Imagina captar empréstimos ou mesmo receber uma quantia de juros em cima de suas moedas. Através de um protocolo descentralizado, cuja finalidade é prover liquidez para esse mercado.
Estamos falando do AAve , um protocolo DeFi que vem chamando a atenção nos últimos meses. Conquistando uma grande valorização e sendo alvo de investimentos de figuras como os co-fundadores do Facebook.
Com isso em mente, será mesmo que vale a pena estudar sobre esse protocolo? No artigo de hoje, iremos discutir afinal o que seria esse protocolo. Como ele funciona, quem é a equipe que está por trás do projeto e quais os desafios que o projeto enfrenta pela frente.
Primeiro de tudo, o que é AAVE ?
Lançado oficialmente em setembro do ano passado, o AAve , além de carregar consigo o nome do protocolo, é uma empresa de tecnologia com foco em Blockchain e sede na Suíça. Atua em um mercado financeiro descentralizado para empréstimos que possuem como garantias outros ativos.
Eliminando os intermediários tradicionais do setor bancário. O AAve possibilita que pequenos investidores possam emprestar suas criptomoedas recebendo uma taxa de juros em cima desse empréstimo.
Em outras palavras, o projeto permite que usuários consigam emprestar algo em torno de 20 categorias de criptomoedas. O que significa uma ampla gama de escolhas. Por exemplo, você consegue emprestar e pegar emprestado stablecoins, ether e até mesmo Bitcoin tokenizado no Blockchain do Ethereum.
Além disso, importante enfatizar mais uma vez, sem nenhum tipo de intermediário, esqueça as instituições financeiras, as finanças descentralizadas vieram para ficar.
Empréstimos descentralizados
Um de seus principais produtos são os “Empréstimos rápidos”. Sendo estes, faturados como a primeira opção de empréstimo sem garantia no mercado DeFi. Com isso, os usuários podem ainda alternar entre taxas de juros fixas e variáveis a qualquer momento.
Nesse sentido, as taxas variáveis obedecem à lei da oferta e demanda. Enquanto que a as taxas estáveis atuam como sendo taxas fixas no curto prazo, podendo ser equilibradas no longo prazo.
Ou seja, ao optar por uma taxa estável, como o próprio nome já indica, você terá melhor previsibilidade sobre o quanto terá de pagar em juros. Ao optar pelas taxas variáveis, você fica dependente das condições de mercado, podendo ter feito um ótimo negócio ou não. Com isso, na prática, implica em uma maior tomada de risco nesse segundo caso.
Dessa forma, o projeto mostra como as finanças descentralizadas podem ser bastante úteis e promissoras. O DeFi vem para mostrar o mundo, um leque de opções financeiras sem o papel dos intermediários. Assim, expandindo as possibilidades de créditos para um número maior de pessoas, sem qualquer burocracia. Com base na confiança desses protocolos e da Blockchain.
Diferenças entre o Aave token e aToken
AAve tokens e aTokens são dois tipos de moedas que funcionam no protocolo AAve . a seguir explico as diferenças entre elas:
AAve tokens: O AAve token é uma moeda de governança, ou seja, você terá direito a voto nas alterações do projeto. Com isso, quem tem esse token consegue pegar dinheiro emprestado em maior quantidade e quem empresta também recebe ofertas antes de outros usuários.
aTokens: são utilizados para se pagar juros quando um depósito é realizado, são “queimados” quando estes são resgatados. Os aTokens valem de 1:1 – ou seja, mesma proporção com os tokens depositados em margem. Contudo, eles simplesmente servem para facilitar o processo transacional de empréstimos na Blockchain.
Onde tudo começou, ETHLend
Criada em 2017 na Suíça, a plataforma de empréstimos ETHLend é precursora do AAve e durante muito tempo foi o principal produto quando se fala em empréstimos descentralizados. A plataforma une duas partes interessadas nessa transação, mutuários e credores, realizando esse contrato com base na rede Blockchain da Ethereum.
A plataforma permite que você tome um empréstimo na forma de uma criptomoeda ETH ou LEND (colocando como garantia tokens aceitos na plataforma). Além disso, desde o lançamento, diversos recursos foram sendo adicionados, como por exemplo moedas estáveis e mais de 150 garantias ECR20.
Com isso, em setembro de 2018 a marca ETHLend foi alterada para Aave (AAVE), com intuito de abranger novos produtos. Dessa forma, no mesmo ano foram incluídas possibilidades de transacionar dados entre a Blockchain do Bitcoin. Com isso os fundadores acreditaram ser necessário um nome que englobasse todo o novo ecossistema.
Atualmente, o ETHLend permanece ativo apenas para encerramento de operações. O AAve tomou seu lugar e se tornou a forma mais prática de fornecer liquidez e pedir ativos emprestados.
Quem criou o Aave?
Stani Kulechov, CEO e fundador da ETHLend é reponsável pelo AAve . Enquanto cursava direito na Universidade de Helsinque, se interessou pela rede Ethereum. Segundo suas próprias palavras em uma entrevista concedida, seu interesse pela rede Ethereum e a possibilidade de remodelar as finanças tradicionais, o fizeram começar seus projetos.
A preocupação de sua equipe hoje é expandir o público que utiliza o espaço DeFi. Segundo o próprio Kulechov. Hoje, o principal mercado-alvo do AAve (AAVE), são pessoas experientes que já estam engajadas no mercado de criptomoedas.
Vantagens em utilizar o AAVE?
A principal vantagem na utilização do AAve é sem dúvidas realizar empréstimos sem a necessidade de se desfazer dos seus ativos. Ou seja, você poderia questionar qual o sentido em se pegar emprestado precisando para isso realizar um depósito de outra criptomoeda.
No entanto, ao fazer isso, você estaria renunciando a sua posição. Eventualmente deixando de surfar uma onda de alta em um ativo que você acredita. Com o AAve você pode pegar emprestado, alavancar uma posição, sem abdicar das suas criptomoedas em carteira.
Além disso, o AAve como plataforma tem se mostrado bastante segura. Embora em 2020, por exemplo, mais de US$ 27,5 milhões foram roubados do ecossistema DeFi através de invasões. Nenhum ataque foi capaz de atingir o AAve.
Desafios para o futuro
Não há dúvidas que o mundo dos “smart contracts” ou contratos inteligentes, veio para ficar. Além disso, empréstimos em Blockchain tem se mostrado promissores, contudo é uma área ainda em crescimento.
Dado que a maioria das plataformas DeFi nem sequer foram testadas e seguem em desenvolvimento, o que, na prática, significa que os usuários devem ter bastante cuidado ao escolherem um desses serviços.
Contudo, ainda que haja uma demanda forte por empréstimo sem exigência de crédito. O fato dessas plataformas pedirem como garantia criptomoedas faz com que o sucesso dessas plataformas dependa diretamente do sucesso do mercado de criptomoedas.
Riscos envolvidos
Sem dúvidas, nenhuma plataforma se encontra livre de riscos. Os riscos envolvidos nesse caso são os riscos inerentes aos contratos inteligentes. Como, por exemplo, o risco de algum bug acontecer no código do protocolo ou ainda a liquidação não ocorrer como esperado.
Ainda assim, com bilhões já transacionados, o Financiamento Descentralizado (DeFi) cresceu bastante nos últimos anos. o AAve já se encontra bem consolidado dentro desse mercado. Além disso, o AAve mantém a segurança em seu núcleo com auditorias de empresas especializadas.
Vale ainda ressaltar que a liquidez do protocolo, que é a disponibilidade do capital em fazer frente às operações, tomar valores e resgatar os atokens. Também se coloca como uma métrica importante no aspecto da segurança.
Dessa forma, essa liquidez do protocolo pode ser avaliada por meio do índice de utilização. Ou seja, a parcela reserva que é emprestada atualmente para cada moeda.