Conheça a Rede D’Or, uma das empresas mais valiosas da B3

O assunto saúde nunca esteve fora dos holofotes, principalmente no Brasil. Contudo, durante o combate a pandemia da Covid-19, este é assunto prioritário. Com isso, muitas pessoas passaram a se engajar em como funciona o sistema de saúde brasileiro, seja o público ou privado. 

Nesse sentido, neste artigo vamos analisar a Rede D’Or, uma das principais redes de hospitais particulares do Brasil. Com mais de 40 anos de atuação, a empresa possui uma marca bastante difundida em algumas regiões brasileiras. Ela também vem expandindo sua atuação, intensificando ainda mais sua participação no mercado.

Além disso, recentemente a empresa realizou seu IPO, onde ocupou a posição de terceiro maior IPO da história da B3. Os R$ 11,39 bilhões da oferta inicial a colocou atrás apenas do Banco Santander e BB Seguridade. Além disso, esse resultado colocou a empresa entre as 10 maiores empresas listadas na B3, com um valor de mercado de R$112,5 bilhões.

Com isso, vamos falar um pouco da história da empresa, seu modelo de negócios e pretensões para o futuro. Acompanhe o artigo até o final para ficar por dentro da Rede D’Or.

História

Rede D’Or

A Rede D’Or tem sua história iniciada em 1977, quando o neurocientista Jorge Moll Filho decidiu realizar seu primeiro empreendimento na área da saúde. Seu primeiro negócio foi o Grupo Lab e, ainda naquele ano, inaugurou a primeira unidade do grupo, a Cardio.

Posteriormente, com a consolidação do negócio ainda na década de 80, o grupo realizou sua expansão. Com isso, dos anos 2000 para cá, Jorge Moll se tornou o dono da maior rede independente de hospitais privados do país.

Sendo assim, com mais de 40 anos de atuação no setor hospitalar, a empresa opera a maior rede independente de hospitais privados do Brasil. A Rede D’Or atua, hoje, em cinco regiões do Brasil, sendo 51 hospitais em sua propriedade, 39 clínicas oncológicas, 11 laboratórios e 8,5 mil leitos.

Modelo de Negócio e Crescimento

Segundo especialistas, existe muito campo para crescimento da Rede D’Or e isso pode ser impulsionado no curto prazo pelo crescimento dos empregos formais. O motivo é que, com o aumento da renda, cresce a solicitação por serviços de saúde na rede privada.

Além disso, devido a um setor bastante fragmentado, ainda há bastante espaço para crescimento da empresa. O fato de possuir ativos e marcas fortes, que estão bastante difundidos em diversas cidades do país, acaba tornando suas instalações o desejo de pacientes e médicos. Isso acaba tornando a empresa como um parceiro de negócios atrativos para seguradoras de saúde.

Com isso, estas seguradoras se beneficiam através de operação eficiente e formas de pagamento alternativas fornecidas pela Rede D’Or. Estas são baseadas em valor e não somente através do modelo comum de taxar por serviço.

Estratégia e Concorrência

Ao avaliar o segmento de hospitais, é possível perceber que os principais concorrentes da Rede D’Or são os hospitais da Beneficência Portuguesa, Albert Einstein, Ímpar e Américas Serviços Médicos. Isso indica que o mercado é bastante fragmentado.

Contudo, estes concorrentes não estão na bolsa de valores. Por exemplo, o Grupo Notredame Intermédica (GNDI3) e Hapvida (HAPV3) possuem modelos de negócios totalmente diferentes. Estes negócios estão voltados para planos de saúde e clientes de baixa e média renda.

Além disso, os concorrentes considerados diretos possuem apenas 5% dos leitos privados no Brasil. Isso indica um bom potencial de crescimento no setor.

Veja também: Indicador de emprego da FGV atingiu maior nível desde fevereiro de 2020

IPO da Rede D’Or

A Rede D’Or realizou seu IPO em dezembro do ano passado (2020). As ações foram precificadas em R$ 57,92, pouco acima da faixa indicativa de preço. Com isso, os papéis da companhia (RDOR3) tiveram boa estreia na bolsa, fechando em alta de 7,73%, ao valor de R$62,40. Com isso, foram captados R$11,39 bilhões de reais no IPO.

Nesse sentido, segundo o prospecto enviado a CVM, a Rede D’Or tem como objetivo utilizar os recursos líquidos da oferta primária para as seguintes situações. A primeira é arcar com os custos de construção de novos hospitais, bem como a expansão de unidades existentes, através de projetos greenfield e brownfield. 

Em seguida, a empresa deseja realizar a aquisição de novos ativos, que podem ser hospitais, clínicas oncológicas, corretoras de seguros de saúde, etc. A ideia é adquirir ativos que agreguem conhecimento e permitam o desenvolvimento de novas frentes de negócio atrativas.

Recentemente, em maio, a empresa realizou uma oferta complementar, emitindo 25 milhões de novas ações. Também foram vendidas 43,82 milhões de ações de acionistas controladores. Os objetivos seguem a do IPO, onde a empresa afirma que pretende utilizar os valores para construir novos hospitais e comprar ativos.

Resultados Rede D’Or

Recentemente, a Rede D’Or divulgou seus resultados para o 1T2021. O lucro líquido da empresa atingiu o valor de R$ 402,4 milhões, uma alta de 254,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa também apresentou uma melhora importante na margem Ebitda ajustada, de 5,2% para 30%. Isso refletiu uma maior eficiência e alavancagem operacional.

Com isso, especialistas da XP apontaram que a Rede D’Or apresentou resultados muito forte, superando as expectativas da própria casa. Segundo eles, este crescimento foi impulsionado por um crescimento robusto da receita, fruto da combinação do desempenho positivo de três fatores. O primeiro são os leitos operacionais, seguidos da taxa de ocupação e ticket médio.

Por outro lado, o Credit Suisse apontou que os tíquetes médios da empresa tiveram queda de 2,3%. Esse desempenho foi motivado da maior ocupação por conta da Covid-19 e pela menor maturidade da base hospitalar recém construída. Contudo, embora a empresa tenha tido maior despesas com pessoal, sua lucratividade foi mantida.

Veja também: Lucro de grandes empresas dobra em relação ao primeiro trimestre do ano

Conclusão

A Rede D’Or vem desempenhando forte resultado e existem alguns pontos positivos no mercado que projetem outros bons resultados, conforme mencionado no texto. Contudo, é importante ficar atento a alguns riscos. Por exemplo, um deles é o impacto do desemprego, que pode ser capaz de afetar bem a receita. Além dos impactos que podem ser causados pela perda de seguradoras.

Com isso, é importante estar atento na atuação da empresa frente ao mercado, principalmente pós-pandemia. É importante também analisar a atuação da empresa frente a concorrentes, visto que empresas como a Hapvida vem verticalizando sua atuação na saúde.

Veja também: Investimentos chineses no Brasil registram queda de 74% em 2020

Total
0
Shares
[activecampaign form=5]
Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Related Posts