Tezos é uma blockchain multipropósito, que combina protocolos de auto-correção e governança on-chain para gerenciar futuras mudanças e implementações na rede. Ele suporta a criação de novos tokens e contratos inteligentes, ou seja, suporta a criação de aplicativos descentralizados, os dApps).
Nesse sentido, o sistema de governança da Tezos permite que os detentores do token nativo da rede (XTZ) possam tomar decisões em conjunto com o intuito de melhorar a rede ao longo do tempo, diferente de modelos menos inclusivos, como Bitcoin e Ethereum.
Com isso, após a decisão por parte dos detentores da XTZ, o software que permeia a blockchain é atualizado automaticamente, permitindo que as alterações sejam feitas. Utilizando esse sistema, a Tezos busca reduzir as hipóteses de sua blockchain sofrer um “fork” (divisão), criando criptomoedas separadas.
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Inovações no ecossistema Tezos
Como o whitepaper da Tezos dias, “a Tezos pode realizar sua própria atualização através de um processo de emenda dentro de um protocolo, sem a necessidade de realizar um hard fork. Realizar atualizações desta forma acelera a inovação, reduz a probabilidade de divisões contenciosas e coordena as partes interessadas do ecossistema por um longo período de tempo”.
Sendo assim, ainda segundo o whitepaper “para desenvolvedores que estão programando na Tezos, a capacidade de atualização fornece uma garantia que o protocolo funcionará sem problemas por muito tempo no futuro, a Tezos foi construída para resistir ao tempo”.
Uma coisa a se notar sobre os hardforks é que, por definição, eles geralmente acontecem em um momento de instabilidade do protocolo que está sofrendo este processo. O fato de as coisas terem chegado a um estágio em que protocolo deve se tornar completamente diferente, é um indicador de divisão no sistema.
Aumento do preço dos tokens nativos
Se a Tezos, como uma blockchain, pode evitar hardforks o máximo possível e possui um sistema de mudanças que pode ser suportado por pelo menos 80% da comunidade da rede, em tese, deve haver mais estabilidade dentro do seu ecossistema.
Nesse sentido, em teoria, isso seria bom para o preço de qualquer token. Contudo, não é apenas a implementação automática de mudanças de protocolo que torna a Tezos notável, existem outros recursos que tornam a Tezos um protocolo interessante.
Por exemplo, existem duas partes da blockchain. Uma parte é a “shell”, uma parte da programação que se altera com base na votação do usuário e trabalha com transações e administração da rede. A outra parte é o protocolo, que envia informações para a “shell”.
A relação entre o Tezos e OCaml
O protocolo Tezos é escrito em OCaml, uma linguagem de uso geral, com ênfase na segurança e expressividade. O OCaml permite a criação de software de alta garantia, usada em aplicativos de missão crítica, onde um único erro pode custar milhões.
A OCaml possui uma biblioteca extensa, padrão e eficaz para muitos aplicativos, semelhantes ao Python. Além disso, a torna adequada para engenharia de computação em grande escala. Essa linguagem é também usada por grandes empresas, como a Bloomberg e o Facebook.
Tezos e seu modelo de contrato
De forma similar a Solidity, da Ethereum, a Tezos possui seu próprio modelo de contrato inteligente, chamado de Michelson. Ela é uma linguagem baseada em low-level-stack, que não contém variáveis. Foi projetado para agilizar o que é conhecido como “verificação formal”, o que permite aos usuários fornecerem provas de propriedade de seus contratos.
Diferente de outras linguagens de programação, a Michelson pode ser um pouco mais restritiva e não é tão fácil lidar com isso. Mas esse é o propósito de seu projeto, uma vez que também torna muito mais fácil fazer a verificação formal de um contrato inteligente.
Liquid Proof-of-Stake
Se tivéssemos que escolher o maior atrativo de venda da blockchain Tezos, certamente seria seu mecanismo de consenso, a liquid proof-of-stake. Portanto, é crucial entender profundamente o que separa a Tezos de outras blockchains que utilizam o proof-of-stake.
Nesse sentido, o proof-of-stake é um tipo de mecanismo de consenso que permite aos usuários validarem transações de acordo com o número de moedas que eles possuem. Com isso, o liquid proof-of-stake (LPoS) deriva do proof-of-stake, embora funcionem de formas bem diferentes.
Contudo, o LPoS não deve ser confundido com o DPoS (delegated proof-of-stake), o algoritmo de consenso da blockchain EOS, Tron e muitas outras blockchains disponibilizadas no mercado.
O aspecto mais importante a ser avaliado é que o objetivo de criar um novo algoritmo de consenso é para manter um sistema modular que pode facilitar perfeitamente a governança efetiva da rede. Novamente, o objetivo final é preservar a rede e resolver disputas, sem dividir a comunidade.
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Criptomoeda XTZ
Como outras plataformas blockchain, os usuários da Tezos utilizam o token nativo, XTZ, para realizar o pagamento de taxas de transação e a execução de contratos inteligentes. Mas esta não é uma fonte significativa de receita para validadores da Tezos, onde taxas de transação costumam ser consideradas insignificantes.
Em vez disso, a XTZ desempenha um papel central no mecanismo de consenso da Tezos, bem como no sistema de governança. Os usuários podem realizar o stake de XTZ para participar na validação de transações. Todos os tokens em processo de stake recebem uma recompensa em forma de token XTZ.
Além disso, o staking permite aos usuários direito de voto dentro da Tezos, permitindo que os usuários possam ajudar a determinar o futuro da blockchain. Este modelo permite que qualquer detentor do token participe do sistema de governança na rede Tezos.
Segundo a TradingView, atualmente, a cotação do token XTZ é de US$4,71. Sua máxima histórica foi atingida em dezembro de 2017, quando a cotação do token bateu US$10,56
Conclusão
Por ser uma blockchain auto-corrigida, a rede Tezos (XTZ) provavelmente irá se adaptar e será capaz de navegar pela complexa indústria criptográfica com sucesso. Problemas surgirão no futuro, mas o protocolo é construído para resistir aos obstáculos que surgirem em seu caminho.
A Tezos está continuamente se atualizando, com muitos desenvolvedores explorando diferentes maneiras de melhorar a rede em termos de privacidade, algoritmos de consenso melhores, escalabilidade, etc. Alguns dos aprimoramentos do protocolo incluem a Tenderbake, Avalanche, sharding e outras soluções de cama 2.