Kusama, a rede canária da rede Polkadot

A Kusama é uma rede “canária” da Polkadot. O nome canário vem da ideia de que os canários eram utilizados nas minas de carvão para alertar os mineradores sobre a detecção de monóxido de carbono e outros gases tóxicos que poderiam ser agressivos

Nesse sentido, a Kusama atua de forma similar, atuando como uma canária para ajudar a detectar e alertar qualquer tipo de vulnerabilidade ou fraqueza no código base da blockchain Polkadot.

A Kusama é baseada no mesmo código da Polkadot, sendo mais que apenas uma rede teste, visto que se destina a ser um banco de testes para novos recursos, à medida que vão sendo implementados na Polkadot. Dessa forma, a Kusama funciona como um primeiro pouso desses novos recursos.

Sendo assim, depois que os desenvolvedores experimentarem esses recursos na Kusama e tudo parecer estar funcionando, estes serão transferidos para a Polkadot. Com isso, ela não é apenas uma Testnet, pois as redes de teste geralmente são apenas playgrounds onde os tokens não possuem valor.

Dessa forma, sendo uma rede focada em pesquisa e desenvolvimento, além de ser uma Testnet para a Polkadot. As KSMs certamente possuem menor valor se comparadas com as redes principais. Contudo, certamente ainda possuem algum valor.

Como a Kusama funciona?

A Kusama é uma “rede irmã” da Polkadot, imitando a maioria dos recursos projetados da rede Polkadot. Por exemplo, a Kusama utiliza dois tipos de blockchains para processar transações e lidar com a atividade da rede. A rede principal é chamada de Relay Chain, onde os validadores sofrem stake.

Nesse sentido, a Relay Chain possui funcionalidade mínima, responsável por coordenar o sistema todo. Também existem redes geradas pelos usuários, chamadas de Parachains, que podem ter arquiteturas, recursos e casos de uso diferentes, dependendo ao que se destina cada projeto.

Veja também: Lisk, uma plataforma de aplicativos baseada em blockchain

Funcionamento das parachains da Kusama

Parachains são, essencialmente, cadeias paralelas, que funcionam junto à cadeia principal, a Kusama. Essas várias cadeias frequentemente se comunicam umas com as outras, o que evita que a cadeia principal fique congestionada por ter que lidar com todas as transações que chegam pela rede.

Dessa forma, essa arquitetura ajudará a Polkadot e a Kusama a se escalar no futuro, o que explica porque tantos desenvolvedores estão procurando desenvolver nestas redes. Para garantir uma vaga em um dos limitados números de parachains da Kusama, terão que bloquear tokens KSM por até dois anos.

Com isso, neste início, apenas alguns projetos estão sendo escolhidos para serem desenvolvidos nas parachains. Sendo assim, eles tiveram que licitar a maior quantidade possível de tokens KSM nos leilões que aconteceram pouco antes da rede entrar em operação.

Contudo, projetos menores que não podem se dar ao luxo de habitar uma parachain inteira, podem alugar uma parachain Kusama, que é basicamente uma parachain que foi compartilhada e divida em cadeiras menores ou “threads”, com intuito de dividir o custo.

Responsabilidades dos usuários na Kusama

O objetivo comum de todos os usuários da Kusama é manter e desenvolver a rede. Assim como na Polkadot, qualquer pessoa pode participar na rede Kusama e de diversas formas diferentes. No entanto, existem duas classes principais de participantes que desempenham papéis específicos: construtores e gerentes de rede.

Construtores (Builders)

Esses usuários têm permissão para criar e personalizar seus aplicativos na Kusama antes de implementá-los na Polkadot. Assim, eles podem aplicar a mesma lógica à rede Polkadot após verificar que os resultados e experimentos na Kusama foram eficazes.

Nesse sentido, os construtores criam parachains, pontes, parathreads e outros elementos na rede. Eles são essencialmente equipes de desenvolvimentos e desenvolvedores individuais. Abaixo estão listados os motivos que equipes de desenvolvimento devem considerar em usar a Kusama para seus esforços de desenvolvimento:

  • Como a Kusama utiliza o código base da Polkadot, os desenvolvedores terão praticamente a mesma experiência ao desenvolver na Polkadot.
  • O desenvolvimento na Kusama é muito mais rápido do que na Polkadot;
  • Uma vez criados, os projetos da Kusama podem ser facilmente movidos para a Polkadot;
  • A implementação na Polkadot é mais barata que na Polkadot.

Mantenedores de Rede

A Kusama (KSM) é uma rede sem qualquer necessidade de permissão, qualquer detentor de tokens KSM possuem a oportunidade de utilizá-la. Os detentores podem interagir com todos os recursos da rede, o que inclui, por exemplo, staking, governança, leilões de parachain, transferências etc.

Os mantenedores de rede são responsáveis por manterem e controlarem os operadores da plataforma. Esta categoria de usuários inclui os “collators”, que recebem informações de parachains para transferirem validadores por meio de novos blocos de validação.

Com isso, esse conjunto de usuários são considerados e chamados de mantenedores da rede devido ao fato de suas atividades impactarem na maior parte das atividades que acontecem diariamente na rede Kusama.

Veja também: As principais criptomoedas para staking

Token KSM

O token KSM é o token nativo da rede Kusama. A distribuição inicial desse token respeitou a mesma distribuição do token DOT. Nesse sentido, isso significa que, aqueles que participaram na Initial Coin Offer da Polkadot, tiveram acesso ao mesmo número de tokens KSM que compraram de DOT.

Esta foi uma forma de incentivar os detentores do token a usar a rede Kusama e ajudar a sua rede de desenvolvimento. No entanto, talvez a maior mudança na Kusama esteja relacionada à geração de tokens através de recompensas de rede.

Além disso, o token KSM é também um token de governança, necessário para gerenciar as atualizações de protocolo, patches e pagamento de taxas através das parachains. Os validadores realizam o stake do token KSM para garantir a segurança e ganhar recompensas inflacionárias. Por fim, a KSM pode ser utilizada para vinculação e suporte a novas parachains.

Conclusão

Como o DeFi continua a ganhar popularidade, a necessidade de plataformas como a Kusama é crescente. Construída para suportar o crescente ecossistema da Web 3.0, a Kusama tem características quase idênticas às da Polkadot. Com isso, é interessante ver como o protocolo funciona de forma independente na mesma medida que complementa a Polkadot.

Além disso, a rede permite que desenvolvedores criem suas blockchains de várias diferentes fontes e as conectem à rede principal. A Kusama inclui ferramentas tecnológicas mais recentes e eficazes introduzidas pela Web3 Foundation e Parity Technologies.

Por fim, a rede também permite que os usuários lancem seus projetos blockchain de forma rápida, com um processo auditado, antes que cheguem a Polkadot, o que torna a Kusama parte integrante do sucesso dos projetos DeFi.

Veja também: Verge, uma criptomoeda e blockchain focada na privacidade

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