Em meio ao caos e banho de sangue que virou a bolsa de valores nesses últimos dias, alguns destaques pontuais ganharam força nesse mesmo período. Um deles foi as Lojas Americanas, cujos acionistas viram seus papéis de ações LAME3 e LAME4 dispararem 40% e 19,1%, respectivamente no pregão desta segunda-feira (22).
Essa diferença de desempenho em relação a outras empresas da bolsa de valores veio de encontro ao anúncio de que as Lojas Americanas devem fazer uma fusão com a sua controlada B2W, o que foi visto com bons olhos pelos investidores.
A realização de lucros concretizada na terça-feira (23), após essa valorização dos ativos, ocasionou na queda de mais de 5% dessas ações. Entretanto, isso não reduziu o fato de que os investidores estão bastante otimistas com a junção dessas empresas, que para eles, podem adquirir um alto grau de competitividade no futuro.
Segundo alguns analistas, as Lojas Americanas já estavam sendo negociadas de forma descontada na B3, ou seja, ainda tinha potencial de valorização do preço de suas ações. A ideia promissora das duas empresas está no fato de que o Submarino e a própria plataforma da Americanas.com já estavam sob os cuidados da B2W.
Além disso, a B2W possui 65% da participação dos negócios das Lojas Americanas, antes mesmo de qualquer acordo referente a essa ideia de fusão das duas empresas, demonstrando que essa parceria já era de longa data.
Um ponto bastante interessante para esta junção é que a B2W possui R$2,8 bilhões em créditos fiscais, o que auxiliaria em uma excelente base fiscal nessa nova empresa que surgiria. Além disso, outros pontos são bastante interessantes a se observar nessa nova parceria e que aumentam o otimismo nessa empreitada.
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Entre os principais temos: A sinergia entre as partes, o que estimula um excelente trabalha de cooperação e de fortalecimento dos negócios; Simplificar processos, que também vem de encontro a possibilidade resolver conflitos de interesse.
A B2W, até o pregão de hoje (24), com o mercado em queda das ações até 10h40, o valor de mercado da companhia está em torno de R$47,78 bilhões. No mesmo período, as Lojas Americanas abrem queda de 0,50%, o que totaliza um valor de mercado de R$49,18 bilhões.
Desse modo, o surgimento dessa nova empresa que incluiria as duas teria um valor de mercado de aproximadamente R$100 bilhões até o momento. Vale ressaltar que levando em conta o número de clientes das duas empresas atualmente, a fusão tornaria possível ter um 46 milhões de clientes para a nova companhia.
Uma concorrente a altura da Magalu?
A expectativa dos investidores com a fusão da B2W e Lojas Americanas, é que poderíamos ter finalmente um concorrente à altura do Magazine Luiza ou até do Mercado Livre. Foi por conta desse otimismo que as ações dessas empresas tiveram tamanha valorização na segunda-feira (22).
Analistas ainda ressaltam que o preço das empresas estava descontado, o que pode gerar ainda mais valorização para ambas. Só para se ter uma ideia, em 2020 a Magazine Luiza teve uma alta de 109,7% nas ações de ticket MGLU3. Enquanto isso, B2W ficou abaixo de seus concorrentes, com 34,4% no ano. Lojas Americanas teve queda de 4,6% durante o mesmo período.
Sobre essa comparação, os analistas da XP Thiago Suedt, Danniela Eiger e Marco Nardini escrevem que: “A eventual combinação de negócios reforçará nosso argumento de que o Universo Americanas é uma companhia perfeitamente comparável aos pares de e-commerce que negociam na bolsa, como Magalu e Via Varejo, tanto em relação à composição do seu GMV total como também em relação a crescimento”.
Em 2021, B2W e Lojas Americanas estão tendo um desempenho melhor que a Magazine Luiza na bolsa de valores. Vale ficar atento para acompanhar o desenvolvimento dessa nova parceria, e se ela vai ficar à altura do otimismo que vem sendo criado pelos investidores e analistas.