A importância do petróleo é indiscutível no desenvolvimento de um país. A mais de 55 anos ele é a principal fonte de energia do planeta. Sua transformação proporciona energia e luz. Esse combustível fóssil não-renovável é um insumo de difícil substituição na cadeia produtiva da era moderna.
Seus produtos são indispensáveis no mundo atual, através do asfalto, gasolina, plástico, querosene e óleo combustível. Esses derivados do petróleo são essenciais ao agente que rege o comércio e a economia mundial: o transporte. Sem ele, insumos e bens finais não poderiam se locomover, comprometendo toda nossa estrutura produtiva.
Além disso, o desenvolvimento de inúmeras indústrias como a automobilística, naval e química só atingiu o nível atual graças à contribuição da indústria petrolífera. A importância crescente da indústria do petróleo originou inúmeros conflitos bélicos ao redor do mundo a partir do século XIX. Isso demonstra seu papel essencial como ativo estratégico para o desenvolvimento da economia moderna.
Fatores que influenciam a formação do preço do petróleo
Oferta e Demanda
Assim como qualquer outra commodity, o preço do petróleo varia de acordo com interações entre demanda e oferta. Quando existe um excesso de oferta no mercado, o preço tende a cair; por outro lado, uma restrição da oferta faz com que o preço do barril tende a aumentar.
Essa relação entre oferta e demanda é a base para entendermos o motivo da elevação do preço do barril do petróleo neste momento de pandemia.
Durante a atual pandemia da Covid-19 muitas pessoas deixaram de sair de casa e de utilizar veículos e o consumo de combustíveis caiu drasticamente, reduzindo a demanda por petróleo. Com os países ainda extraindo petróleo em patamares elevados e sem ninguém para comprar, os preços foram para o abismo.
Para solucionar este problema, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu por reduzir a produção global em meados de 2020. Com a retomada econômica e abertura gradual dos países, a demanda por combustível voltou e isso fez com que o preço do barril do petróleo saísse de 20 dólares para um patamar de 50 dólares, beneficiando a commodity no curto e médio prazo.
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Mercado Futuro de petróleo
A década de 70 foi de turbulência no sistema financeiro internacional, registrando altos níveis de inflação e instabilidade cambial. Como resultado desses desequilíbrios, surgiu nos anos 80 e 90 um vasto mercado financeiro global. A emergência dos mercados futuros para o petróleo, a partir dos anos 80, ocorreu em resposta às fortes flutuações do preço internacional do petróleo, das taxas de câmbio e de juros, atraindo a atenção daqueles que querem se proteger contra o risco do preço (os hedgers), como também dos especuladores e arbitradores.
Um contrato futuro é definido como o compromisso de comprar ou vender determinado ativo numa data específica no futuro, por preço previamente estabelecido. Em geral, esse contrato futuro não implica a necessidade de entrega física do produto na data de vencimento, ou seja, é apenas um mecanismo de proteção de variações nos preços.
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Este tipo de contrato pode ser usado para fazer hedge, reduzindo a exposição ao risco a fim de diminuir perdas, ou para especular, aumentando a exposição ao risco na expectativa de obter lucro. Esse mecanismo permite que os agentes econômicos se protejam de inesperadas variações no preço do petróleo, evitando problemas que possam ocorrer subsequentemente.
Quando os preços dos energéticos caem, também diminui o valor de mercado das empresas, ou seja, essas não conseguem caixa para suas operações e consequentemente podem falhar em honrar seus compromissos de longo prazo.
Entretanto, por outro lado, quando os preços sobem, os governos podem entrar em ação para proteger os consumidores. Portanto, o risco de mercado para estas commodities é uma variável estratégica muito relevante. Tentar se proteger desse risco é essencial para o bom funcionamento das empresas e até para a economia.
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Os impactos da variação do preço do petróleo na economia
Impacto dos preços sobre o consumidor e inflação
O aumento do preço do petróleo influencia diretamente o preço ao consumidor, visto que seus derivados fazem parte do grande consumo das famílias em todo o mundo. Além disso, podem ter um efeito indireto sobre os preços no consumidor através do aumento dos preços ao produtor.
Além do mais, podem existir outras repercussões nos preços no consumidor se os aumentos dos preços devidos a preços do petróleo mais elevado se refletirem em salários mais elevados ou, de um modo mais geral, nas expectativas de inflação. A variação do preço do petróleo impacta diretamente na variação da energia (em alguns países) e no preço dos combustíveis.
Os preços dos outros produtos energéticos substitutos do petróleo, como o gás, também seguem a variação dos preços do petróleo, mas geralmente são afetados com algum atraso.
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Impactos do petróleo sobre a atividade econômica
A oscilação do preço do petróleo e seus impactos na atividade econômica advém do canal do lado da oferta, pois o petróleo representa um fator importante de produção. Um aumento dos preços do petróleo implica um aumento nos custos de produção, dado que a capacidade de substituí-lo é limitada, particularmente no curto prazo.
Além disso, como resultado do aumento dos custos do petróleo, o nível do produto poderá ser reduzido, podendo levar ainda a diminuição da demanda de outros fatores de produção, como o trabalho. Contudo, o impacto sobre o produto pode ser compensado pela reação congruente da política monetária.
Ao estabilizar as expectativas de inflação, uma política monetária orientada para a estabilidade de preços reduz as perdas de produto. Além disso, embora em curto prazo a possibilidade de substituir o petróleo por outros fatores no processo de produção seja limitada, representa uma opção viável para além desse horizonte.
Conclusão
Em suma, se um aumento dos preços do petróleo for considerado permanente, as empresas poderão decidir mudar para um plano de produção menos intensiva em petróleo. Da mesma forma, um choque petrolífero persistente poderá causar uma reestruturação entre setores mais e menos intensivos em petróleo, tornando a economia mais resistente aos choques petrolíferos futuros.