Para quem imagina que as negociações de criptomoedas acontecem apenas nos Estados Unidos, China ou na Europa, está enganado! A maior adoção ao longo deste ano aconteceu no continente africano, com um crescimento de 1.200% em relação ao ano passado.
Os dados são de um relatório da Chainanalys, que é a principal empresa do mundo em análise de dados de blockchain. O resto do mundo também apresentou um aumento significativo no mesmo período, que acumulou 880% de alta.
Além do crescimento massivo de usuários de criptomoedas na África, a adoção na região também subiu muito no último ano, principalmente em Quênia, Nigéria, África do Sul e Tanzânia, que se encontram entre os 20 primeiros no Índice de Adoção de Criptomoedas Global.
Crescimento das criptomoedas na África tem acontecido sobretudo por comerciantes
O crescimento da adoção das criptomoedas tem se dado em especial pela adoção de comerciantes e varejistas, o que acaba se mostrando um contraste bem diferente dos países desenvolvidos, onde são os investidores institucionais que têm puxado o maior volume de negociações com bitcoin.
As negociações P2P têm se mostrado extremamente populares no continente africano, muito mais do que no resto do mundo, sendo um fator importante para a adoção das criptomoedas na região, ao mesmo tempo que as pessoas experimentam fazer compras, enviar remessas e outras trocas que envolvem apenas as criptomoedas.
Comércio de plataformas P2P disparou na África
O crescimento do comércio P2P na África tem disparado desde o último ano, porém fora das exchanges tradicionais. A preferência está por mecanismos informais, como através de aplicativos privados (WhatsApp e Telegram).
Se estima que o volume de transações por peer-to-peer já seja muito maior do que o esperado, em uma região onde as plataformas de P2P já começaram a desviar as atenções das principais exchanges, como a Binance e Huobi, que estão colocando mais as suas atenções para países desenvolvidos e até mesmo na América Latina.
Para alguns especialistas em criptomoedas na África, como Adedeji Owonibi, que é CEO da Convexity, empresa de blockchain que opera na Nigéria, as exchanges centralizadas estão se tornando menos populares conforme os africanos enxergam mais vantagens em realizar transações por P2P.
Assim como em El Salvador, África é uma das regiões menos bancarizadas do mundo
Um dos principais motivos para a adoção do Bitcoin em El Salvador, foi o motivo de que 70% da sua população não possui acesso à contas bancárias e o Bitcoin poderia ser o meio mais fácil para incluí-los no sistema financeiro. Esse exemplo também é muito parecido no continente africano, por conta do baixo poder de compra dos seus habitantes.
Quase 96% das transferências de criptomoedas na África acontecem através de remessas, em muitos casos de africanos que estão trabalhando em países com melhores condições. Os africanos também precisam ficar de olho nos Governos, que não são amigos de criptomoedas e em países como a Nigéria, chegou a haver uma lei onde os nigerianos estariam impedidos de negociar criptomoedas, o que não adiantou em muita coisa.