Recentemente falamos sobre o lançamento de um ETF de criptomoedas disponível na bolsa brasileira, o Hash11, que possibilita a exposição do investidor em criptomoedas utilizando as corretoras tradicionais, no entanto, será que vale mesmo a pena investir em criptomoedas utilizando a B3?
Iremos discutir alguns pontos que devem ser avaliados pelo investidor para essa tomada de decisão, lembrando, que a resposta gira em torno do grau de conhecimento do investidor sobre as diferentes categorias de produtos financeiros e suas necessidades.
O que são ETFs?
Primeiramente, ETFs ou Exchange-traded fund. São fundos de investimentos que buscam replicar o desempenho de um índice, composto por uma “cesta” de ativos. São negociados em bolsas de valores, exatamente como ações.
Assim sendo, alguns exemplos importantes de ETFs presentes na bolsa são BOVA11 (que acompanha o Ibovespa), o SMAL11 (que replica o índice Small Cap), o IVVB11 (que segue o S&P 500) e o XINA11(que segue o índice MSCI China).
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O que é o Hash11?
Primeiro ETF de criptomoedas lançado no Brasil, já possui um tamanho expressivo, sendo o quinto maior da bolsa brasileira. Em sua emissão primária levantou R $615.250.700, colocando-o na posição de terceiro maior ETF de criptomoedas do mundo.
Além disso, o Produto é negociado com o código HASH11 e foi lançado em 26 de abril com alta de 12,26%, fechando o pregão em R$53,10 com forte volume de negociação, se tornando o quinto maior ETF da bolsa brasileira.
Como funciona o Hash 11
O Hash11 assim como os demais ETFs, tem por objetivo replicar um índice, nesse caso, o Hash11 replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), desenvolvido pela Nasdaq e a própria gestora Hashdex, tendo por objetivo refletir de maneira geral, o mercado de criptoativos.
Nesse sentido, o Nasdaq Crypto Index é composto por uma cesta de 6 ativos. Assim, até o momento, os criptoativos que integram o índice estão distribuídos da seguinte forma, sendo que 95% do patrimônio desse fundo deve ser investido em cotas do índice alvo.
- Bitcoin (80,37%)
- Ethereum (16,35%)
- Litecoin (1,19%)
- Chainlink (0,94%)
- Bitcoin Cash (0,64%)
- Stellar Lumens (0,50%)
Por que somente seis criptomoedas?
Bem, alguns critérios foram adotados para que as moedas fossem escolhidas, o ativo necessita estar presente em pelo menos três bolsas de cripto. Em segundo lugar, deve haver no mínimo 2 custodiantes, além de representarem no mínimo 0,5% de todo mercado de cripto.
Contudo, é perfeitamente possível, que no futuro outras moedas com potencial de valorização entrem no índice, assim como, as que estam presente, podem sair, seguindo os critérios estabelecidos acima, essa reavaliação, é feita de forma trimestral
Vantagens em investir diretamente em criptomoedas
Uma grande vantagem de investir diretamente nas criptomoedas é a possível rentabilidade maior no longo prazo, pois o ETF é uma cesta extremamente concentrada em Bitcoin (atualmente 80,37%). Outro fator de atenção, são as taxas cobradas, sendo a taxa de administração de 0,3% ao ano e a taxa total consolidada de 1,3% ao ano.
Em suma, é o investidor que está no controle, definindo exatamente o tamanho de exposição adequado para cada criptoativo presente na carteira, portanto para quem já opera neste mercado, aparentemente não parece uma ideia muito interessante.
Além disso, operar diretamente dá ao investidor a possibilidade de investir em ativos fora do radar do mercado, que possuem bom potencial de valorização, o que não é possível através do investimento em Hash11.
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Em que cenário Hash11 pode ser interessante?
Para o investidor que está iniciando no mundo das criptomoedas, pode ser interessante como uma porta de entrada, por ser negociado na bolsa, todo processo é bastante simples e acaba se tornando uma interessante forma do investidor iniciante, se expor a essa classe de ativos, antes de o comprá-los diretamente através de corretoras especializadas.
Contudo, deve sempre ser observado o tamanho da exposição, pois investir no ETF de forma alguma é sinônimo de estabilidade, então é importante ter em mente que os investimentos em criptoativos estão sujeitos a forte volatilidade.
Histórico de volatilidade do HASH11
Como não há um histórico bem definido do HASH11, devido ao seu recém-lançamento, podemos observar o histórico de desempenho do HDEX.BH. ETF alvo no qual a gestora Hash realiza os investimentos.
Ou seja, é possível observar a alta volatilidade do ativo, que pode ser entendida como fator de maior risco para o investimento, além disso, é importante ressaltar que o fundo investe de forma concentrada em Bitcoin (cerca de 80% da cesta).
Porque a volatilidade das criptomoedas é tão alta?
Bem, o mercado de criptomoedas exige um período de maturação, se todos acreditassem no Bitcoin, por exemplo, a volatilidade estaria muito baixa, com pouca oportunidade de valorização.
Com isso, o Hash11 diferentemente de outros fundos de criptomoedas disponíveis para investimento, concentra no mínimo 95% do seu capital em cotas do fundo alvo Hashdex Nasdaq Crypto Index ETF, o que implica em bastante volatilidade.
Diferenças sobre tributação entre HASH11 e criptomoedas
Em relação ao Hash11, ocorre 15% de IR sobre o ganho de capital para vendas no mercado secundário. Não há IOF e come-cotas. O imposto de renda deve ser recolhido até o último dia útil do mês seguinte ao da operação via DARF.
Já no caso de ganhos diretos envolvendo criptoativos, é necessário observar o volume de vendas realizado, se o total de vendas no mês for inferior a R$35 mil, os eventuais lucros são isentos de imposto, caso contrário, segue como na tabela abaixo.
Conclusão
O Hash11 se mostra como uma boa possibilidade para o investidor iniciante se expor às criptomoedas, diversificando sua carteira de investimento, no entanto, com a popularização cada vez mais alta dos criptoativos, é de se esperar que novos produtos relacionados cheguem ao mercado brasileiro.
Posto isso, do ponto de vista do investidor um pouco mais experiente, torna-se mais interessante o investimento direto, devido à liberdade proporcionada e ausência de taxas, investindo diretamente, é possível por exemplo, alocar o seu capital em moedas que não estão na cesta e possuem alto potencial de se valorizar.
Além disso, o investimento direto em criptomoedas não é nenhum bicho de sete cabeças como imaginado, podendo ser facilmente realizado, através de exchanges que possuem serviços voltados para o público brasileiro com atendimento em português.