CVM suspeita de informação privilegiada no caso Petrobras

O caso da demissão do presidente da Petrobras Roberto Castello Branco que culminou na forte queda das ações da Petrobras na semana passada deve ganhar novos episódios, e até mesmo virar alvo de investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a respeito de operações realizadas durante esse período.

A investigação deve ser aberta após algumas denúncias no qual apontam indícios de que possa ter ocorrido um crime de insider trading em operações de venda nas ações de Petrobras nos papéis PETR3 e PETR4.

A CVM ainda está fazendo a análise de algumas informações preliminares antes de abrir qualquer investigação a respeito do caso, no qual alguém teria ganhado muito dinheiro com operações realizadas na bolsa de valores no dia 18 de fevereiro.

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Em resumo, algum investidor fez a compra de 4 milhões de opções que apostam na queda dos ativos da Petrobras, com liquidação dos contratos para segunda-feira (22). As operações foram feitas pouco antes da live de Bolsonaro que indicaria a troca do presidente da companhia.

Os dois pregões seguintes tiveram forte queda nas ações da empresa, aproximadamente 6% só na sexta-feira (19) e mais de 20% no pregão de segunda-feira (22). O Ibovespa recuou cerca de 4,87% no dia 22 de fevereiro.

Apesar de muitas pessoas terem perdido dinheiro durante esses dois dias, aquele investidor que fez as operações no horário próximo do fechamento do pregão de quinta-feira (18) pode ter lucrado cerca de R$18 milhões.

Vale ressaltar, no entanto, que o simples fato de alguém ter feito operações de uma grande quantidade de ações da Petrobras e se beneficiado com isso ainda não comprova qualquer tipo de crime nos investimentos.

É justamente por isso que a CVM deve abrir essas investigações para apurar se teve alguém que realmente recebeu informações privilegiadas, o que caracteriza o que é conhecido no mundo dos investimentos como insider trading, que é crime.

Contexto do caso Petrobras

Em uma live transmitida por Jair Bolsonaro na quinta-feira (18 de fevereiro), o presidente se mostrou bastante descontente com o fato de a Petrobras ter anunciado um novo aumento no preço dos combustíveis, em especial gasolina e diesel.

O anúncio foi feito pela Petrobras também no dia de ontem (18), reiterando um novo ajuste no preço dos combustíveis nas refinarias, com o diesel subindo 15% e a gasolina 10,2%. Esse percentual representou um aumento de R$0,34 e R$0,23, respectivamente, o que fez com que o preço dos mesmos atingisse R$2,58 e R$2,48.

Bolsonaro considerou o novo aumento “abusivo” e “fora da curva” e mostrou sua insatisfação principalmente ao presidente da Petrobras (PETR4), Roberto Castello Branco. O presidente afirmou que não pode investir na estatal, embora essa atitude de Castello Branco “vai ter consequências”.

Após o caso, ocorreu às quedas intensas não só nas ações da Petrobras, mas também no índice Ibovespa e em outras empresas estatais. Alguém teria sido bastante favorecido com a venda de ações da Petrobras nesse contexto, o que abriu margem para a investigação.

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