A Goldman Sachs, uma das maiores instituições financeiras do planeta, realizou uma pesquisa revelando que a maior parte das famílias ricas existentes no mundo, possuem um family office altamente intencionado a investir em Bitcoin. Segundo a pesquisa, 15% das famílias entrevistadas já possuem algum ativo digital como investimento.
Segundo a pesquisa do banco, fica evidenciado a preferência dos proprietários de criptomoedas pelo Bitcoin, já que 15% dos entrevistados disseram já possuir a moeda, e outros 45%, afirmaram o interesse em adquiri-la. Além disso, 39% dos 40% que não estão interessados no ramo, disseram que ainda não estão familiarizados com criptomoedas.
Os family offices, empresas privadas responsáveis por administrar o patrimônio das famílias mais endinheiradas do mundo, que estão buscando se envolver no mercado de moedas digitais, provavelmente estão visando o ambiente duradouro de juros baixos e a proteção do aumento constante da inflação que o ramo oferece.
Também, dentro dos family offices participantes da pesquisa, têm-se uma estimativa de que 20% já possuem juntos, um patrimônio que ultrapassa a casa dos US$ 5 bilhões em ativos digitais. Esse valor se convertido ao real, é equivalente a quase R$ 26 bilhões.
Mais dados sobre a pesquisa da Goldman Sachs
O principal motivo de investir em criptomoedas, é a preocupação em se defender da inflação, e isso ficou evidenciado na pesquisa da Goldman Sachs ao afirmar que:
“Alguns escritórios familiares estão considerando as criptomoedas como uma forma de se posicionar para uma inflação mais alta, taxas baixas prolongadas e outros desenvolvimentos macroeconômicos após um ano de estímulo fiscal e monetário global sem precedentes”.
Ainda, sobre a questão da inflação, no relatório é posto que: “Dos aproximadamente dois terços dos family offices que estão pensando ativamente em um aumento na inflação, os ativos digitais surgiram como uma solução de portfólio. A desvalorização da moeda também é a prioridade de cerca de 40% dos entrevistados globais, com mais de 40% desse subconjunto indicando que eles considerariam investir em ativos digitais.”
Nos Estados Unidos a conscientização sobre criptomoedas está mais avançada se comparada ao resto do mundo, já que 24% dos family offices norte-americanos já investiram em Bitcoin. Como exemplo disso, na Europa, no Oriente Médio e na África (EMEA), o percentual chega a somente 10%.
Mas afinal, o que é o Bitcoin?
Basicamente, uma criptomoeda é um tipo de dinheiro, como outras moedas com as quais convivemos no nosso cotidiano, elas podem ser utilizadas para a realização de pagamentos de transações, mas com a diferença de que são 100% digitais. Além disso, elas não são emitidas por nenhum governo (como é o caso do real ou do dólar, por exemplo).
Para explicar, Fernando Ulrich, autor do livro “Bitcoin: A moeda na era digital”, faz uma analogia bem simples: “O que o e-mail fez com a informação, o Bitcoin fará com o dinheiro”. Antes da internet, as pessoas dependiam dos correios para enviar uma mensagem a quem estivesse em outro lugar. Com a internet, isso é feito através das redes, sem necessitar de intermediários.
Algo semelhante acontecerá com as moedas virtuais no futuro. “Com o Bitcoin você pode transferir fundos de A para B em qualquer parte do mundo sem jamais precisar confiar em um terceiro para essa simples tarefa”, explica Ulrich no livro.
Embora o Bitcoin seja a moeda digital mais famosa, o conceito de criptomoeda é anterior a ele. Segundo o site Bitcoin.org, mantido pela comunidade ligada ao Bitcoin, as criptomoedas foram descritas pela primeira vez em 1998 por Wei Dai, que sugeriu usar a criptografia para controlar a emissão e as transações realizadas com um novo tipo de dinheiro. Isso dispensaria a necessidade de uma autoridade central.