Conheça a Méliuz e saiba porque a companhia está em alta

O ano de 2020 foi sem dúvidas um ano bastante lucrativo para os investidores do setor de tecnologia. As também chamadas “techs” foram alvo de forte valorização no mundo inteiro, empresas como Amazon, Tesla e Apple, tiveram aumentos significativos nos preços de suas ações. 

Nesse sentido, por aqui, a Méliuz se destacou. A companhia fez o seu IPO em outubro do ano passado e desde o IPO já acúmula uma impressionante alta de mais de 650%.

Dessa forma, iremos nos aprofundar sobre o negócio da companhia e entender se de fato essa alta se justifica, fique conosco até o final caro leitor e acompanhe mais essa análise dessa empresa que cresce “devolvendo dinheiro” para o consumidor. 

História da Méliuz

Meliuz

A empresa foi fundada em 2011, com o objetivo de desburocratizar os programas de fidelidade, “Melius” significa “melhor” em latim. A companhia fundada por Israel Salmen e Ofli Guimarães trouxe conceitos interessantes sobre troca de pontos e fidelização. 

Geralmente, os fundadores não achavam essas trocas vantajosas para o consumidor. Com isso, resolveram propor algo que não era comum em relação aos outros programas de fidelidade. A troca de pontos por dinheiro.

Com isso, no início enfrentaram a barreira da desconfiança, mas essa e outras barreiras foram vencidas pelos criadores do projeto que conseguiram se estabelecer após quase falirem. Em seguida receberam um aporte de 80 mil R$ e com isso conseguiram respirar. 

Após 6 meses na capital do Chile, trabalhando em um coworking com mais de 100 empresas de todo o mundo, o Méliuz saltou de algo em torno de 700k em vendas, em 2012, para 30 milhões, em 2013.

A estratégia de cashback

A proposta por trás do “dinheiro de volta” é relativamente simples, os lojistas pagam para anunciar no site e no app da companhia. Nesse caso específico da Méliuz, o valor é repartido entre o cliente e a empresa. Em outras palavras o cliente tem uma porcentagem do valor total da compra de volta para o seu bolso.

Nesse sentido, a estratégia  é bastante simples e a ideia foi muito bem acolhida pelo mercado nacional. Lucas Marques, COO da Méliuz destaca o seguinte:

“Nem todos que oferecem cashback, concorrem com o Méliuz. O cashback, assim como o desconto, é uma ferramenta promocional. Então, vamos comparar uma padaria e um supermercado. Ambos dão descontos, mas eles não são concorrentes. Essa é a nova confusão que tá rolando.”

Com isso, Lucas afirma ainda que a dificuldade em se consolidar no mercado nacional se deve a fatores internos e culturais, nesse sentido ele responde sobre essa dificuldade da seguinte forma, quando pergunta sobre o por que na demora em se consolidar:

“Por quê? Porque, cara, a gente tá num país das pirâmides, né? A gente tá num país da corrupção. O cliente pensa: Peraí, eu vou me cadastrar, vou ganhar de graça? Não custa nada pra cadastrar?”

Veja também: Entenda seu apetite e capacidade de correr risco

Desempenho na crise

Desde o IPO realizado no ano passado as ações subiram mais de 650%. A companhia lançou seus papéis em meio a crise e praticamente não foi atingida. Isso se deve ao fato de que todo o setor de tecnologia demonstrou bastante resiliência e, na verdade, até crescimento durante esse período.

Balanço do primeiro trimestre da Méliuz (CASH3)

O balanço da companhia no primeiro trimestre desse ano trouxe resultados bastante positivos. Sua receita líquida chegou a atingir R$ 51,8 milhões, crescendo 63,7% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Já o lucro bruto foi de 4,5 milhões, o que representou uma redução de 51,1%.

Com relação aos custos de serviços, o resultado foi de R$ 47,3 milhões, subindo 110,4%. O que se explica, pelas aquisições realizadas pela companha durante o período.

Já o Ebitda atingiu a marca de 4,9 milhões, queda expressiva de 49,3%, sua margem ficou em 9,5%, caindo mais de 20%. Contudo, isso se explica por conta dos reinvestimentos realizados em outras áreas da empresa, além de aplicações.

Por fim, seu resultado financeiro no último trimestre representou um lucro de R$ 400 mil reais. Algo positivo e bastante relevante, em contraste com o prejuízo observado de R$ 200 mil no mesmo período do ano passado. 

Veja também: O que é e como funciona um IPO?

O Futuro está em teste

Ainda segundo o COO da Méliuz, os novos projetos são colocados em fases de testes. Em outras palavras são desenvolvidos a medida que mostram resultados. Lucas explica trazendo alguns acontecimentos na própria companhia. 

“Em 2018, a gente já tinha lançado o setor de viagens, estava indo super bem, e a gente provou que também conseguimos vender viagens pros nossos consumidores. A gente começou a pensar: será que a gente consegue vender outras coisas? Vamos testar! E com toda a nossa humildade fomos testar.”

Dessa forma, que o cartão de crédito foi colocado no mercado, Lucas admite estar pessimista quanto a isso. 

“Sendo muito sincero, tinha gente muito otimista lá no Méliuz, mas eu era o pessimista, tá? Eu falava, gente, mas cartão de crédito, já tem vários, já tem empresas fazendo um trabalho super bacana, sei lá, pô, olha o bem aqui, será realmente, cara, que esse negócio vai dar certo.”

E no fim deu bastante certo, além do cartão de crédito ter sido um sucesso, a companhia está realizando a aquisição de um banco digital, o Acesso Bank. 

Conclusão

Como visto, a empresa possui forte potencial de crescimento, não há outras empresas concorrentes listadas em bolsa para efeito de comparação. Contudo, caro investidor é importante estar atento aos fundamentos do negócio.

Outro fator de relevante atenção é o preço das ações que já valorizaram mais de 600% no período. Nesse sentido é importante entender se realmente seus resultados estão de fato acompanhando esse forte crescimento em relação ao seu preço inicial. 

Além disso, o mercado parece bastante otimista em relação à empresa, demonstrando que o crescimento de suas operações deve continuar bastante forte nos próximos períodos e que sua alavancagem deve resultar em forte receita para a companhia. 

Por fim caro investidor, sobre a decisão de se alocar ou não em sua carteira, lembro que essa é uma decisão complexa. Dado que, enquanto a empresa se mostra bastante interessante e promissora, já se encontra com um preço bastante alavancado em relação a seus pares não listados.

Além disso, é possível que haja uma realização de lucros ou mesmo uma correção no curto prazo, portanto é bom permanecer atento. 

Veja também: Conheça a Smart Fit, primeira empresa do ramo fitness a estrear na B3

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