Os argentinos já entravam em seu terceiro ano de recessão e encaravam inflação galopante, crise fiscal e falta de acesso ao mercado de crédito internacional quando depararam com o desafio da covid-19. Agora, o país caminha para o pior momento econômico de seus últimos 20 anos.
A Argentina divulgou ontem que o PIB caiu 5,4% nos três primeiros meses de 2020, período que já incorpora efeitos da redução da demanda global, mas pouco da quarentena, iniciada em 20 de março.
Histórico do PIB da Argentina
Fonte: Trading Economics
Além de um cenário econômico sombrio pelos próximos meses, a Argentina tem de lidar com o desafio imediato de evitar um calote.
O país já adiou o pagamento de sua principal dívida com credores internacionais, no valor de US$ 65 bilhões diversas vezes. Na teoria, por ter deixado de honrar as obrigações em maio, já poderia ser considerado um calote técnico, mas como credores não acionaram a Justiça, nada aconteceu, ainda.
Evolução da Dívida Pública da Argentina
Fonte: Trading Economics
O novo prazo para a negociação vence em 24 de julho. Em abril, precisando de recursos para atacar a pandemia, Alberto Fernández, presidente da Argentina, decidiu suspender o pagamento de US$ 10 bilhões de uma outra dívida até o final do ano.
Com baixíssimo nível de reservas e sem acesso aos mercados internacionais, a Argentina precisa se virar para pagar essa dívida.
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O que aconteceu com países que já deram calote na dívida pública?