Há seis meses, a Venezuela se mantém em alta em volume de negociações de Bitcoin. Na última semana foi cotado mais de US$ 2 milhões em unidades de Bitcoin movimentados. O principal motivo é que a Venezuela transita por um processo de hiperinflação, desde o ano de 2017. isso projeta uma desvalorização exorbitante da moeda local. Para entender melhor, um dólar equivale a mais de 3.600.000 bolívares da Venezuela.
Assim, com a grande desvalorização da moeda, ocorre um evento muito incomum, a dolarização informal da Venezuela. Nesse caso, muitos venezuelanos buscam realizar qualquer transação em dólar. Além desse fenômeno, com a inflação quase incontrolável, é muito comum no país a adoção de moedas digitais por boa parte da população, para assim tentar garantir estabilidade monetária.
Benefícios do Bitcoin para a Venezuela
Para entendermos melhor a participação da Venezuela no criptomercado, devemos lembrar que o país é pioneiro nesse assunto. A alguns anos atrás, o país lançou a primeira criptomoeda estatal do mundo, conhecida como Petro. Todavia, como essa criptomoeda é lastreada com base no petróleo do país, a mesma permanece sob controle do governo. Assim, o cenário econômico não obteve mudanças muito drásticas.
Graças a esse cenário, a busca por uma moeda virtual mais disruptiva, como o Bitcoin tem se mostrado, vem se popularizando pelo país, segundo o site Coin Dance, que demonstra alta no gráfico do volume de compra de Bitcoin na Venezuela. Assim, dá para perceber que mesmo com a atual queda no valor da criptomoeda, o volume de compra no país permaneceu alto nos últimos 6 meses.
Com exatidão, o volume de negociação de Bitcoin na última semana ultrapassou mais de 7 trilhões de bolívares, isso convertido em dólares é equivalente a mais de US$ 2 milhões, na cotação da última quarta-feira (21).
Uma moeda disruptiva
Quando uma moeda sofre muita oscilação em seu preço de mercado, ela é chamada de uma moeda disruptiva. Mesmo após 12 anos desde o seu lançamento, o Bitcoin é conhecido por muitos pelo seu ciclo volátil, assim considerado disruptivo.
Segundo Rob Viglione, co-fundador e CEO da Horizen, “a única coisa consistente sobre o Bitcoin e o mercado cripto é um grande grau de incerteza”. Além disso, segundo ele, “estamos testemunhando, em tempo real, o nascimento de uma indústria, o nascimento de um novo sistema monetário e o nascimento de uma nova economia peer-to-peer; criar um novo mundo é um negócio complicado”.
Em outro momento, o CEO da Horizen informa que a moeda virtual é descentralizada, sem fronteiras e desvinculada de qualquer governo. Além de que os titulares podem enviar e receber rapidamente, bem como de forma pseudônima. Ele também aponta que a moeda tem um suprimento máximo finito, listado publicamente.
Com base em seu código, a cada 4 anos, a moeda limita automaticamente a quantidade de novos Bitcoins que entram no ecossistema, evento conhecido como halving. Além disso, atualmente o Bitcoin passa por um momento pós-halving, que aconteceu em maio de 2020, onde apenas 900 bitcoins passaram a ser emitidos por dia. Mesmo com a volatilidade do BTC, a moeda virtual ainda é considerada mais segura do que a moeda local da Venezuela.