A maior corretora de criptoativos do mundo, a Coinbase Global, esteve muito próxima de concluir sua oferta pública na bolsa de valores em Wall Street durante esse mês de março de 2021. A listagem da Coinbase seria realizada de maneira direta, o que poderia fazer com que não necessariamente igual uma IPO qualquer da forma como vemos.
De qualquer modo, a partir da listagem da Coinbase em Wall Street, o que se tem na prática é justamente o que aconteceria com uma IPO, no qual os papéis dessa empresa passarão a ser negociados na importantíssima bolsa de valores dos EUA, mais especificamente na Nasdaq.
Essa possibilidade e expectativa gerou uma euforia em diversos investidores, principalmente aos mais ligados ao mercado de criptomoedas. Como “nem tudo são flores”, a Coinbase enfrentou seus primeiros problemas antes mesmo que o processo fosse concluído.
Entre esses problemas, está uma multa que a Coinbase levou e que foi aplicada pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA, que na sigla em inglês seria CFTC. O valor da multa foi de US$6,5 milhões e tem como motivo o fato de a Coinbase ter apresentado dados de transações enganosas, que pudessem ter inflado o volume de negociação de sua plataforma, conhecida como GDAX.
Dentro da mesma acusação por parte do CFTC, que veio acompanhado da punição de multa, estava o fato de que um ex-funcionário da Coinbase teria feito o que se denomina como “wash trading”. Esse tipo de prática se refere a uma criação de atividade artificial para manipular o mercado, através da compra e venda dos mesmos ativos de forma simultânea.
As dúvidas a respeito da listagem da Coinbase surgem
Esse ato teria acontecido no ano de 2016, mas apesar disso, há outras investigações sendo realizadas em outros casos que não necessariamente seriam relacionadas a isso. De qualquer modo, esse conjunto de problemas acabaram influenciando na decisão da Coinbase de adiar sua listagem em Wall Street.
A decisão foi determinada pela própria Coinbase para não precisar lidar com questionamentos a respeito desses assuntos que pudessem estar associados à sua listagem na bolsa, embora tenha sido frustrante para alguns investidores que estavam empolgados com a possibilidade de isso acontecer por agora.
O adiamento da data de listagem da Coinbase acaba não apenas frustrando alguns investidores, como também deixando muitos na dúvida de quanto as agências regulatórias, em especial, a CFTC, possam dificultar esse processo mesmo em um período mais a frente.
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Esses sentimentos do mercado e de entusiastas do mercado de criptomoedas acontece em meio a expectativa que cria sobre essa promissora entrada da Coinbase na bolsa de valores, já que além de resultados extremamente positivos mostrados pela empresa no ano de 2020, o mercado ao qual ela está inserida tem obtido uma grande ascensão de uns tempos pra cá.
A receita líquida da Coinbase em 2020 foi de mais de US$1,1 bilhão. Enquanto isso, o mercado de criptomoedas cresceu numa velocidade incrível nos últimos 12 meses, chegando a números superiores a US$1,78 trilhão de capitalização de mercado, frente a cerca de US$173 bilhões em 21 de março de 2020.
Como podemos ver no gráfico, a ascensão do mercado de criptomoedas culminou em uma capitalização de mercado que se multiplicou em 10 vezes em aproximadamente 12 meses. Tanto o destaque que a Coinbase apresenta no setor quanto o desenvolvimento deste setor são uns dos motivos que fazem com que os investidores acreditem que a empresa possa alavancar ainda mais resultados, resultando em valorização de suas ações.