Com a adoção do Bitcoin em El Salvador, toda rede poderá ser afetada?

Após a adoção do Bitcoin em El Salvador, muitos especialistas começaram a debater sobre o impacto que a decisão teria para toda a rede do Bitcoin. Segundo a equipe da JP Morgan, é possível que aconteça um congestionamento da rede, como um tempo maior para processar as transações na Blockchain.

O que pode acontecer é que El Salvador ainda é um país pobre, muito menos desenvolvido do que nações emergentes da América Latina e que estão adotando o Bitcoin em boa proporção, como México, Argentina e aqui no Brasil. Sendo assim, as transações feitas no país devem ser pequenas, em uma média de 50 mil satoshis apenas.

JP Morgan apresentou o relatório com muitos dados sobre o Bitcoin x El Salvador

O novo relatório da JP Morgan argumenta que a adoção do Bitcoin em El Salvador pode ser prejudicial para a rede do ativo e também servir como uma restrição para os salvadorenhos, que estariam preparados apenas para o uso da moeda com pouca liquidez.

O volume diário de negociações em Bitcoin é em média de US$ 40 a 50 bilhões em todo mundo, sendo que a maior parte destas transações são feitas em volumes gigantescos, facilmente em uma transação de US$ 1 bilhão.

De acordo com os comentários de alguns especialistas, como Steve Palacio e Joshua Younger, a maior parte das unidades da criptomoeda se encontram trancadas em carteiras digitais e que não são movimentadas a pelo menos 1 ano. Dessa forma, a liquidez do BTC é apenas uma fração do fornecimento total atual da criptomoeda.

4% das transações atuais em Bitcoin já está sendo feita em El Salvador

O volume transacionado diariamente em El Salvador já representa 4% das transações atuais de Bitcoin em todo o mundo, também já superando em 1% o montante total que foi transacionado em 2020. A atividade diária com a criptomoeda no país latino deve provocar um congestionamento na rede, fato este que já está acontecendo em pequena proporção.

Lembrando que o Bitcoin foi oficializado como uma moeda de curso legal em El Salvador em junho de 2021. O principal objetivo foi reduzir os custos das remessas que são enviadas dos imigrantes salvadorenhos a outros países. Como o pequeno país ainda tem uma economia muito travada, boa parte das famílias vivem com os recursos de familiares em outros países, principalmente do que chega da Europa e Estados Unidos.

O desafio é mútuo, tanto para a rede como também para El Salvador

Como a blockchain da criptomoeda já é naturalmente lento, pois se trata de uma tecnologia um pouco antiga, criada em 2009 e que aos poucos vêm recebendo atualizações (como a Taproot), as suas transações já naturalmente são mais lentas do que da Ethereum ou Binance Smart Chain.

Por fim, o relatório da JP Morgan adicionou que existem muitos desafios para a implementação do Bitcoin ao redor de vários países, pois ainda existe uma alta rejeição em várias nações sobre a adoção e uso das criptomoedas, muito motivada pela falta de conhecimento e medo de se perder os ativos (não guardar seeds).

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