A ideia de criar uma moeda digital que seja parecida ao Real vem avançando nos bastidores do Banco Central. A moeda digital seria uma extensão da moeda física, que hoje é a minoria em circulação. Com o sucesso do PIX, é cada vez maior a adoção de transações feitas por bancos digitais.
O Banco Central emitiu uma nota interna para “promover discussões internas e com seus pares internacionais visando o desenvolvimento da moeda”. Segundo o BC, a moeda no formato digital vai buscar acompanhar a evolução tecnológica que tomou conta das transações financeiras.
Banco Central vai armazenar as novas unidades
Existe a possibilidade de se desenvolver novos modelos inovadores a partir das evoluções tecnológicas, assim como os contratos inteligentes que conhecemos depois da Ethereum, segunda maior criptomoeda do mundo atualmente. O real digital seria utilizado para pagamentos no varejo, além da capacidade de operações online.
A distribuição da moeda digital será feita através de custódia do Sistema Financeiro Nacional (SFN) juntamente com o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), sem remuneração às instituições financeiras do BC.
Outro detalhe muito importante é que todas as transações vão ser respaldadas e irão oferecer segurança jurídica como regras de privacidade determinadas, em especial a Lei do Sigilo Bancário que já existe desde 2001 e também da Lei de Proteção de Dados.
Moeda irá seguir as recomendações internacionais
A tecnologia da criação da moeda irá seguir todos os protocolos de orientações internacionais e normas legais para contra a prevenção da lavagem de dinheiro, contra o financiamento ao terrorismo e ao financiamento em massa da proliferação de armas.
No momento o real digital ainda está em análise para começar a ser implementado, onde a população também vai precisar ter um conhecimento prévio sobre esta moeda lastreada ao atual real, conhecido de acordo com os Bancos Centrais como CBDC (Central Bank Digital Currencies). Depois se irá discutir qual a tecnologia mais recomendada para a aplicação.
Na nota o BC também comenta que para definir um cronograma, antes de tudo será necessário conversas com o setor privado para detalhar aos mesmos sobre como seria a implementação da moeda.
Previsão do Banco Central é de lançar o Real Digital em até três anos
“Dois a três anos” esse é o tempo estipulado pelo Banco Central para implementar o Real Digital. As condições avaliadas são as tecnologias existentes para auxiliar na produção e segurança que atendam às diretrizes que condizem com a segurança avaliada pelo BC.
Quem também já deu declarações sobre o real digital com lastro na atual moeda física, é o Ministro da Economia Paulo Guedes. Guedes disse que ao lado de um Banco Central Autônomo, a criação de uma moeda digital é mais um passo do Brasil para o avanço tecnológico em combinação com a “economia”.
Ao contrário do que foi comentado por outros membros do Ministério da Economia, Paulo Guedes não deu uma previsão de quando o real digital irá finalmente ser lançado.