Após participar da transmissão realizada pela Federação Nacional de Associação dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), junto com outros representantes do mercado financeiro, Fábio Araújo reconheceu a eficiência da blockchain, contudo informou que a mesma não está presente no novo Real Digital.
Atualmente, Fábio possui o cargo de Coordenador dos trabalhos do Banco Central para implementação do Real Digital. Segundo ele, “apesar de ser a tecnologia dominante, a que traz mais possibilidades, não é a única possibilidade que a gente tem, vai depender muito do que a sociedade precisa de uma CBDC”.
Detalhes da transmissão
A transmissão, que ocorreu de maneira virtual, contou com a presença de representantes de outras três instituições. Estes são Keiji Sakai, da R3, Cristiano Cunha, da FinTrender, e Rodrigoh Henriques, representando a Fenasbac.
Ao decorrer da conversa, Fábio explicou como pode ser proveitoso para o país possuir uma moeda virtual, como a CBDC. Segundo ele, “Quem tá nascendo agora, vai ter uma relação diferente com as coisas do que a gente teve”.
Além disso, o Coordenador disse que, “Tudo vai ter uma representação digital. Quando você tem tudo digitalizado, se a moeda tiver fora desse ambiente, vai gerar ineficiência para as operações. Então, o Banco Central acha que nós estamos nos preparando para o futuro”.
Fábio também acrescentou que, a seguir, “o Real Digital servirá para fomentar a transformação digital da nossa sociedade. Facilita a vidas das pessoas, reduz a ineficiência da economia, facilita operações, integra mais pessoas”.
Benefícios do Real Digital
Para explicar melhor o CBDC, Fábio o comparou com o PIX, e disse que “o PIX é basicamente um sistema de moeda digital sintético, como o FMI tem falado. Essa é uma visão mais tradicional da CBDC, que teria mais dificuldade para implantar novas tecnologias como smart contracts”.
Informou também que, “o Real digital terá que ir além do que o PIX oferece e para isso vai ter que ter um passo intermediário que é o Open Banking, que vai fazer com que a informação financeira das pessoas flua de uma maneira natural”.
Segundo Fábio, “Você vai criar um ecossistema de Fintech que vai poder analisar esses dados e criar produtos financeiros mais adequados às necessidades de cada pessoa. Você vai ter tudo isso já dentro de um ambiente digital”.
Para Fábio, o responsável por essa transformação digital não é o Banco Central. Segundo ele, “a sociedade está passando por uma transformação digital e todas as direções que você olha, em todas as relações que a gente tem, a gente tá vendo essa transformação digital chegando e o smart contract é uma parte desse futuro e traz muita comodidade”.
Por fim, Fábio terminou a chamada comentando sobre as políticas do Banco Central, a respeito do Real Digital, em um mercado onde o Stablecoin domina as transações. Para ele, é necessário um “modo de liquidação” e que isso deve ser oferecido ou pelo BC ou por outra empresa, caso contrário o controle sobre a liquidez da economia é perdido.