Muito se fala sobre o poder dos juros compostos e o quanto isso é fundamental para se criar patrimônio através dos investimentos, seja em renda fixa ou renda variável. Contudo, quando estamos mais precisamente falando sobre ações, recebemos o lucro da companhia.
Esse rendimento, bastante conhecido como dividend yield pode ser reinvestido, gerando um montante bastante interessante no longo prazo. Essa prática comumente utilizada por investidores de longo prazo tem um potencial muito interessante para rentabilizar a carteira.
Contudo, poucos fazem o cálculo considerando o recebido em dividendos sobre o custo de aquisição. Ao realizar essa análise em um longo prazo, percebemos o quão interessante é essa métrica para avaliar investimentos nesse horizonte mais longo.
Com isso, no artigo de hoje, falaremos sobre essa métrica e seus possíveis efeitos no longo prazo. Esteja conosco até o final e compreenda mais ainda a necessidade de se pensar os investimentos considerando prazos maiores.
O que são os proventos?
Sem dúvidas os dividendos são os tipos de proventos mais conhecidos pelos investidores que atuam no mercado financeiro. Contudo, existem outras formas de distribuição de lucro para os acionistas.
Direito de subscrição, bonificação e juros sobre capital próprio, são algumas das formas de distribuição de proventos que uma empresa pode realizar.
Os juros sobre capital próprio é uma modalidade que sofreu recentemente uma alteração através de projeto de lei, que propôs sua extinção. Sendo também decorrente da divisão de lucro o JSCP, é pago em dinheiro e funciona como um benefício fiscal.
Já a bonificação e o direito de subscrição, não são pagos em dinheiro, no caso da bonificação, o benefício é direcionado ao acionista que recebe parte do lucro das reservas de capital convertido em ações.
Já no caso do direito de subscrição, o benefício está relacionado à manutenção da posição que um investidor tem em determinada companhia, ou seja, há uma prioridade na compra de novas ações emitidas, visando manter a participação do investidor inalterada.
Dessa forma, a Lei das SAs determina que as empresas de capital aberto tenham que distribuir pelo menos 25% de seu lucro líquido aos acionistas.
Contudo, em alguns casos onde há problemas financeiros envolvidos, a empresa é autorizada a suspender esses pagamentos.
Com isso, o dividend yield é o indicador responsável por sinalizar o quanto foi gerado, logo abaixo explico com mais detalhes como funciona de fato essa importante métrica do mercado.
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O que é o dividend yield?
O dividend yield é um indicador que mostra a performance de um ativo em relação ao pagamento de proventos. Assim, por meio dessa métrica, é possível estabelecer uma relação entre os dividendos distribuídos ao longo de um ano e o preço de cotação do ativo em questão.
Dessa forma, o dividend yield ou DY de forma abreviada, pode ser utilizado para o investidor compreender quanto provavelmente irá receber de proventos nos próximos 12 meses, considerando os dados históricos de pagamento da companhia.
Assim, do ponto de vista do investidor que busca rendimentos periódicos, é possível, através desta métrica, avaliar se o investimento deve ou não ser realizado.
Preço de aquisição de uma ativo e o seu custo médio
O preço de aquisição do ativo se dá considerando o preço de “tela”, ou seja, o preço que o investidor aceitou pagar ao executar uma ordem. Enquanto o preço médio, como o próprio nome sugere, é a média dos preços praticados pelas ordens de diferentes tipos de compra.
Por exemplo, ao adquirir 100 ações de Via Varejo (VIIA3) ao preço de 8R$ e em seguida mais 100 ações ao preço de 6R$, podemos dizer que o preço médio de VIIA3 em sua carteira é de 6R$.
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Como funciona o yield on cost
Após entender o conceito de preço médio, podemos finalmente falar do yield on cost, este é um indicador que costuma ser deixado de lado por muitos investidores. Porém, ele é muito relevante.
Ele nos diz, o quanto uma companhia está distribuindo dividendos em relação ao preço médio dispostos na sua carteira. Em outras palavras, diferente do dividend yield que considera os proventos distribuídos em relação ao custo de aquisição presente de um ativo, o yield on cost, considera o preço médio de aquisição.
Essa métrica é importante, pois, em dados momentos, uma companhia pode simplesmente estar pagando menos proventos por estar reinvestindo em suas operações visando entregar um melhor resultado no futuro.
Dessa forma, o yield on cost pode ser mais fiel ao que o investidor está procurando quando ele pensa em crescimento de seus rendimentos atrelados a aquisição de boas empresas. No longo prazo, isso pode fazer total diferença.
Investindo para o longo prazo com yield on cost
Dessa forma, como vimos, o yield on cost calcula o rendimento de dividendos em relação ao preço médio de aquisição apontado na sua carteira. Com isso, empresas que estão gerando receitas e aumentando suas distribuições de proventos ao longo do tempo podem então gerar um yield on cost muito alto.
Com isso, é possível perceber a importância dessa métrica, a medida que a mesma pode representar o quanto esse ativo entregou em crescimento junto a sua expectativa de entrega de resultados em termos de proventos.
Dessa forma, no longo prazo o yield on cost se mostra muito interessante como uma métrica a ser utilizada para tomada de decisão, inclusive no sentido de aumento ou não de posição em determinados ativos.
Conclusão
Métricas como dividend yield e o yield on cost são de fundamental importância para compararmos investimentos cujo objetivo seja obter rentabilidade ao longo do tempo através de proventos.
Em outras palavras, para compararmos de forma adequada, os investimentos de empresas pagadoras de dividendos com outras opções de renda fixa que pagam juros ou mesmo fundos imobiliários que pagam dividendos.
Com isso, observar esses rendimentos através do custo médio de aquisição pode ser uma forma interessante de se ter uma visão mais apurada da realidade.