Risco de processo faz 5 conselheiros da Petrobras desistirem da renovação de mandato

Após 4 membros do Conselho de Administração da Petrobras terem decidido na última terça-feira (2) não renovarem o contrato com a companhia, nesta última quarta-feira (3) um 5º membro também já rejeitou indicação do Governo para continuar no cargo.

Todavia, as tensões na Petrobras aumentaram após o episódio da indicação de um novo presidente para a companhia, que assumiria o lugar de Roberto Castello Branco. O fato ocorreu no dia 19 de fevereiro e acarretou na queda de mais de 20% nas ações da Petrobras em um único pregão, além de 6% em outro.

Com isso, aumentaram os rumores de que os acionistas da Petrobras entraram com uma ação conjunta contra a companhia. Dessa forma, a questão acabou aumentando o receio dos conselheiros em continuar no cargo, ao passo que, não devem renovar seu contrato para se manter na empresa.

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A própria Petrobras informou nesta última quarta-feira que os 5 conselheiros pediram para serem substituídos. Entre eles, estão incluídos nesse momento João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha, que já haviam revelado o desejo de sair do cargo antes.

Agora se junta a eles Leonardo Pietro Antonelli, que havia anteriormente sido eleito pelos acionistas minoritários ao cargo. Apesar disso, a Petrobras explica em comunicado que “A não recondução do conselheiro não impede que ele seja eventualmente indicado e eleito novamente pelos acionistas minoritários, caso haja solicitação de voto múltiplo e ele receba votos para tanto”.

Os novos conselheiros serão confirmados só após uma assembleia-geral extraordinária, que por sua vez, ainda não tem data marcada para ocorrer. Desse modo, deverão ser eleitos novos conselheiros a partir de então para o próximo mandato na companhia petroleira.

O cargo na empresa virou um risco aos conselheiros?

Um dos membros do colegiado afirmou que “o risco é muito grande”, referindo-se ao fato de que os processos que viriam dos acionistas poderiam trazer problemas aos conselheiros, que são pessoas físicas, com risco de terem seus bens bloqueados, por exemplo.

Além disso, os acionistas da Petrobras iniciaram algumas ameaças de ir até a justiça após o episódio em que o presidente Jair Bolsonaro decidiu retirar o presidente da companhia e indicar o general Joaquim Silva e Luna.

A troca veio após insatisfações e por não concordar com a política de reajuste de preço dos combustíveis que estava sendo feita por Roberto Castello Branco, conforme as variações do mercado internacional.

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Além disso, os conselheiros também se encontram apreensivos em relação à interferência do governo federal sobre a Petrobras, ao contrário da prática que era realizada na companhia até então. Alguns consideram indícios de interferência do Governo na empresa, mas Bolsonaro nega que tenha interferido ou que vá interferir na política de preços.

Um dos conselheiros que deixará o cargo afirmou que: “ O Governo estava deixando a empresa ter sua gestão. Havia um conselho bom, com competências diversificadas. Pessoal sério. Diretoria executiva competente e fazendo uma transformação na Petrobras em todos os sentidos.”

E continua dizendo que: “Tem muita coisa de melhorias sendo feita nas áreas digital e de recursos humanos. É uma transformação ampla, com planejamento estratégico bem definido e elaborado. Estava sendo bem executado. Aí, de repente, tem uma intervenção dessa. Para mim, aquele projeto está em dúvida”, completou o conselheiro da Petrobras, segundo reportagem da CNN Brasil.

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