A crise envolvendo a Ucrânia é um assunto que acaba sempre sendo comentado nos jornais e na mídia em geral, o conflito histórico entre o país e a Rússia se intensificou recentemente e pode ter implicações diretas no mercado financeiro.
Nesse sentido, o principal produto a ser afetado, pode ser justamente o petróleo. Além disso, iremos neste artigo, comentar como se deu o início desse conflito e outras implicações para o mercado, além daquelas envolvendo os combustíveis fósseis.
Ligação Ucrânia e Rússia
Historicamente os russos possuem laços com os ucranianos, mesmo antes da criação da União Soviética, ambos os países compuseram a “Aliança eslava”. Aliança essa que se justificava pelas similaridades, étnico e políticas de ambos países.
Contudo, com o fim da União Soviética, Belarus e Ucrânia vivenciavam momentos políticos conturbados em suas transições democráticas. Além disso, a Ucrânia se sentia deixada para segundo plano pelos Russos.
Isso se justifica pela falta de ajuda prestada após a segunda guerra mundial, em um momento em que o país viveu uma grave crise de fome. Ainda assim, tanto Belarus quanto Ucrânia se mantiveram sob influência direta do país russo.
Somente em 2013, a relação azedou de vez. Quando se iniciou um movimento que controlava o controle político Russo na região. Além disso, um direcionamento para a União Europeia, o que para os russos é inaceitável.
Um dos reflexos desse momento de rebeldia ucraniana, foi a invasão que ocorreu em 2014 na Crimeia. O que mostrou que os russos não estão dispostos a perderem sua influência nesta região.
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A recente tensão Ucrânia e Rússia
As ações russas estão ocorrendo de forma bastante rápida, cerca de 100 mil soldados russos estão posicionados na fronteira ucraniana. Nesse sentido, o Pentagono acredita que até o ínicio desse ano, tenhamos cerca de 175 mil soldados apostos.
Contudo, a Rússia possui alguns desafios, caso deseje mesmo invadir o país. Primeiro é resolver uma questão logística, transportar os equipamentos na neve, além de aumentar o número de bancos de sangue.
Além disso, essa recente tensão, pegou um exército ucraniano muito mais preparado que antes. Sendo este, o terceiro maior da Europa, atrás apenas do próprio exército Russo e Francês.
Outro ponto a se levantar, é que à medida que os russos busquem avançar, os EUA e outros países da europa, devem abastecer os ucranianos com equipamentos e armas. Isso aparentemente seria o necessário para uma boa resistência, não para alcançar uma eventual vitória contra os russos.
Acordo de paz realizado em Minsk
Os russos não admitem qualquer aproximação da Ucrânia com a União Europeia ou mesmo a Otan. Em setembro de 2014 foi assinado um acordo de paz para acabar com a crise da Crimeia.
Nesse sentido, foram colocados alguns pontos condicionantes nesse acordo que visava incrementar a influência russa no local. Ou seja, a Rússia possui forte interesse na região e considera essa aproximação dos ucranianos com a Europa, uma grave ameaça à segurança nacional.
Além disso, considera que esse alinhamento entre os países europeus no sentido de incluir a Ucrânia no tratado ocidental fere o acordo assinado anteriormente. Por esse motivo, dificilmente a Rússia deve ceder em sua posição. Em outras palavras, o país não deve aceitar retornar seus soldados, sem as devidas garantias.
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Como a possível invasão na Ucrânia pode impactar o mercado
Os mercados internacionais sentiram a tensão entre os dois países, o que levou os Estados Unidos a recomendarem a saída de seus cidadãos devido ao aumento da presença de soldados russos na fronteira com os dois países.
Ainda que Moscou tenha negado o interesse em invadir o país vizinho, tanto os Estados Unidos quanto o Reino Unido já prometeram reagir com sanções em caso de conflito entre os países.
Nesse sentido, a escalada do conflito impacta os mercados de forma generalizada. Dado que traz aversão a risco como um todo. Dessa forma, o maior temor dos mercados é que seja iniciada uma guerra.
Além disso, há uma grande incerteza quanto ao posicionamento dos países europeus em caso de conflito. É importante ressaltar que por volta de 35% do gás consumido na Europa vem do território russo, passando por gasodutos localizados em território ucraniano, fora isso, a Rússia também é importante exportadora de petróleo.
Com isso, estamos falando de um risco de alta em preços de ativos de commodities, em um momento em que as commodities já estão sendo bastante demandadas no mercado internacional.
Bancos centrais e a tempestade “Perfeita”
O Momento de uma possível escalada nas tensões, ocorre junto a um período de possíveis altas de juros pelo mundo. Em outras palavras, ao mesmo tempo que os Bancos centrais devem atuar colocando em prática seus poderes como autoridade monetária, aumentando juros, os preços das commodities podem disparar pelos efeitos da guerra.
Além dos impactos já mencionados no artigo. Uma eventual guerra nesse momento, pode tirar ainda mais do controle a inflação desses países, que teriam de aumentar ainda mais os juros na tentativa de reduzirem as expectativas inflacionárias.
Nesse sentido, essa seria uma “tempestade perfeita”, e que seria bastante complicado para os mercados como um todo. Esse cenário, deve ainda provocar menor apetite ao risco, o que pode provocar uma fuga de investidores para ativos mais conservadores, como ouro e dólar.
Conclusão
É preciso estar atento aos movimentos que podem ser realizados nesse eventual conflito envolvendo a Ucrânia. Ainda que distante, seus efeitos terão reação em cadeia, que poderão ser sentidos mesmo por aqueles que não possuem carteira de investimento.
Com isso, um eventual conflito pode provocar, por exemplo, um forte aumento no preço do petróleo. O que deve encarecer os combustíveis que já estão sendo vendidos a preços altos por aqui.
Por fim investidor, é importante acompanhar todo noticiário, no intuito de estar preparado para uma possível oportunidade ou mesmo diversificação, considerando eventuais expectativas de uma nova guerra sendo sentida pelo mundo.