A maioria dos investidores mais ricos do mundo (investidores institucionais) espera que as ações caiam mais antes de comprá-las novamente, devido a preocupações com o impacto da pandemia na economia global, de acordo com uma pesquisa da UBS Global Wealth Management.
Entre os investidores e proprietários de empresas pesquisados com pelo menos US$ 1 milhão em ativos investíveis ou receita anual, 61% desejam ver as ações caírem entre 5% e 20% antes de comprar, enquanto 23% dizem que já é um bom momento para fazê-lo. Cerca de 16% dizem que agora não é o momento de carregar ações, pois é um mercado em baixa.
Indivíduos com alto patrimônio líquido são cautelosos em relação aos ativos de risco, já que 60% dizem que é provável que uma recessão global ocorra nos próximos 12 meses, mostrou a pesquisa de abril do UBS. Ainda assim, eles permanecem amplamente positivos em relação às perspectivas de longo prazo.
Os lockdowns com objetivo de conter o novo surto de coronavírus nas principais economias fecharam os negócios e reduziram a demanda, aumentando significativamente as chances de recessão este ano.
Enquanto as ações subiram mais de 20% em relação às mínimas de março, elas permanecem bem abaixo das máximas de 2020. Investidores defensivos lideraram a recuperação, vista por alguns como um sinal de baixa, enquanto a pesquisa do Bank of America Corp. deste mês mostrou o posicionamento de dinheiro em caixa no nível mais alto desde os ataques terroristas de 11 de setembro.
Dinheiro é rei
A parcela de investidores norte-americanos otimistas sobre sua própria economia no curto prazo caiu para 30% na pesquisa do UBS, de 68% no período até o início de janeiro. Em comparação, cerca de 55% dos investidores asiáticos tinham uma perspectiva construtiva. As perspectivas positivas de seis meses para as ações dos EUA também caíram mais em relação a outras países.
“Embora o otimismo de curto prazo dos investidores em todo o mundo tenha caído significativamente, os níveis parecem se alinhar regionalmente com o ciclo da pandemia”, disse Paula Polito, vice-presidente de divisão da UBS Global Wealth Management.
“Na Ásia, onde a crise e a mitigação do Covid-19 ocorreram anteriormente, os investidores parecem estar um pouco mais otimistas sobre as ações de sua região. Por outro lado, o otimismo parece mais baixo nos EUA, que atualmente está passando por um ápice na crise.”
Quase metade dos participantes da pesquisa não planeja ajustar suas participações acionárias e 37% planejam investir mais, enquanto apenas 16% estão diminuindo seus investimentos.
O UBS entrevistou 2.928 investidores e 1.180 empresários entre 1 e 20 de abril. Os entrevistados fazem parte do grupo de investidores mais ricos do mundo.
Traduzido de Bloomberg.