O colapso da bolsa de valores no atentado de 11 de setembro de 2001

O atentado nas Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, foi sem dúvidas, uma das maiores tragédias da história recente no mundo contemporâneo. Foi um episódio que marcou a história da humanidade, por uma série de fatores que tornaram aquele dia inesquecível.

Não só a população dos EUA em si ficou em estado de choque durante dias, com os receios do que poderia acontecer depois daquele episódio, mas também os próprios investidores acabaram sendo tomados pelo pânico, o que resultou no colapso da bolsa de valores.

Você já deve ter ouvido falar muito a respeito desse tema, mas talvez nem tanto sobre o que ele impactou no mercado financeiro como um todo. A abordagem aqui é justamente explorar melhor esses pontos voltados aos investidores.

A partir de agora vamos contar um pouco mais sobre a história desse evento que é lembrado até hoje e que acabou transformando completamente a aviação com o qual se conhecia até aquele momento.

O atentado às Torres Gêmeas: Como aconteceu?

Eram 8h46 quando o primeiro avião atingiu a Torre Norte do World Trade Center. Naquela manhã, nada do tipo era esperado pelas pessoas na movimentada região de Manhattan, em Nova York.

A partir daí, todas as mídias americanas, assim como as brasileiras, noticiaram o acontecimento como se fosse um grave acidente de avião que havia batido no prédio, a princípio, ninguém sabia o que estava realmente acontecendo.

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Enquanto acompanhavam o caso de perto e faziam a repercussão desse “acidente”, outro avião surgiu sobre a Torre Sul, se chocando do mesmo. Nesse momento, os EUA viviam um intenso momento de pânico que se instaurou, uma vez que se percebeu que, na verdade, se tratava de um atentado terrorista.

Os aviões utilizados para o ataque foram sequestrados de diferentes voos das companhias American Airlines e United Airlines. Os 4 aviões que foram tomados pelos terroristas pertenciam aos voos: 

1) Voos 11,175 e 77 da American Airlines. Os dois primeiros decolaram ambos a partir de Boston e tinham destino comum até Los Angeles. O terceiro partiu de Boston, mas também iria até Los Angeles.

2) Voo 93 da United Airlines. O único avião que foi sequestrado desta companhia partiu de Newark e chegaria em São Francisco. 

Os dois primeiros voos citados foram justamente os lançados contra as Torres Gêmeas, o terceiro foi o que atingiu o Pentágono, e o último seria no Capitólio, mas caiu antes mesmo de atingir o local.

O presidente dos EUA em 2001 era George W. Bush, que não estava em Washington quando os atentados ocorreram. Após ter sido avisado, ele voltou à capital, e fez seu discurso prometendo caçar os culpados pelos ataques que resultaram na morte direta de 3 mil pessoas.

O pânico e o fechamento da bolsa de valores de Nova York em 11 de setembro

Após o mundo todo saber que os EUA estavam sob um ataque terrorista da magnitude que estava ocorrendo, instaurou-se o medo e o pânico não só entre a população do país, mas também em diversos outros.

Uma vez que o país mais poderoso do mundo foi atacado, viu-se a vulnerabilidade que os EUA e os demais governos estavam expostos a qualquer momento. Não se sabia ao certo se o evento poderia se repetir, e isso fez com que a população ficasse durante dias em estado de choque sobre o caso do 11 de setembro.

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Esse pânico não foi diferente no mercado financeiro e na bolsa de valores. No momento em que ocorreram os atentados às Torres Gêmeas, o pregão da bolsa de valores de Nova York nos EUA ainda não havia sido aberto.

Imediatamente decidiram não abrir os mercados naquele dia, que permaneceram fora de funcionamento durante 4 dias. A medida foi tomada antecipando o caos que ocorreria nos mercados naquele, além disso, alguns escritórios de corretoras funcionavam no World Trade Center e foram totalmente destruídos.

A bolsa de valores de Nova York passou pelo maior período de paralisação desde a Grande Recessão. Além dos 4 dias de paralisação, vieram os dias 15 e 16, que era final de semana, a bolsa de valores continuou fechada nos EUA.

Na abertura do dia 17 de setembro de 2001, o índice Dow Jones recuou 7,1%, o equivalente a 684 pontos, que naquela época havia sido a maior queda da história 

em um único dia. Ao longo daquela semana, que terminou na sexta-feira, dia 21 de setembro, o índice acumulou uma queda de 14,1%, uma perda de 1380 pontos.

A recuperação total das perdas do atentado terrorista do 11 de setembro acabou surgindo a partir do mês de novembro, como podemos ver no gráfico a seguir.

De forma bastante parecida, o índice S&P 500 teve uma queda de 11,6% durante a mesma semana, o que diminuiu o seu valor de mercado em US$1,4 trilhão em apenas 5 dias de pregão, um marco histórico da bolsa de valores nos EUA.

As ações que mais sentiram o impacto foi justamente o das companhias aéreas dos EUA, além dos papéis ligados a empresas do setor de seguros, que puxaram os índices para baixo da maneira como aconteceu.

Após o atentado de 11 de setembro as ações da American Airlines caíram cerca de 39%, passando de US$29,70 para US$18,00 no primeiro dia de pregão após o atentado, que foi dia 17 de setembro. A United Airlines caiu 42%, passando de US$30,82 para US$17,50  na mesma data.

As indenizações pagas pelas seguradoras depois do atentado acumulou o valor de US$40 bilhões. Entre os que mais perderam com isso foi a Berkshire Hathaway, que pertence ao tão conhecido Warren Buffett. 

Depois do episódio, quase todas as seguradoras retiraram sua cobertura em casos de atentados terroristas. Apesar delas terem sobrevivido a esse momento catastrófico, essas seguradoras tiveram grandes perdas de patrimônio.

Como o atentado terrorista dos EUA impactou a bolsa de valores no Brasil?

No dia 11 de setembro, o pregão abriu normalmente no Brasil, apesar de seu funcionamento ter durado até a metade do dia. Mesmo assim, foi suficiente para os investidores virem o índice Ibovespa derreter.

Cerca de 13% de todas as ações da bolsa de valores no Brasil atingiram suas cotas mínimas dos últimos 12 meses naquele dia, o equivalente a 46 papéis de empresas. O Ibovespa, por sua vez, apresentou uma queda de 9,18%.

Após a gigantesca queda, ativou-se o circuit breaker no Brasil, no qual as negociações na bolsa de valores foram paralisadas até o dia seguinte ao acontecimento, ao qual ainda se tinha bastante incerteza pairando no ar. A duração do pregão naquele dia foi de apenas 1 hora e 15 minutos, até as operações serem paralisadas totalmente.

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Douglas Ramos, que na época do atentado trabalhava na corretora BGC Liquidez, contou sua experiência de como foi aquele dia: “Nós estávamos no terceiro subsolo da Bovespa, numa sala sem janela. O diretor de pregão quando viu ser algo grande imediatamente começou a se manifestar e mandou ligar todo o circuito de TV para podermos ver o que estava acontecendo. Eu vi colegas ligando para casa para pedir para buscarem os filhos na escola, poderia ser uma guerra mundial”.

Quais setores e ativos se valorizaram durante o colapso do 11 de setembro?

Apesar dos grandes momentos de terror que refletiram fortemente no mercado financeiro e na bolsa de valores, fazendo com que muitos investidores perdessem muito dinheiro, alguns outros acabaram se dando bem com o momento.

Em momentos de crise, muitos investidores colocam seus recursos para ativos de proteção como o ouro e o dólar. A moeda americana, porém, acabou não tendo destaque nesse dia, uma vez que o país atacado era justamente a maior economia do mundo, que tinha o dólar como moeda oficial.

Foi assim que o ouro acabou ganhando uma incrível valorização superior a 33%, passando de US$215,50 para a cotação de US$287,00, enquanto as ações das bolsas de valores derretiam, com exceção aos papéis ligados ao setor de armamento, defesa e algumas empresas de tecnologia, já que o momento também era de início de tensões que poderiam provocar uma guerra.

Outro ativo que disparou em seu preço nesse período foi o petróleo, já que as tensões entre os EUA e o Oriente Médio poderiam resultar não só em novos ataques, mas também no encerramento das negociações da commodity entre as partes envolvidas. 

Conclusão

O atentado às Torres Gêmeas, ocorrido no dia 11 de setembro de 2001, foi um acontecimento marcante não só como uma tragédia humanitária, mas também terrível para o mercado financeiro e para a bolsa de valores.

O pânico instaurado sobre as incertezas de novos ataques, associados ao fato de ter aumentado a possibilidade da ocorrência de uma guerra, trouxeram todo este medo para setores da economia e a política dos países envolvidos e até mesmo de outros não envolvidos diretamente no episódio, como o Brasil.

Por esses e outros motivos, o terrorismo aplicado sobre o Pentágono e no World Trade Center, revolucionou o setor de aviação, que hoje conta com uma segurança fortíssima para qualquer tipo de voo realizado. Além disso, deixou marcas como sendo um dos pregões históricos que mais marcaram a vida de investidores que viveram aquele momento.

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