O FMI (Fundo Monetário Internacional) realizou, nesta terça-feira (6), alguns ajustes na projeção de crescimento da economia brasileira para este ano, com estimativa de 2,6% do PIB para 2022, em meio a incertezas em torno da trajetória da pandemia e da garantia de vacinas suficientes para imunizar a população.
De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Global, o FMI calcula crescimento do PIB brasileiro de 3,7% este ano, apenas 0,1 ponto percentual a mais do que o previsto na estimativa de janeiro.
No entanto, é importante frisar que as previsões do FMI são mais otimistas do que as estimativas feitas pelo mercado financeiro. No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira pelo Banco Central (BC), a expectativa era de crescimento de 3,17% da economia brasileira em 2021 e de 2,33% em 2022.
Todavia, o crescimento previsto para o Brasil é menor do que o estimado para alguns países da região. O México, por exemplo, deve crescer 5% em 2021, com uma alta de 0,7 ponto percentual em relação a janeiro e 3% em 2022, de acordo com os economistas do FMI.
As projeções do FMI mostram ainda que o Brasil deve terminar este ano com uma taxa de desemprego de 14,5%, caindo a 13,2% em 2022. Já as estimativas para os índices de preços ao consumidor estão em respectivamente, 4,6% e 4,0%.
FMI e avanço na economia global
O Fundo também elevou sua perspectiva para o crescimento econômico global, projetando que a produção mundial aumentará 6% este ano, taxa que não é vista desde a década de 1970.
Essa súbita melhora, ante 5,5% há menos de três meses, reflete amplamente o avanço na economia dos Estados Unidos, cujo crescimento que o FMI projeta agora encontra-se em 6,4% em 2021, graças principalmente a expectativa de crescimento do PIB, com a aprovação do pacote fiscal de alívio de US$ 1,9 trilhão e respostas rápidas à pandemia de covid-19.
A projeção do FMI, se confirmada, marcará o ritmo mais rápido de expansão global desde 1976, mas também acontece após a contração anual mais intensa do pós-guerra no ano passado, quando a pandemia paralisou o mundo.
No entanto, o economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, alerta que as previsões para a economia global são incertas e destaca que o mundo ainda sofrerá dificuldades para enfrentar as consequências econômicas da crise.
Pensando nisso, Gopinath destacou medidas que estão sendo adotadas para ampliar a liquidez internacional, como o acordo do FMI para injetar mais US$ 650 bilhões por meio de uma nova alocação de Direitos Especiais de Saque (DES). Ela também citou a possibilidade de extensão da suspensão dos pagamentos do serviço da dívida de países mais pobres. O G-20 estuda prorrogar a medida até o fim deste ano.