A taxa de desemprego no Brasil atingiu recorde no Brasil, chegando a 14,7% no 1º trimestre de 2021. Esse percentual corresponde a 14,8 milhões de brasileiros que estão sem emprego, número que também é um recorde. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
“É a maior taxa e o maior contingente de desocupados de todos os trimestres da série histórica, iniciada em 2012” informou o IBGE. Os dados mostram uma alta de 6,3% na porcentagem de desemprego em relação ao 4º trimestre de 2020, e correspondem a 880 mil pessoas a mais na fila por uma vaga de emprego no Brasil.
No entanto, essa alta já era esperada para o primeiro trimestre de 2021. A média das previsões era de que a taxa ficaria em 14,7% para esse período. Apesar desse número ter sido apenas uma estimativa, ele acabou sendo bastante assertivo.
“O primeiro trimestre de cada ano, como a gente já viu em outros anos, é um período de aumento da desocupação. Ou seja, não é um movimento específico desse ano, mas um comportamento relativamente para este trimestre do ano. Mas, essa sazonalidade pode estar sendo aumentada pelos efeitos de 2020 sobre o mercado de trabalho”, afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Desalentados atingem recorde nos dados do desemprego
O IBGE apenas considera como desemprego o caso trabalhadores que procuraram emprego até 30 dias antes da realização da pesquisa. As pessoas que desistiram de procurar uma oportunidade no mercado de trabalho são chamadas de desalentadas.
Essa parcela da população brasileira também atingiu recorde, chegando a 6 milhões de pessoas, número 25,1% maior que o mesmo período do ano passado. O contingente de brasileiros subutilizados também atingiu recorde, chegando a 33,2 milhões de pessoas, representando um aumento de 3,7% em relação ao trimestre móvel anterior.
Na classificação de desemprego, estão os trabalhadores considerados como subutilizados, incluindo os desempregados, desalentados, subocupados (trabalham menos de 40 horas semanais), e quem poderia estar ocupado, mas não trabalha por motivos diversos.
Outros dados sobre a pesquisa
Confira a seguir outros destaques da pesquisa feita pelo IBGE:
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A categoria dos trabalhadores por conta própria teve um crescimento de 565 mil pessoas em 3 meses;
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Desemprego entre as mulheres atingiu recorde de 17,9%;
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A taxa de desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos se mostrou bem mais alta do que a média nacional, atingindo patamar de 31%;
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Em um ano, houve redução de 6,6 milhões de postos de trabalho no país;
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A população ocupada ficou estável (85,7 milhões) em relação ao 4º trimestre de 2020.
“Como a gente vinha observando anteriormente, grande parte do avanço da ocupação vinha da informalidade, o que não ocorreu neste trimestre. A taxa de informalidade ficou estável na comparação com o 4º trimestre de 2020, o que pode ajudar a explicar a estabilidade da ocupação”, concluiu Beringuy, em relação à pesquisa sobre o desemprego no Brasil.