Número de brasileiros na bolsa de valores cresce 42% em 12 meses

A Bolsa de Valores oficial do Brasil (B3), sediada na cidade de São Paulo, registrou um aumento de 42% de investidores nacionais nos últimos 12 meses. Isso significa mais de 900 mil novos acionistas, totalizando um pouco mais de 3,2 milhões de pessoas físicas no Brasil atuando no mercado financeiro.

Ao todo, os investidores brasileiros na Bolsa de Valores, somam um patrimônio equivalente a R$ 545 bilhões em ações. Vale ressaltar que a grande maioria destes investidores possuem menos de 40 anos, o que representa uma elevação no conhecimento sobre investimentos em ações, entre o público mais jovem.

Instituições mais consagradas e estáveis no mercado, dominam a preferência por parte de pessoas físicas que decidiram adentrar no mundo tão volátil, que é o de investimento em ações. Entre as ações mais escolhidas na Bolsa estão, por exemplo, as do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Itaúsa e Magazine Luiza.

A expectativa futura para o mercado de capitais B3 é promissora pois, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 88% dos brasileiros ainda utilizam a poupança como sua principal forma de investir, o que abre um leque enorme para o crescimento da renda variável

Em contrapartida, o número de investidores estrangeiros decresceu

Apesar do número de acionistas nacionais ter crescido, com o surgimento repentino da nova variante Delta da Covid-19 em diversos países pelo mundo, acabou interferindo negativamente nos investimentos realizados por investidores estrangeiros na B3 durante o último mês de julho. O total de aplicações estrangeiras retiradas da Bolsa já superam a casa dos R$ 7 bilhões de reais.

Valor que além de gerar preocupação sobre o crescimento do mercado de investimentos provenientes de fora do país na B3, também indica uma interrupção na curva de investidores estrangeiros que vinha crescendo positivamente desde março com impulso da grande liquidez global e do otimismo com o avanço da vacinação.

Com a possibilidade de se tornar necessário a imposição de novas medidas restritivas para combater o avanço da variante Delta, a retirada de investimentos da Bolsa sinaliza a tamanha preocupação de investidores de todo o mundo a respeito da recuperação da economia mundial, principalmente em países emergentes, como o Brasil.

“Essa saída em julho pode ser interpretada como uma reavaliação menos otimista do crescimento global”, afirma Tony Volpon, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil (BC) e atual chefe da gestora WHG.

Ao investir na bolsa de valores, é preciso estar atento ao mercado

Ainda que com pouca informação sobre como tudo funcionava, novos investidores entraram na bolsa de valores, atraídos pelos preços baixos de ações de grandes empresas. Muitos leitores provavelmente ouviram alguém dizer: “com certeza esta ação vai voltar aos valores anteriores da pandemia”.

É fato que diversas pessoas perderam renda, necessário até mesmo utilizar suas reservas de emergência para manter seu custo de vida. Motivo que se faz necessário levar em conta se esses novos investidores estão tomando as devidas precauções no mercado de renda variável. É preciso estar atento e entender onde está se investindo.

Entretanto, com o aumento da acessibilidade nas plataformas digitais que, antes, em sua maioria eram pagas, facilitou a vida do novo acionista ao se arriscar no mercado de ações, onde as mesmas chegam a oferecer até alguns cursos gratuitos para ambientação destes investidores mais inexperientes na Bolsa de Valores.

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