O PIX é o serviço de pagamentos e transferências instantâneas que chegou para mudar e simplificar o dia-a-dia das finanças dos brasileiros. Mas nem todas as ferramentas criadas acabaram sendo adotadas massivamente pelo país, e era dúvida que se tinha a respeito do PIX, embora a expectativa era alta sobre sua adesão.
No final das contas, o PIX acabou sendo um sucesso e acumulou sucessivas renovações de recordes tanto em transferências semanais, como no número de usuários e de chaves registradas por eles. Esse sucesso pode ser facilmente visto pelos números, mas o importante a se destacar é que a ferramenta levou o país a um novo patamar nas finanças.
O serviço de pagamentos e transferências instantâneas PIX veio para revolucionar as finanças no Brasil, e, ao mesmo tempo, acabou trazendo o país para um novo patamar em meio a tecnologia digital relacionado ao dinheiro pelo mundo, embora estejamos bastante atrasados em muitos quesitos.
Segundo apontou um relatório global da ACI Worldwide e da GlobalData no início do mês de abril, o Brasil passou para a oitava colocação no que se refere a lista de países que mais realizam transferências e pagamentos em tempo real.
O que mais chama a atenção, é que o PIX trouxe a possibilidade de que o Brasil ultrapassasse os EUA nesse ranking, que por sua vez, ficou na nona colocação. Os dados são referentes ao ano de 2020, mas com o avanço da nova forma de pagamento em 2021, esses números tendem a ser ainda maiores.
O que fez o brasileiro adotar o PIX?
Podemos dividir o Brasil em dois momentos diferentes nesse sentido: Antes e depois da pandemia. Sabe-se que o país sempre enfrentou uma dificuldade de acelerar sua digitalização e o acesso aos meios digitais para uma parte considerável da população.
Esse processo de digitalização no Brasil passou obrigatoriamente a ter uma aceleração a partir do Auxílio Emergencial. Muitos brasileiros que nem sequer tinham acesso à internet ou a um aparelho celular tiveram que se reinventar para receber o benefício. Embora fosse possível sacar o dinheiro com o uso do Caixa Tem, o aplicativo era necessário para ser utilizado.
De qualquer modo, o brasileiro passou a partir de então a adotar os meios digitais para realizar pagamentos com uma frequência e volume maiores, não só por isso, mas também pela necessidade de distanciamento social e quarentena, o que fez com que se fosse menos a estabelecimentos presenciais.
Isso abriu um caminho importantíssimo para a introdução do PIX no Brasil, que muito provavelmente veio para ficar, já que sua agenda evolutiva tem sido frequentemente anunciada pelo Banco Central.
Mas falando do PIX em si, o marketing associado a ele quando foi criado foi massivo por grande parte das instituições financeiras. Não só o governo financiou uma campanha para que acontecesse esse sucesso dos pagamentos instantâneos, como também os maiores bancos do tiveram fizeram o mesmo.
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Por que o engajamento interessava aos bancos e ao governo?
Sabe-se que cada um dos tipos de instituição apresenta seus próprios motivos para desejar que o PIX atingisse um público cada vez maior. Os grandes bancos foram obrigados a ter o PIX nas plataformas que seus clientes utilizam, sendo assim, já que precisavam estar engajados nisso, a ideia manteve o uso do PIX em seu banco e evitar que os clientes migrassem para outros.
Com os anúncios sendo disparados nas mídias através dessas instituições bancárias, o intuito nesse caso era alcançar pessoas e fazer com que não perdesse usuários, mostrando que os bancos em questão também possuíam essa tecnologia. O que poucas pessoas se ligaram, é que os bancos não estavam fazendo um favor ao consumidor e sim aquilo que seria conveniente a eles nesse sentido.
Da parte do governo, embora o discurso seja apenas de facilitar e simplificar a vida dos brasileiros, algo que de fato ocorre, é importante dizer também que nada impede que se possa taxar isso a um prazo maior, além de oferecer dados mais robustos sobre volume de pagamentos que são realizados, quantidade de pessoas com acesso à ferramenta.
Não está sendo dito que o governo está monitorando as transações que você realiza no PIX, nada disso, já que o Banco Central não pode pegar as informações, com análise da atividade de CNPJs ou CPFs, e transferir essas informações para a receita, por exemplo. Mas através do número de chaves, volume financeiro transferido e número de usuários do PIX é possível trabalhar em projetos de lei no futuro.