Um fundo negociado em bolsa (ETF) é um tipo de título que envolve uma cesta de diversos ativos – como ações da bolsa brasileira, commodities e moedas – que geralmente acompanha um índice subjacente (Ibovespa), embora eles possam investir em vários setores da indústria ou usar várias estratégias.
Os ETFs são listados em bolsas de valores e as ações do ETF são negociadas ao longo do dia, como se fossem ações comuns. Um exemplo bem conhecido no Brasil é o BOVA11, que replica o índice Ibovespa, da bolsa brasileira. Os ETFs podem conter muitos tipos de investimentos, incluindo ações, commodities, títulos ou uma mistura de tipos de investimento.
Por serem uma cesta ativos, eles são uma forma barata de investir e diversificar. Afinal, ao investir em um ETF, o investidor está comprando ações de diferentes empresas, economizando nas taxas de corretagem e também no tempo de estudo.
Custo e economia de tempo são as principais vantagens de se investir em ETFs. Nem todo mundo tem tempo para analisar empresa por empresa. E é aí que se destaca o ETF, porque o investidor pode se concentrar em trabalhar, estudar e aumentar sua capacidade de investimentos. Afinal, poucas pessoas realmente possuem tempo para estudar tanto.
Qual ETF escolher?
Escolher um ETF vai depender muito do cenário da economia global e doméstica. Afinal, existem ETFs que performam bem em cenários específicos: de crescimento, inflação, recessão ou estagnação. Para o investidor, basta apenas uma pesquisa macro e entender o funcionamento instrumento que ele vai utilizar. Ele não vai precisar entender a fundo os ativos que vão compor sua carteira.
A diversificação fácil e objetiva deve ser o principal objetivo de quem quer usar ETFs para investir. Você sabia que muitos fundos de investimentos perdem para o BOVA11, que replica o Ibovespa? Pois é, montando uma carteira com bons ETFs é possível superar facilmente a média do mercado.
Na bolsa brasileira existem ETFs para vários objetivos: ganhar dividendos, apostar contra ou a favor da bolsa, ações small caps, S&P500 e até de melhor governança corporativa. Abaixo segue uma lista dos principais títulos:
BOVA11 – Deixa você exposto às ações compostas pelo índice Ibovespa, o principal índice de referência da bolsa brasileira. Aqui, sua carteira vai seguir a média do mercado.
GOVE11 – Este índice é composto pelas ações da bolsa que possuem os melhores índices de governança corporativa. Isto é, empresas que têm uma boa gestão e transparência com seus investidores.
DIVO11 – Um dos melhores ETFs, deixa você exposto a ações que pagam os melhores dividendos da bolsa. Este índice deve ser utilizado para gerar uma renda passiva, assim como é feito com CDB, por exemplo, só que o DIVO11, assim como qualquer investimento de renda variável, possui risco de mercado, isto é, do preço das ações caírem.
SMALL11 – ETF de ações small caps, isto é, ações de pequenas empresas. Este ETF, comparado com os outros, possui mais volatilidade. O potencial de retorno é maior, assim como o risco. Ele deve compor um parte menor da carteira.
IVVB11 – Este ETF replica o índice S&P500, principal referência das bolsas americanas. Sua vantagem é a facilidade e o baixo custo de se expor à bolsa americana. O problema é que ele não rende dividendos e também não é cotado em dólar. Em alguns momentos, pode ser interessante ter parte do seu patrimônio na moeda norte-americana.
Combinando estes ETFs, é possível construir uma carteira que pode mudar de acordo com os cenários e que terá grandes chances de render acima da média. É importante também ter timing para rebalancear a carteira.
ETFs ainda são renda variável
Vale lembrar que ETFs ainda são instrumentos de renda variável. Portanto, a quantidade percentual deles na carteira vai depender muito do perfil de risco e dos objetivos do investidor.
Alguns querem obter renda passiva, e podem preferir uma carteira com maiores porcentagens de DIVO11 e títulos de Renda Fixa, por exemplo. Outros vão preferir assumir maiores riscos e aumentar a porcentagem de SMALL11 e BOVA11, por exemplo.
Na renda variável, também é importante ter timing. Os cenários econômicos estão mudando de anos em anos. Em alguns destes cenários, carregar uma quantidade muito grande de um certo ETF pode representar um maior grau de risco.
Por exemplo, a economia pode ter crescido muito nos últimos anos e o preço das ações também subiu muito. Este é o ponto máximo de risco. Neste caso, diminuir exposição em bolsa e pegar mais dividendos pode ser o ideal.
O oposto também pode acontecer. A economia pode estar indo mal e estagnada. Muitas pessoas vão estar na renda fixa com medo do mercado. Este pode ser o momento em que empresas estão com desconto, representando o ponto mínimo de risco. Neste caso, aumentar a exposição na bolsa pode funcionar.
Resumidamente, com base nestes cenários, podemos montar carteiras assim:
- Economia externa está melhor que a brasileira: BOVA11, DIVO11, SMALL11 e Renda Fixa;
- Brasil cresceu muito nos últimos anos: DIVO11 e IVVB11.
- Economia externa e brasileira cresceram muito: Renda Fixa e DIVO11.
- Ambos não estão crescendo: BOVA11, SMALL11, IVVB11 e DIVO11.
Hoje, a Renda Fixa está sendo praticamente exorcizada pelo mercado, mas ela ainda é útil para guardar recursos e aproveitar as oportunidades de um país em crise econômica. Além disso, ela também deve representar uma parte de proteção da carteira.
Para se proteger de crise e inflação, também é interessante ter uma parte de sua carteira em ETFs ou fundos de Ouro. Um ETF interessante de ouro pode ser encontrado na corretora Avenue, que é o Gold Shares, cotado em dólar e que replica o preço do Ouro. É interessante para quem quer também ficar exposto no dólar.
A maior parte destes ETFs, exceto o Gold Shares, pode ser encontrada em corretoras brasileiras como Rico, Clear e XP. Para encontrá-los, basta procurar no home broker exatamente como está no texto: BOVA11, DIVO11, IVVB11 e SMALL11.
Alguns aceitam apenas lotes mínimos de 10 unidades, e isso pode sair caro. Então em alguns casos, investir no fracionário é uma saída, bastando adicionar a letra F no final de cada código.
O objetivo da diversificação com ETFs
Com os ETFs, seu tempo de estudo é reduzido consideravelmente, você não precisa olhar mais preço de cotação ou se preocupar se a empresa está boa, ou ruim. Se o preço cair, basta olhar o ativo mais desvalorizado e voltar mais tarde, concentrando seu tempo em estudar e trabalhar.
Além disso, os custos com taxa de corretagem também foram reduzidos e você conseguirá montar uma carteira que tem boas chances de ficar acima da média do mercado, dado que é muito difícil para uma pessoa comum fazer Stock Picking, isto é, ir atrás de cada empresa e estudá-la de forma profunda.
Stock Picking deve ser o ideal para quem tem tempo para isso e também conhecimentos de contabilidade e modelos de negócio. Uma boa carteira de ações pode fazer toda a diferença no longo prazo.
Mas para quem não possui tempo ou conhecimento para isso, ETF é uma alternativa viável para que a pessoa não cometa erros e ainda tenha uma boa evolução de patrimônio.
Ótimo artigo. Faz dias que procurava um conteúdo completo e objetivo por escrito. Acabei lendo também os links de referência. rs. Parabéns.