IPO: o jantar de gala que você não é convidado

Virou moda abrir capital na bolsa! A famosa história da empresa, que de tão boa que é, resolveu abrir seu capital para que acionistas invistam e façam parte do sucesso da empresa! 

Sim, você leu perfeitamente: acionistas invistam e façam parte do sucesso da empresa! A única coisa que eles não divulgam é que, se a empresa for mal, você participará também do fracasso dela, infelizmente.

Em inglês, IPO é a sigla para “initial public offering”, ou “oferta pública inicial” em português. Representa a primeira vez que uma empresa receberá novos sócios realizando uma oferta de ações ao mercado. Normalmente, as corretoras já começam a divulgar antes mesmo da oferta sair, gerando assim uma demanda maior de interesse. Bom, vamos falar o que interessa agora!

A empresa abre capital, mas não necessariamente abre seus números reais ao mercado. E muito menos temos como prever como o mercado reagirá aos balanços da empresa após a inclusão de seus papéis entre as empresas negociadas na B3. 

É tipo, genericamente falando, você pagar jantar de gala aos sócios majoritários, e eles não te convidarão à ceia. Grandes investidores como Buffet, Barsi, Lynch e outros, preferem ficar de fora dos IPO’s. 

Mas, as sardinhas, muito mais inteligentes, sábias e com uma visão de mercado muito melhor, entram para “flippar” ou para se tornarem sócias de imediato, sem ao menos pesquisar o valuation ou como a empresa se comportou nos últimos 4 ou 5 anos. 

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Uma batata quente

Investidores tentam aproveitar o GAP de abertura dos papéis no primeiro dia de negociação e vendê-los com lucro. O único problema é quando acontece o contrário, aí o investidor se torna sócio torcedor do ativo. Por exemplo:

Uma empresa X fez uma oferta pública inicial, onde seus papéis, na reserva, serão negociados a R$15,00. Ótimo! 

A pessoa faz a reserva, na expectativa de que a procura seja muito grande e que, na abertura do mercado, ele já consiga sair do mesmo a R$16,00 ou R$17,00, assim por diante.

O único problema é quando acontece o contrário, e o papel abre em uma tremenda queda e passa a ser negociado bem abaixo do seu valor de reserva! Pronto! Ou você exerce o prejuízo, ou vira sócio torcedor da empresa. 

Acredite, em alguns casos o negócio pode piorar e muito, até que o mercado entenda e precifique o negócio da empresa dentro das perspectivas econômicas do seu cenário de atuação e principalmente, da sua real atuação. Isso é a “Flipagem”, respondendo ao termo “flippar”, que usei acima.

Para finalizar o nosso raciocínio, não posso deixar de citar a importância da não generalização dos fatos! Eu não estou aqui afirmando que todo IPO é “furada”. 

Cuidado com “influencers”

Eu estou aqui afirmando que sim, há um interesse enorme das entidades financeiras e principalmente da empresa que oferta tal modalidade em arrecadar recursos. Nessa hora, seu influencer preferido, que é patrocinado por corretora, entra em ação! Faz o vídeo falando da empresa e te influencia na entrada da oferta! Influencia sim!

Não adianta escreverem no início do vídeo que não é uma recomendação de compra, porque acaba sendo. Eles não são críticos o suficiente para te fazer pensar. Eles são diretos e persuasivos o suficiente para te fazer crer na boa opção! Isso é maldade. Fingem um altruísmo inexistente. Não tem bonzinho no mercado!

Eu recomendo que, antes de entrar em qualquer IPO, estude o segmento da empresa, entre no site da empresa, tente ter contato com pessoas que trabalham em cargos de diferentes aspectos da empresa (comercial, RH, produção, logística) e tome a sua decisão. Tenha respeito ao seu dinheiro, acima de tudo.

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