Conheça o DeFi 2.0

O movimento de finanças descentralizadas (DeFi) é bastante novo, tendo explodido principalmente nos dois últimos anos, onde começou a ganhar espaço junto às inovações proporcionadas pela tecnologia blockchain, que vem possibilitando diversas novidades no mercado.

Embora o DeFi seja bastante novo, já se discute sobre sua nova geração, o DeFi 2.0. Nesta nova geração, protocolos ambiciosos buscam ditar um novo rumo para a tecnologia blockchain. Mas o que o DeFi 2.0 quer atingir? É isso o que será discutido no artigo de hoje.

Veja também: Quais são os desafios para regularização do DeFi?

O que é o DeFi 2.0?

Para entender o que é o DeFi 2.0, é necessário, primeiramente, entender o DeFi, o que o movimento atingiu até agora e que problemas ainda precisam ser resolvidos, bem como esta nova onda de protocolos se encaixam no ecossistema atual.

No centro da visão de diversos produtos DeFi, existe o desejo de fornecer alternativas descentralizadas a instrumentos e mercados financeiros tradicionais. Projetos como Compound, Aave MakerDAO e Uniswap têm conseguido utilizar propriedades únicas da tecnologia blockchain, bem como contratos inteligentes. 

Com isso, eles conseguem trazer uma gama de serviços financeiros inovadores, tornando-os disponíveis para uma ampla gama de usuários. O objetivo é democratizar as finanças, libertando o setor de sua dependência de órgãos reguladores, bancos e outros intermediários.

Contudo, isso cria outro problema. Os protocolos precisam pedir liquidez a provedores terceirizados, visto que precisam incentivar estes próprios provedores. Este incentivo é feito através de programas de recompensa de mineração de liquidez, onde os provedores de liquidez recebem tokens para emprestar ativos.

Essa tem se mostrado uma forma eficaz de adquirir liquidez rapidamente, contudo, o problema é que os provedores de liquidez são motivados apenas por recompensas simbólicas e podem deixar o protocolo quando estas recompensas acabarem ou não forem mais vantajosas, e esse é o problema que o DeFi 2.0 quer resolver.

Entendendo o que o DeFi 2.0 propõe

Enquanto a primeira geração de aplicativos DeFi era voltada para os usuários, os novos exibiam um foco claro em serviços B2B. Os produtos DeFi 2.0 tiram vantagem do fato que a primeira geração já conseguiu iniciar a indústria, estabelecendo uma base inicial de usuários.

Nesse sentido, isso foi possível ao criar ferramentas DeFi essenciais que produtos futuros possam usar para construir a próxima geração das finanças descentralizadas. O principal objetivo do DeFi 2.0 é que o setor seja de fato sustentável.

Quando pensamos sobre sustentabilidade, os principais desafios que atualmente travam o setor de se tornar sustentável são: a dependência de fornecedores terceirizados e incentivos simbólicos para garantir liquidez, bem como a correlação quase inexistente do DeFi com as finanças descentralizadas e a economia global.

Sendo assim, resolver estes problemas é o principal objetivo proposto pela segunda geração das finanças descentralizadas, o que pode ser capaz de aumentar a escalabilidade da tecnologia.

Veja também: Empréstimos em DeFi, como funcionam?

Liquidez sustentável

Criar mecanismo para liquidez sustentável é o foco de alguns projetos pioneiros do movimento DeFi 2.0. Um destes projetos pioneiros é o OlympusDAO, um protocolo que busca criar uma reserva de moeda descentralizada.

Nesse sentido, o protocolo vende seu token nativo, OHM, com desconto por meio do que chama de mecanismo de vinculação, que paga o desconto aos compradores em um período de cinco dias. Os usuários podem comprar OHM com criptomoedas, como DAI e ETH, bem como com tokens de provedores de liquidez.

Estes tokens de provedores de liquidez devem incluir pares de transação que incluam o OHM, como OHM-DAO e OHM-WETH. Isso permite que a OlympusDAO possuir sua própria liquidez. Atualmente, a OlympusDAO possui mais de 99,5% de sua própria liquidez.

Além disso, um outro mecanismo que a OlympusDAO utiliza é o staking de OHM, que reduz a pressão de venda sobre o token. Demonstrando o enfoque do DeFi 2.0 em B2B, conforme mencionado anteriormente, a Olympus DAO lançou um produto chamado Olympus Pro.

Este permite outros protocolos de utilizarem seu mecanismo de ligação para adquirir sua própria liquidez. Um outro projeto DeFi 2.0, chamado Tokemak, aborda o problema de um ângulo diferente, cada ativo criptográfico é armazenado em seu próprio pool, chamado de reator.

Enquanto isso, os detentores do token nativo do protocolo TOKA, assumem o papel de “diretores de liquidez”, votando sobre onde a liquidez deve fluir. Com este projeto, a Tokemak visa criar um protocolo de criação de mercado descentralizado.

Emponderando DAOs

A construção de mecanismos de valor controlados por protocolo é uma forma pela qual o DeFi 2.0 se propõe a beneficiar DAOs. Contudo, os pioneiros do movimento esperam que não seja a única forma.

Ao reafirmar o foco B2B do movimento, Scoopies Truples, da Alchemix, antecipa que a nova onda de produtos das finanças descentralizadas criará muitas ferramentas úteis que ajudarão as DAOs a competir com as corporações.

Além do DeFi

Em última análise, esse deve ser o objetivo geral do DeFi 2.0. Hoje, o espaço DeFi é ainda bastante auto suficiente. Mas este não é o caso das finanças tradicionais, que estão principalmente a serviço da economia em geral. Em contraste, o DeFi praticamente existe em sua própria bolha, o que limita seu alcance.

Isso prejudica a sustentabilidade do setor. Felizmente, alguns dos principais projetos DeFi 2.0 estão percebendo que o financiamento descentralizado precisa ser mais que apenas um meio para trocar ativos criptográficos.

Conclusão

Embora o DeFi 2.0 possa parecer uma narrativa temporária, os conceitos relacionados a ele certamente perdurarão e tornarão a mineração de ativos líquidos mais sustentável. Os protocolos serão capazes de atrair liquidez duradoura sem ficar preso num ciclo interminável de subsidiar usuários com recompensas de mineração.

Além disso, não necessitam competir com novos “forks” que podem ser lançados com um novo token em poucos dias. Em vez disso, os projetos terão uma maneira de permitir uma rápida inicialização, ou atrair capital inicial para uma nova rede ou então uma segunda camada, sendo uma escolha e não a única opção.

Em relação aos protocolos já existentes, certamente estes não se tornarão obsoletos, visto que, como a maioria dos outros protocolos blockchain, os pioneiros em DeFi 2.0, são de código aberto, o que permite que os protocolos DeFi de primeira geração possam adotar a mesma estratégia.

Veja também: Yearn.Finance, um protocolo DeFi que gera renda passiva

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