Poucas pessoas ainda sabem o que é Bitcoin, e isso diz muito sobre o potencial que ele ainda possui. Hoje, ele é uma das invenções mais intrigantes do século 21 e desafia governos, acadêmicos e intelectuais.
Em 2019, completou 10 anos funcionando de maneira ininterrupta e sem um “administrador”. Mas antes de entrar nesses detalhes, vamos entender melhor.
Já existia um projeto muito antigo de criar moedas digitais. Os primeiros relatos apontam que já havia intenções em 1984! Por exemplo, no ano de 1998, um cientista da computação, conhecido como Nick Szabo, tentou criar uma espécie de ouro digital.
Um criptógrafo conhecido como Wei Dai também tinha projetos similares com o e-Cash, assim como Hal Finney trabalhava em uma forma de prevenir o gasto duplo, o qual falaremos mais tarde aqui.
Mas nenhum desses literalmente saiu do papel. O Bitcoin, cujo projeto foi divulgado em 2009, foi a primeira moeda digital a ser criada. Mas é importante saber que ela não isso ideia de uma única pessoa. Esse projeto já estava sendo trabalhado há muitos anos.
Qual é o preço do Bitcoin hoje?
Quem criou o Bitcoin?
O Bitcoin possui o mito do criador. Ninguém sabe até hoje quem de fato a verdadeira identidade de seu criador. Se fôssemos dar apenas um nome, seu criador é Satoshi Nakamoto, mas esse foi apenas um pseudônimo que o criador usou para permanecer anônimo.
Em 2011, Satoshi saiu completamente de cena após um dos desenvolvedores do Bitcoin ter afirmado que o FBI havia o chamado para conversar. Desde então, Satoshi segue desaparecido e muitos suspeitam que até tenha morrido.
No entanto, existem especulações sobre a sua verdadeira identidade. As suspeitas caem sobre pessoas ligadas a Satoshi Nakamoto, no geral são pessoas que mexem com criptografia, matemática e programação.
As suspeitas são mais fortes para Hal Finney, ele foi a primeira pessoa depois de Satoshi a instalar e minerar Bitcoin. Ele também foi a primeira pessoa da rede a receber Bitcoins, um total de 50 moedas.
Ainda existe uma teoria de que Satoshi seria, na verdade, um grupo de pessoas, embora seja menos difundida.
O que é Bitcoin e qual problema ele resolve?
Antes de entender o que é Bitcoin, precisamos entender um pouco sobre o que a internet proporciona: abundância. Por exemplo, se eu te enviar um áudio no Whatsapp, haverá duas cópias deste mesmo áudio. Se você continuar enviando para outras pessoas, mais cópias serão criadas. Ou seja, este áudio pode ser criado de forma ilimitada.
Na internet, era possível criar arquivos de forma ilimitada. Até o surgimento do Bitcoin, e esse é um dos problemas práticos que ele resolve. Na prática, ele mudou a história da internet ao fazer surgir um cenário completamente novo: a escassez.
Lembra que Hal Finney trabalhou em uma forma de prevenir gasto duplo? Essa tecnologia ficou conhecida como Proof of Work, e é ela que permite que um Bitcoin não possa ser copiado ou criado indefinidamente. Na prática, uma pessoa não pode enviar a mesma moeda de Bitcoin para 2 ou mais pessoas.
Ou seja, Satoshi Nakamoto, criou um dinheiro virtual impossível de copiar. Mas como convencer as pessoas a usá-lo? É aí que entra mais um indício de sua genialidade: é preciso criar uma rede de benefícios que seja economicamente sustentável.
Entendendo como funciona o Bitcoin
Os Bitcoins podem ser criados através do que é popularmente conhecido como mineração. Pode confessar, você também já pensou em minerar Bitcoins? Eu já, e esse é o incentivo que conseguiu atrair muitas pessoas para a rede.
Na prática, minerar Bitcoin é ligar um computador muito potente para manter a rede funcionando. Se você é um minerador, vai receber Bitcoins por emprestar esse poder computacional. Daí, você pode guardá-los ou vendê-los, mas no começo muita gente preferiu guardar.
Hoje, a mineração é uma atividade profissional, e não é mais possível minerar com computador doméstico. É preciso ter um computador específico para tal. Você pode entender mais sobre mineração aqui.
Os mineradores verificam transações de Bitcoin, armazenam estas informações em blocos e transmitem elas para toda a rede de computadores. Quando há um consenso de que aquelas transações são legítimas, as informações são confirmadas. E isso acontece a cada 10 minutos.
E o mais interessante, é que essa rede está funcionando de maneira descentralizada. Não existe um administrador, o que existe é apenas um consenso de pessoas buscando incentivo financeiro. Por isso, muitas pessoas falam que o Bitcoin é descentralizado.
Essa rede é segura? Já foi hackeada?
Em mais de 10 anos rodando, a rede do Bitcoin nunca foi hackeada ou fraudada. Aqui estamos falando do sistema de rede mais seguro do mundo. E vamos entender o motivo dessa segurança.
Na rede, um bloco de transação é ligado no outro, e é daí que vem o termo blockchain ou “cadeia de blocos”. Para você desfazer uma transação do primeiro bloco, seria necessário reverter transações de todos os blocos que vieram depois dele, e hoje são mais de 600 mil blocos.
Para desfazer transações, é preciso muito poder computacional. Para piorar, a maioria da rede precisaria concordar em reverter todas essas transações, e isso seria praticamente impossível, porque abalaria completamente a confiança no sistema.
Então esse é o grande barato do Bitcoin, suas transações não podem ser revertidas ou fraudadas de alguma forma. E é por isso que muitas pessoas vêem nele uma forma de transferir valor pela internet, 24 horas por dia e 7 dias por semana, sem fronteiras.
Quanto tempo demora uma transação?
A transação é enviada para a rede instantaneamente, mas leva no mínimo 10 minutos para cair na carteira da outra pessoa. Uma transação pode levar até 60 minutos para se tornar irreversível. Ainda assim, é mais rápido que transferir dinheiro de um banco para outro.
Quanto custa uma transação?
Além de receber pela mineração dos blocos, os mineradores recebem a taxa da transação. O valor dessa taxa é variável, ela depende das condições da rede. Se muitas pessoas querem fazer mais transações do que a rede suporta, ela ficará congestionada e as taxas ficarão mais caras.
O preço da taxa de transação varia de R$ 0,40 a R$ 5,00. Ainda assim, é mais barato do que fazer uma remessa ou uma TED em bancos tradicionais.
Você sabia que só existem 21 milhões de Bitcoins?
Sim, só existem 21 milhões, sendo que pelo menos 4 milhões já foram perdidos. Hoje, só existem mais 2,4 milhões para serem minerados. Ou seja, 88% de todos os Bitcoins já foram criados. Mas o que poucos sabem é que ele pode ser fracionado em até 8 casas decimais.
Ou seja, é possível ter até 0,00000001 Bitcoin, e assim sucessivamente. A menor unidade de 1 Bitcoin é chamada de Satoshi. Logo, 1 Bitcoin é igual a 100 milhões de Satoshis. Em um cenário onde o Bitcoin passa a ganhar espaço e valorização, 1 satoshi se torna cada vez mais valioso. Veja o exemplo abaixo:
O limite de 21 milhões é essencial para que o Bitcoin ganhe valor com o passar do tempo, porque quanto mais pessoas comprando e usando, maior será o seu preço. Pense que se cada milionário no mundo quiser ter pelo menos 1 Bitcoin, não haverá para todos.
Lembre-se que como qualquer outra mercadoria, seu preço é determinado por procura e oferta. Se a procura for maior que a oferta, o preço sobe. Se oferta for muito maior que a procura o preço cai.
A oferta do Bitcoin é fixa, então ele basicamente depende mais da demanda, que cresce mais a cada dia. Imagine se 20% do dinheiro investido em Ouro fosse para o Bitcoin? Seu preço saltaria de forma exponencial.
E muitas pessoas acreditam que isso é possível, incluindo Michael Saylor, que comprou mais de US$ 250 milhões em Bitcoin usando o caixa de sua empresa, a MicroStrategy.
O que melhora ainda mais essa dinâmica é o fato de que a cada 4 anos, a criação de novos Bitcoins cai pela metade.
E você sabia que a cada 4 anos, a emissão de Bitcoins cai pela metade?
Sim. Originalmente, a cada 10 minutos, 50 Bitcoins eram criados. Nos últimos anos esse número caiu para 25, 12,5, 6,25 e agora está em 3,125. Esse evento é conhecido como Halving ou choque de oferta.
Estes choques de oferta criam uma pressão muito grande sobre os preços. Pois, se a demanda se mantiver, o Bitcoin inevitavelmente irá se valorizar. Existem modelos matemáticos que fazem essa simulação, e defendem que o Bitcoin valerá US$ 100,000 até 2022.
Como posso usar Bitcoin?
Se você pensa em sair por aí usando Bitcoin para comprar café, poderá ficar decepcionado. De fato, seu preço vem subindo muito, mas sua adoção como moeda ainda é praticamente insignificante. Isso se deve por conta das taxas de transações, que podem ficar altas quando há muita utilização na rede.
Além disso, poucos comerciantes vêem benefício em aceitar criptomoedas. Outro detalhe, é que poucas pessoas querem gastar seus Bitcoins. Isso acontece porque como todo e qualquer dinheiro, ele ainda precisa se tornar uma reserva de valor confiável. Ou seja, as pessoas precisam ganhar mais confiança nele.
E qual a melhor forma de ganhar essa confiança? O preço subir, e ele manter valor com o tempo. Essa é a tese para usar Bitcoin hoje:
- Para se proteger da inflação dos governos;
- Para enviar dinheiro pela internet com baixo custo e sem intermediários;
- Proteger seu patrimônio, haja vista que ninguém pode hackear a rede.
Como comprar Bitcoin?
Comprar Bitcoin funciona igual investir em ações. Basta criar uma conta em uma corretora, transferir o dinheiro e usar o saldo para comprar Bitcoins. Uma corretora recomendada é a Nox, porque não possui taxas, tem melhores preços e agilidade no atendimento.
Não é possível comprar Bitcoin com cartão de crédito no Brasil. Infelizmente, existem muitos golpes e estornos fraudulentos que desincentivam as empresas a aceitar esse meio de pagamento.
Como o valor do Bitcoin é calculado?
Qualquer pessoa pode comprar e vender Bitcoins em mercados organizados, conhecidos como exchanges, que são bem parecidos com bolsas de valores. O preço do Bitcoin flutua livremente, assim como o preço do dólar, do euro e de qualquer outra commodity.
É basicamente oferta e procura. Se mais pessoas querem comprar do que vender, o preço vai subir. Se há mais pessoas vendendo do que comprando, o preço irá cair. Ninguém pode controlar o preço do Bitcoin.
Bitcoin tem lastro?
O Bitcoin não tem lastro em nenhum bem físico. O lastro do Bitcoin está nele mesmo e em todos os seus diferenciais: escassez e segurança. É por esse motivo que o Bitcoin foi capaz de valer mais de R$ 70.000. Ele está sendo utilizado como um meio de proteção contra crises econômicas, guerras e governos autoritários.
É importante lembrar que quase nenhuma moeda do mundo possui lastro. Essa história de lastro acabou em em 1971 com o fim do padrão ouro. Desde então, quem garante o valor do dinheiro são governos e bancos centrais. O valor do dólar é baseado na confiança das pessoas no governo americano.
Leia também:
Qual é o valor do dinheiro? Como ele é determinado?
Como armazenar Bitcoins?
Carteiras de Bitcoin são aplicativos feitos para armazenar a moeda digital com segurança. Uma carteira pode ser instalada no celular e no computador.
Na prática, as carteiras possuem essa aparência da imagem abaixo. Um QR-Code para receber transações, o seu saldo, e botões de enviar e receber.
Recomendamos que você instale as carteiras que estão inseridas nessa lista:
Exodus (Computador)
Escolha a carteira que melhor se adequar ao seu perfil. Ao instalar anote as palavras-chave, porque elas serão seu backup caso o seu dispositivo apresente mau funcionamento.
O Bitcoin é seguro?
O Bitcoin é extremamente seguro se estiver na sua carteira e se sua carteira tiver o backup das palavras-chave e uma senha forte.
Nenhum governo pode roubar os Bitcoins da sua carteira, a menos que você dê a “senha” para ele. Em mais de 10 anos de existência, não foi registrado nenhum roubo de Bitcoin que esteja em uma carteira segura.
Os roubos acontecem no elo mais fraco da corrente: os usuários.
O usuário que dá a sua senha e que deixa seus Bitcoins em sites não confiáveis está sujeito a ataques hacker e perda de Bitcoins. Mas isso não é um problema do sistema, que é extremamente seguro.
O Bitcoin não rende juros
Em toda a história da rede, 1 Bitcoin será sempre 1 Bitcoin. Ele não rende nenhum juros ou pagamento garantido. O que rende juros são serviços que prometem rentabilizar seus Bitcoins, mas a grande maioria é fraudulenta.
O que o Bitcoin tem de diferente?
Como vimos acima, o Bitcoin não precisa de um banco para processar e intermediar transações. É uma rede que funciona 24h e que permite transações rápidas, baratas e semi-anônimas. Computadores ao redor do mundo são responsáveis por confirmar e verificar as transações.
Se eu precisar mandar dinheiro para um amigo na China, posso comprar Bitcoin e mandar para meu amigo. A transação será registrada e confirmada na rede em 10 minutos. Para força de comparação, uma remessa levaria questão de dias e seria muito mais caro.
Além disso, o mais importante é que só existem 21 milhões de Bitcoins. Isso assegura que cada unidade de Bitcoin é rara. Não existe Bitcoin para todas as pessoas do mundo. Mas cada moeda pode ser fracionada em até 8 casas decimais. Além disso, existem outras características:
Transparência: O Bitcoin é muito transparente. Todas as transações estão registradas no blockchain. Todo mundo pode verificar os registros.
Confiança: O banco de dados do Bitcoin é imutável. Isso torna a moeda extremamente confiável contra fraudes, falsificações e tentativas de censura por parte de governos totalitários.
Sem ponto de falha único: Os servidores de bancos e instituições financeiras pode se tornar centralizado. A rede do Bitcoin é distribuída ao redor do mundo.
Escassez: Nenhum Bitcoin pode ser criado do nada. Existe todo sistema que garante a autenticidade das moedas. Além disso, só existem 21 milhões de Bitcoins ao redor do mundo.
Anonimato: Transações de Bitcoin são pseudo anônimas. Não é possível saber quem foi que fez uma transação na rede.
Você já comprou Bitcoin hoje?
O Bitcoin ainda é um dinheiro novo apesar da idade. Ele permite transações rápidas sem intermediários, com certo anonimato e independência de bancos e governos para funcionar.
A rede blockchain garante a integridade e confiabilidade das transações, através de um registro público, que pode ser auditado por todas as pessoas.
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