Acostumados a lidar diariamente com circuit breakers, investidores da bolsa conseguiram ter um dia de alívio. O Ibovespa, índice da bolsa brasileira, opera em alta de mais de 10% neste momento, enquanto o dólar recua para R$ 5,08, quando já chegou a estar cotado a R$ 5,16. O Dow Jones, um dos principais índices da bolsa americana, teve a maior alta desde 1933.
A volatilidade ainda está alta, o VIX (índice de volatilidade) está na casa dos 60 pontos, o que pode tornar comum esses movimentos de grandes altas, mas seguidos de grandes baixas no preço com circuit breaker. O medo, de forma geral, ainda é alto, mas já está menor que na semana passada.
O Bitcoin engata mais um dia de alta, subindo 16% nas últimas 24, seguindo o mesmo caminho do Ouro. No geral, ele ainda acumula baixa de 14% desde o dia de maior estresse nos mercados, quando o Coronavírus virou pandemia. No mesmo período, o Ibovespa acumula baixa de 18%. O Dólar vem de valorização de 7,36%.
Bancos Centrais vão usar seus arsenais
Ontem, o Federal Reserve anunciou uma série de medidas complementares, em nova tentativa de restabelecer a confiança dos investidores após cortar seus juros para quase zero nas últimas semanas, como parte de uma estratégia para mitigar os estragos causados pela pandemia.
A principal iniciativa do FED foi decidir comprar ativos em volumes ilimitados, expandindo a estratégia de Quantitative Easing. A partir de agora, o Banco Central dos Estados Unidos vai injetar bastante dinheiro no sistema financeiro, para tentar evitar uma depressão econômica.
O Congresso norte-americano deverá aprovar um pacote de US$ 2 trilhões para combater os efeitos do Coronavírus sobre a economia. No Brasil, o Banco Central já avisou que poderá injetar até R$ 1,2 trilhão através de diferentes medidas que reduzem algumas exigências para bancos e instituições financeiras.
Na Europa e na Ásia os governos também prometeram responder com pacotes de injeção de liquidez no sistema financeiro. Com isso, os investidores ficaram mais confiantes em relação às expectativas futuras para a economia. O medo é que os países fiquem parados em quarentenas e que uma contração econômica evolua para uma depressão na economia mundial.
No Brasil, as vendas de varejo caíram 1% em janeiro e a queda deverá ser ainda mais ampliada, já que o governo espera que a economia não cresça em 2020. Há institutos como o FGV esperando uma contração de até 4,4%, o que atrapalharia completamente a recuperação da economia brasileira.
Os Bancos Centrais vão usar seus amplos arsenais para evitar o pior. Quando eles não forem suficientes, os governos deverão partir para os pacotes de estímulos fiscais, aumentando o endividamento dos países. A situação ainda é gravíssima e as consequências econômicas e sociais do Coronavírus serão sentidas nos próximos anos.