Se os investidores já estão com bastante desconfiança do Governo de Jair Bolsonaro, esse receio aumentou ainda mais após os anúncios da última semana de que o Ministério da Economia irá encontrar uma forma para furar o teto de gastos e que pode prejudicar o rendimento do PIB para 2022, que a previsão inclusive já é pouco positiva.
A análise da maior parte dos economistas para o Brasil, é de que o país deve continuar sofrendo com a inflação no próximo ano, além de um cenário de juros altos e que o crescimento econômico deve ser baixo, até mesmo em comparação com países da região com menos capital que o Brasil.
Tensão provocada pelo Governo de Jair Bolsonaro
A tensão provocada pelo Governo de Jair Bolsonaro, acaba impactando diretamente no mercado financeiro, que não gostou da mudança da regra do teto de gastos e que deve impactar ainda mais em uma estagnação da economia brasileira, mesmo com 2022 começando com quase toda população vacinada.
No acumulado desta última semana, o dólar disparou 3,22% em relação ao real e a Bolsa de Valores despencou 7,28%, que foi a segunda maior queda desde o início da pandemia de Covid-19.
Na leitura dos analistas, a piora da economia deverá se refletir sobretudo em 2022. O cenário já está bastante delicado, sendo que de acordo com um dos últimos relatórios do Boletim Focus, emitido pelo Banco Central, as projeções do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano, estaria abaixo de 1%.
Furo do teto de gastos e a desvalorização da moeda
Com uma constante desvalorização do real, o cenário de inflação acaba prejudicando ainda mais o poder de compra do brasileiro, que hoje já é bem baixo em comparação até mesmo de países da região.
Obviamente que furar o teto de gastos é uma manobra totalmente desaprovada pelos agentes financeiros. O Governo Federal precisaria realizar desde já um cronograma que lhe permitisse obter uma folga, estimada de até R$ 84 bilhões para o orçamento do próximo ano.
O teto de gastos foi criado na gestão de Michel Temer, com o intuito de tentar resolver um problema estrutural das contas públicas no Brasil, que havia se deteriorado muito durante a gestão de Dilma Rousseff.
Câmbio depreciado
Aquelas previsões de que o câmbio poderia terminar 2021 em R$ 5,00, parece que já está sendo abandonada pelos especialistas. As últimas previsões após os noticiários de furar o teto de gastos, prevêem o dólar cotado em R$ 5,80 neste ano e R$ 6,20 no final do próximo ano.
Caso o país entre um momento de expansão dos gastos públicos, e sem realizar nenhuma reforma que possa repercutir para o avanço das atividades da economia, o real não deverá acumular um desgaste apenas pelos problemas fiscais que já estão acontecendo, porém ainda mais sem uma incerteza de até onde chegarão os gastos sem um teto de gastos estabelecido.