Com alta da inflação, mercado prevê Selic em 5% até o final de 2021

Após o Banco Central do Brasil dar início ao ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, com uma intensidade que ficou acima das previsões e expectativas que se apontava o mercado financeiro, diversos agentes econômicos fizeram novas estimativas de como vai terminar a Selic até o final de 2021, frente a alta dos índices inflacionários.

Essas estimativas foram representadas no relatório Focus nesta semana, que por sua vez, apontaram uma expectativa de que a Selic possa chegar ao patamar dos 5%, número que se coloca até o término do ano de 2021.

Além disso, é a segunda vez seguida que o relatório Focus aumenta sua expectativa sobre a taxa Selic para o final deste ano, de modo que na projeção anterior essa estimativa apontava os 4,5%.

Veja também: Por que a Selic subiu a 2,75%? Era necessário?

Outro aumento também ocorreu na expectativa do relatório em relação ao ano de 2022, que foi colocada em 6% até o final do ano que vem, frente aos 5,5% da projeção anterior. Vale ressaltar que quanto maior o tempo da projeção em relação ao momento atual, mais difícil é se estimar com maior assertividade.

Frente às incertezas causadas pela pandemia e de quando se pode de fato iniciar uma retomada econômica com mais força, fica ainda mais difícil propor estimativas desse tipo, isso foi perceptível principalmente nas projeções realizadas no ano passado.

O fator que mais influenciou no aumento da expectativa de crescimento da Selic aconteceu conforme as estimativas da inflação no mesmo período. A projeção do mercado do Focus para a inflação até o final do ano de 2021 já aumentou 11 semanas consecutivas.

Desta vez, a expectativa é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegue a 4,71% em 2021. No levantamento anterior esse número era de 4,60%. Há cerca de 1 mês atrás era de 3,82%. Após a inflação de 4,52% que terminou 2020, a estimativa colocada era de 3,32%, 1,41 ponto percentual abaixo do que se prevê agora.

A inflação no Brasil em 2021 ficará dentro da meta do Banco Central?

O Comitê de Política Monetária (Copom), que pertence ao Banco Central, divulgou nesta quarta-feira (17), a alta da taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual. Com essa alta, a taxa Selic passou de 2,00% para 2,75% ao ano.

O mercado financeiro, através de diversos especialistas, tinham um consenso na expectativa de que haveria sim uma alta dos juros, mas o valor colocado pela decisão do Copom acabou surpreendendo. Essa alta “fora do esperado” acabou influenciando de certa forma as projeções daqui em diante.

Apesar de variar entre alguns especialistas, a ideia central é que a Selic subirá cerca de 0,5 pontos percentuais, de modo que chegasse a 2,5% ao ano. Desse modo, essa nova alta acabou surpreendendo a maioria e ficando acima das expectativas do mercado.

Quanto à inflação, a meta do Banco Central para 2021 é de 3,75%, mas que tem uma tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Até o momento, a expectativa apontada no relatório Focus sobre o IPCA aponta que estaria dentro da meta (abaixo de 5%), mas com o crescimento acelerado dessa previsão, não se sabe se isso continuará daqui pra frente.

Veja também: As consequências da alta dos juros no mundo

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