Aumento do preço das commodities elevará o custo de alimentos

Somente nos últimos 12 meses, o aumento dos principais produtos agrícolas na indústria dos alimentos variou de 18% até 74%, de acordo com um estudo. O registro levou em conta desde agosto de 2020 até o último mês, onde avaliou o aumento das principais commodities agrícolas que são utilizadas na indústria de alimentos.

Esses avanços acabam refletindo em preços elevados para o consumidor final. O levantamento que foi realizado pela associação analisou insumos como o milho, soja e café robusta que subiram 74%, 67% e 63% respectivamente durante o período. Açúcar e soja tiveram um aumento de 58% e 37%.

Até as menores variações das commodities subiram mais do que a inflação

Nos últimos meses, as menores variações foram para o cacau com 18% e a do arroz que acumula 19%. No último mês, o índice de commodities agrícolas das Nações Unidas chegou a 32,9%, com uma alta de 3,1% em relação ao mês de julho.

Segundo a equipe da Abia, parte do aumento dos preços das commodities e insumos utilizados pela indústria estão restritos às ofertas do mercado interno e também no mundo. Houve uma redução de 25% em relação à segunda safra, devido ao clima menos favorável, que contribui para diminuir o ritmo de comercialização dos grãos dentro do país.

Outro fator decisivo para o levantamento, é a projeção de um produção que não consiga abastecer o consumo, com uma redução proporcional do número de estoques ao longo do ano, somado ao aumento que a China está pedindo em sua demanda.

Custos das indústrias dos alimentos também deverá subir

Além das commodities, é esperado que os custos das indústrias dos alimentos também cubra a subida no preço das embalagens, o que vai impactar diretamente na produção e exigir maiores adaptações ao novo cenário.

Ainda segundo a Abia, embalagens e matérias-primas correspondem a 60% dos custos necessários para a produção nas indústrias. De acordo com um levantamento realizado pela Fipe, a média da carga tributária sobre os alimentos no Brasil é de 23%, uma das mais altas do mundo.

Somente para os produtos que correspondem à cesta básica, a carga média dos tributos é de 9,8%. O valor atual da cesta básica praticada em diversas capitais corresponde à 60% do salário mínimo, que se encontra cada vez mais defasado e com a pior proporção dos últimos 15 anos.

Quem vence e perde com a alta das commodities?

Os produtores de petróleo e gás são quem serão os maiores beneficiados do ano com a alta dos preços de commodities, em um estudo que foi realizado com 45 países. Somente nos Emirados Árabes Unidos e Catar, as exportações líquidas irão aumentar 10% somente no acumulado do ano.

Porém outros países terão que pagar mais no preço das commodities, como o Japão e vários países da Europa Ocidental. Os cinco maiores perdedores estão localizados na Ásia, como Vietnã e Bangladesh que correm risco sério de desabastecimento, como de combustíveis e alimentos que estão entre os itens mais caros.

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