CEO da Eletrobrás renuncia e dúvida sobre privatização aumenta

O CEO Wilson Ferreira Júnior renunciou ao cargo que ocupa até então na Eletrobras, conforme divulgado em nota oficial da própria companhia durante este último domingo (25). Este fato relevante repercute hoje entre os acionistas dos papéis da ELET3 e ELET6.

Wilson é presidente da companhia e membro do Conselho de Administração da Eletrobras e deve ficar no cargo até o dia 3 de março, e após isso, deixará o posto, que segundo a empresa, foi uma decisão realizada por motivos pessoais do CEO.

A nota afirma que: “Sob sua gestão, a Companhia atingiu lucros históricos, reduziu sua alavancagem a patamares compatíveis com a geração de caixa, reduziu custos operacionais com privatizações de distribuidoras e programas de eficiência, colocou em operação obras atrasadas”.

Além disso, reiterou os feitos de Wilson no cargo durante esse tempo: “Simplificou a quantidade de participações acionárias, com a venda, incorporação e encerramento em cerca de 90 sociedades de propósito específico, aprimorou seu Programa de Compliance, padronizou estatutos sociais e alçadas de aprovação das Empresas Eletrobras”.

A Eletrobras ainda afirmou que o CEO colaborou durante esse tempo para resolver “contenciosos importantes nos Estados Unidos decorrentes de reflexos da Operação Lava Jato, dentre outras realizações relevantes.”, completou em nota.

Veja também: Altas dívidas dos países marcam o cenário pós-pandemia

Uma teleconferência foi agendada com os acionistas e investidores da Eletrobras para hoje, segunda-feira (25), por volta das 15h, para prestar eventuais esclarecimentos a respeito desse fato importante, já que Wilson estava no cargo desde 2016.

Os impasses sobre a privatização da Eletrobrás continuam

Embora ainda num cenário incerto, a renúncia do CEO pode dificultar ainda mais a privatização da Eletrobras, que por sua vez, acabou sendo adiada diversas vezes, embora tenha sido prometida pelo presidente Jair Bolsonaro.

Wilson Ferreira Junior era muito adepto da ideia de privatização da companhia, defendendo isso já há algum tempo. Desse modo, a possibilidade de privatização da empresa pode se tornar ainda mais distante, uma vez que perde um importante personagem que pudesse trazer um apoio ainda maior para agilizar esse processo, que já não está nas suas melhores condições para se efetuar.

Em agosto de 2020, Wilson havia se mostrado otimista em relação à privatização da Eletrobras. Na ocasião, ele afirmou que a privatização por parte do Congresso em relação a desestatização da companhia poderia acontecer ainda no primeiro semestre de 2021.

“Isso não é um problema só da Eletrobras, também para o consumidor. O risco hidrológico das usinas é repassado aos consumidores mensalmente pelas bandeiras tarifárias. Por isso, há uma mobilização por parte do governo para a descotização, para outorgar novos contratos de concessão de forma independente no mercado livre, mas só pode fazer isso a empresas privadas”, afirmou na época.

Wilson Ferreira acabou deixando o cargo sem que a empresa concretizasse sua privatização, colocando ainda mais dúvida se ela vai ou não de fato ocorrer. Na contramão de outras empresas privadas do setor, as ações da Eletrobras já caíram cerca de 17% no ano de 2021 e aproximadamente 25% considerando o período dos últimos 12 meses.

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