Pela primeira vez os investidores do eixo Rio-São Paulo não são maioria na Bolsa de Valores. Esse movimento tem sido um estímulo para que empresas financeiras busquem mercado fora das áreas de capital onde tradicionalmente dominam a mesma clientela.
Apesar de que os investimentos podem ser feitos através da Internet, através das plataformas desktop e mobile das corretoras, é importante saber que mais pessoas em todo o Brasil estão partindo para a renda variável. Fora dos grandes centros ainda é difícil de se encontrar grandes especialistas, porém aos poucos isso está mudando.
Clientes estão sentindo maior confiança na Bolsa de Valores
Os clientes estão tendo maior informação para migrar de aplicações tradicionais, onde apenas investem em renda fixa, muitas vezes em poupança, com rendimentos até menores do que um CDB. Agora com uma grande variedade de empresas que oferecem investimentos na Bolsa e fundos imobiliários, fica mais fácil realizar a diversificação.
“Temos observado nos últimos anos uma mudança estrutural no mercado de capitais brasileiro com o avanço da entrada do investidor como pessoa física na renda variável”, depoimento de Vinicius Brancher, superintendente de relacionamento da B3.
No atual momento, os outros estados do país, tirando Rio-São Paulo, já somam 50.9% da participação total de investimentos na Bolsa de Valores. Esse quadro já estava se apresentando em 2020, neste ano apenas tivemos a permanência deste atual cenário.
Queda da taxa de juros e avanço da tecnologia são responsáveis diretos
A queda da taxa de juros (SELIC) lançou uma semente para que tivéssemos novos investidores, principalmente pessoas físicas. Agora não se tem mais rendimentos consideráveis para pelo menos 80-90% dos investidores em renda fixa, desconsiderando qualquer investimento na poupança, pois está rendendo menos do que a inflação.
Voltando ao que falamos nos parágrafos anteriores, juntamente com a queda da SELIC, aumentaram as plataformas que oferecem investimentos na renda variável no país e também tivemos Bancos que integraram corretoras às suas plataformas, como o Banco Inter.
Até pouco tempo, o banqueiro do Rio de Janeiro ou São Paulo precisava pegar o avião e ir para alguma parte do Sul, Nordeste ou Centro-Oeste. Agora com muitos escritórios que se estabeleceram no Interior, agora existe a possibilidade de se contratar um gestor financeiro que já esteja nestas regiões.
Busca pela renda variável é atrativo para novos negócios
Até pouco tempo, a única alternativa para se abrir uma corretora era estando em um dos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro. Hoje isso não é mais uma regra: uma das maiores fintechs do país surgiu em Vitória (Picpay) é o maior banco digital e agora também corretora (Banco Inter) tem sua sede em Belo Horizonte.
E as previsões para o restante de 2021 e principalmente para 2022 são positivas. Se espera que com as Eleições de 2022, o dólar fique cotado novamente a R $5 ou muito próximo disso, além de que bancos americanos estão recomendando à compra forte de ações e em vários segmentos na América Latina, com foco no Brasil e Chile.