previsão de que o PIB cresceria 5% no ano de 2021 segundo pesquisa da Focus.
Além do PIB, o crédito também cresce
O Banco Central além de projetar o aumento do PIB, também projeta o aumento do crédito no país para esse ano de 2021. A projeção realizada em março era de 8,1% e agora passou a ser de 11,1% segundo dados do próprio relatório realizado pelo próprio BC.
A expectativa de aumento de crédito para as famílias é de 13,5% neste ano, em março a expectativa era de 11,5% de aumento. Já a perspectiva de aumento de crédito para empresas é de 8,0%, enquanto a estimativa anterior era de 3,4% no último relatório.
Por sua vez, o estoque de crédito livre recebeu uma projeção de 13,5% de aumento em 2021, isso contra 11,5% que foi estimado em março. E para o crédito direcionado o aumento passa a ser de 7,7%, contra 3,7% no relatório anterior.
O futuro é incerto
O Banco Central afirmou que apesar de os riscos para a recuperação econômica terem sofrido uma redução, ainda existe muita incerteza sobre o passo dessa recuperação e sobre quais variáveis podem afetar o ritmo de reestruturação da economia no Brasil.
“Entre os fatores que podem diminuir a taxa de expansão destaca-se o risco de surgimento e disseminação de novas variantes de preocupação do SARS-CoV-2. Dificuldade para obtenção de insumos e custos elevados em algumas cadeias produtivas e eventuais implicações da crise hídrica na bacia hidrográfica do Paraná para a geração de energia elétrica são fatores adicionais que podem atenuar o ritmo de recuperação da atividade”, ressaltou o Banco Central.
Portanto, o crescimento do PIB apesar de trazer esperanças de uma recuperação da economia, ainda não é um crescimento certo e com um ritmo estabelecido. Talvez seja muito cedo para acreditar em uma recuperação rápida, ainda existem muitas variáveis possíveis para interferir nessa recuperação econômica no Brasil.