Fonte: Agência Brasil
A queda da inflação fez o governo reduzir o reajuste do salário mínimo para o próximo ano. Segundo o projeto do Orçamento de 2021, enviado hoje (31/ago) ao Congresso, o mínimo subirá para R$ 1.067 em 2021.
O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, enviado em abril, fixava o salário mínimo em R$ 1.075 para o próximo ano. O valor, no entanto, pode ser revisto na proposta de Orçamento da União dependendo da evolução dos parâmetros econômicos.
Segundo o Ministério da Economia, a queda da inflação decorrente da retração da atividade econômica impactou o reajuste do mínimo. Em abril, a pasta estimava que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) encerraria 2020 em 3,19%. No projeto do Orçamento, a estimativa foi revisada para 2,09%.
A regra de reajuste do salário mínimo que estabelecia a correção do INPC do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) de dois anos antes perdeu a validade em 2019. O salário mínimo agora é corrigido apenas pelo INPC, considerando o princípio da Constituição de preservação do poder de compra do mínimo.
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PIB
O projeto do Orçamento também reduziu as estimativas de crescimento econômico para o próximo ano na comparação com os parâmetros da LDO. A projeção de crescimento do PIB passou de 3,3% para 3,2% em 2021. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como índice oficial de inflação, caiu de 3,65% para 3,24%.
Outros parâmetros foram revisados. Por causa da queda da Selic (juros básicos da economia), a proposta do Orçamento prevê que a taxa encerrará 2021 em 2,13% ao ano, contra projeção de 4,33% ao ano que constava na LDO. O dólar médio chegará a R$ 5,11 em 2021, contra estimativa de R$ 4,29 da LDO.
Na pandemia, o PIB chegou a ter uma contração de quase 8%, e isso impactou severamente os preços, levando a uma das menores inflações registradas nos últimos anos.
Inflação
O Relatório Focus, documento que tem a mediana das estimativas de gestores e economistas sobre a economia, relata que o mercado financeiro está esperando uma inflação acumulada de 3,0% para os próximos meses.
No Brasil, existem diferentes índices para medir inflação por setores e segmentos rendas. O índice principal adotado é o IPCA. Embora ele esteja sob controle, há uma preocupação com outro índice, o IGP-M, usado no reajuste de aluguéis. Os economistas esperam que ele acumule 4,14% nos próximos meses.
Na prática, o salário mínimo está sendo reajustado abaixo dos dois principais índices de inflação no Brasil: IPCA e IGP-M.
Vale lembrar que os preços estavam em queda por conta da baixa procura por produtos e serviços na pandemia. Então a tendência é que IPCA e IGP-M passem a crescer conforme a demanda vai voltando ao normal.