Viver de renda é ter independência financeira. Isso significa que você não precisa trabalhar para ganhar salário, afinal, a “renda” dos seus investimentos já seria o suficiente para cobrir seus custos mensais e te proporcionar uma boa vida. Isso significa liberdade para fazer o que quiser com o seu tempo, sem ter que ficar trabalhando.
Esse objetivo, inclusive, é o sonho de milhões de brasileiros. Quer a prova disso? Basta olhar para quantas pessoas jogam na Mega-Sena da virada todos os anos. Quem nunca se imaginou tendo que gastar os milhões em conta?
Apesar de parecer um sonho distante, ou uma miragem no deserto, a independência financeira é possível! Aliás, ela pode ser conquistada de diferentes formas, porque não existe uma fórmula mágica.
Além disso, independência financeira não significa ser um milionário que pode comprar tudo o que vê pela frente. Ela consiste em não precisar mais do seu trabalho como uma fonte renda principal para cobrir seu custo de vida.
Os fatores mais importantes para chegar à independência financeira e viver de renda são: entender seu custo de vida e o que você almeja para o futuro, organização, disciplina e investir com visão de longo prazo.
Como entender seu custo de vida
É muito relativo falar sobre “padrão de vida ideal” para as pessoas, até porque cada um tem suas referências pessoais. A conta deve ser sempre: o custo de vida que você quer ter + custo para uma boa vida (conforto).
Para mim, um padrão de vida ideal seria aquele em que eu conseguiria pagar meus custos de vida morando em um bairro bom de uma grande capital no Brasil e ainda ter o suficiente para ter um bom nível de lazer e viajar tranquilamente para outro país a cada 6 meses.
No entanto, há pessoas que são menos exigentes e outras que são mais. O que você precisa fazer é entender qual é a renda que seria suficiente para você viver tranquilamente no futuro, isto é, custo básico de vida + custo para ter uma boa vida (conforto).
Suponha que você deseja ter uma renda mensal de R$ 10.000, o quanto seria necessário poupar para viver de renda? A conta é bem simples: a renda mensal dividida por um percentual de taxa de rendimento acima da inflação.
Mas por que uma taxa acima da inflação? Muitas pessoas costumam acreditar que a poupança rende 0,5% ao mês. Isso não é verdade. Se você considerar a inflação, seu dinheiro na poupança estará perdendo valor.
Algumas pessoas também consideram algumas taxas pouco realistas, como 1% ao mês. Uma taxa que poderia ser considerada razoavelmente factível seria de 0,2% ao mês, que poderia ser alcançada através de investimentos em produtos financeiros.
Realizando essa conta, chegaríamos ao seguinte número:
- R$ 10.000 (Renda desejada) / (0,2% / 100) (Rendimento mensal livre da inflação)
- R$ 10.000 / 0,002
- R$ 5.000.000
R$ 5.000.000! Esse é o número que você precisaria para viver com uma renda mensal de R$ 10.000 sem precisar consumir o capital de R$ 5.000.000. O rendimento real (já descontado da inflação) seria o suficiente para que você consiga viver com uma renda razoavelmente boa.
Organização e disciplina
Com o seu número em mente, você precisará se organizar para chegar nele. Isso significa que você vai precisar fazer dinheiro sobrar no final do mês, ou seja, gastar menos do que ganha.
Obviamente, há casos e casos. Uma pessoa que vive com os pais e tem um custo de vida muito baixo terá mais facilidade para acertar suas contas do que uma pessoa que tem filhos em fase de crescimento. No caso do segundo grupo, a missão será mais difícil.
Em alguns casos, só cortar custos não será o suficiente. Muitas pessoas falam apenas de cortar custos e mais custos e deixar de aproveitar a vida. Você não pode deixar a vida passar para tentar ganhá-la no futuro. É preciso equilíbrio e gerar mais receita.
O que uma empresa que está em dificuldades faz? Tenta inovar, ou criar algum produto novo para gerar caixa. Algumas pessoas também vão precisar correr atrás de fontes de renda alternativa para aumentar a receita.
Quem quer conquistar a independência financeira também precisa pensar no lado da receita! Se qualificar, ter um bom emprego, empreender e buscar uma fonte de renda extra são alternativas para quem quer gerar mais caixa.
Quando você conseguir organizar suas contas e criar uma reserva financeira com 12 meses de custo mensal, estará apto para começar a trilhar um caminho para conquistar a sua independência financeira. Afinal, emergências acontecem, é importante ter um dinheiro em caixa para esses cenários.
Com uma base mais sólida, você vai conseguir correr atrás de investimentos. Quem quer ficar rico precisa investir com disciplina e foco. Antes que você se pergunte: “Realmente é necessário investir?”, tente procurar quantas pessoas ficaram ricas guardando dinheiro na poupança, a resposta será: ZERO ou quase nenhuma.
Juros, tempo, dividendos e valorização: seus melhores amigos
Conquistar um patrimônio de R$ 5.000.000 livre de qualquer dívida é muito difícil. A verdade é que pouquíssimas pessoas ao longo de suas vidas conseguirão chegar a esse número. O objetivo não é desestimular, mas também não podemos ser demagogos ao dizer que é fácil e que todo mundo vai conseguir.
Obviamente, quanto menor for a renda “ideal” que você deseja obter, menor será a altura da baliza. No entanto, isso não reduz a facilidade do seu objetivo, a menos que a sua renda atual seja muito maior do que a renda que você escolheu como “ideal” para o futuro.
Se você quiser uma renda de R$ 5.000 ao mês, precisaria juntar R$ 2.500.000, o que ainda é difícil, mas não impossível, principalmente se você investir pensando no longo prazo. Os investimentos, aliás, vão fazer toda a diferença para quem quer garantir a independência financeira.
Afinal, você não vai guardar todo o dinheiro na conta-corrente, na poupança, ou embaixo do colchão. Quem quer enriquecer precisa investir e arriscar. Juros compostos, dividendos e a valorização dos seus investimentos serão os principais aliados para chegar ao “seu número”.
Quais investimentos escolher?
Você sabia que 7 de cada 10 alunos brasileiros não têm um aprendizado adequado de matemática básica? Entre os assuntos abordados na matemática básica estão os Juros Compostos, os famosos “Juros sobre Juros” também conhecidos como a oitava maravilha do mundo.
A conta é simples: quanto maior for a taxa de juros e quanto maior for o tempo de aplicação, maior será o rendimento recebido. Porque os juros vão sempre incidir sobre o novo montante.
Se você guardou R$ 100 em um mês e agora tem R$ 102 com os juros, no próximo mês, o rendimento irá incidir sobre os R$ 102. Agora imagine isso rendendo por 10, 20 anos, com aplicações mensais? Os juros fazem toda a diferença no longo prazo.
Renda Fixa
A poupança rende juros, mas é uma quantia muito baixa, porque a inflação corrói qualquer chance de ganhos significativos no longo prazo. É por isso que os títulos de Renda Fixa ficaram tão populares no Brasil na última década: eles rendem o dobro da poupança, mas com o mesmo grau de risco.
Nos títulos de Renda Fixa você pode emprestar dinheiro para o Governo Federal ou para bancos, recebendo juros sobre o dinheiro investido. Esse investimento é excelente para quem está começando, mas não vai deixar ninguém rico (a não ser que faça grandes aportes todo mês).
Por isso, quem quer viver de renda precisa arriscar mais nos investimentos e explorar o mercado de ações, criptomoedas, commodities, fundos de investimento, fundos imobiliários e câmbio. Ou seja, é preciso diversificar investimentos em Renda Variável para aumentar seus ganhos!
Renda Variável
Imagina transformar R$ 100 em R$ 2.164.086? Foi o que aconteceu com quem comprou Bitcoin no começo de 2010. A criptomoeda valorizou mais de 9.000% na última década. Nem todo mundo deu essa sorte, mas não é muito incomum ouvir histórias de quem ficou rico com investimentos em renda variável (ações, criptomoedas, dólar e outros).
Também é preciso tomar cuidado com a ganância. Retornos do passado não são garantia de retornos futuros. Logo, nada de ficar fazendo simulações em cima de investimentos de Renda Variável.
Tome cuidado com pessoas que te prometam alguma espécie de “retorno garantido” com os investimentos de mercados mencionados acima: principalmente em ações, criptomoedas e forex. Normalmente, quem te promete isso está querendo aplicar um golpe conhecido como esquema ponzi.
Com esses cuidados tomados, a Renda Variável sem dúvidas é uma opção quase que obrigatória para quem quer ser financeiramente independente. É preciso assumir riscos para ter bons retornos, desde que você esteja confortável com o tamanho do risco que está assumindo.
Por isso, é importante se conhecer como investidor. Investidores conservadores aplicam em média 5% nesse mercado, já os moderados colocam de 20 a 30%, enquanto os agressivos procuram estar 50% expostos a investimentos em Renda Variável.
Confira a nossa trilha de conhecimento sobre investimentos.
Está pronto para começar a jornada?
Não existe caminho fácil e quem fala isso para você provavelmente estará mentindo. Essa “jornada” pode durar no mínimo 20 a 30 anos, a menos que você invista em algum ativo que tenha a mesma valorização do Bitcoin, ou se torne um empresário de sucesso.
Para isso acontecer, é preciso começar. O melhor momento para começar é hoje, seguindo com disciplina, organização e equilíbrio. Eu já comecei meu caminho, o destino ainda está um pouco distante, mas espero chegar lá gerando valor e investindo.