O que é e como funciona a estratégia “buy the dip”

Quando buscamos iniciar pelo mundo dos investimentos, uma das primeiras coisas que pensamos intuitivamente, é que é necessário uma boa estratégia por trás dessas decisões. Nesse sentido, aprendemos sobre a importância na construção de uma reserva de emergência para depois começarmos de fato a investir.

Dessa forma, ao construirmos essa reserva, estamos mais preparados, dado que mitigamos o risco de liquidez. Nesse caso, seria o mesmo que não ter a necessidade de vender os ativos em momentos de turbulência no mercado. 

Com isso, seguimos em busca de entender o nosso apetite ao risco para buscar assim, a melhor estratégia que se adeque a esse perfil. Assim, utilizamos ferramentas de análise como a análise fundamentalista e a análise gráfica para decidir quais ativos ou não comprar. 

É nesse contexto que iremos abordar a estratégia “buy the dip” ou “compre o mergulho” em português. a ideia aqui é entender como funciona essa estratégia que busca pontos de baixa em um ativo que está dentro de uma tendência de alta.

Buy The Dip, o que é?

De um lado, alguns investidores apontam que essa é uma estratégia voltada para compra de um ativo com tendência consolidada de alta, contudo que tenha realizado uma queda no curto prazo. 

Por exemplo, a eletrobrás quando por influência política teve uma forte queda, seguida de uma contínua alta que era a tendência inicial do ativo. Além disso, um outro exemplo fora da inflência político ecônomica que influencia os ativos em geral é a de empresas de tecnologia. 

O Facebook por exemplo, passou por uma instabilidade em sua plataforma em outubro, naquele momento, as ações chegaram a cair mais de 5%. pouco tempo depois, os ativos da companhia começaram a subir novamente. 

Esses são exemplos práticos de como usar a estratégia Buy The Dip, uma vez identificada a oportunidade, muitas vezes momentânea devido a fatores que irão se normalizar no curto ou curtíssimo prazo.

Veja também: Como analisar investimentos: Análise Técnica vs. Análise Fundamentalista – Talk Fintech e Investimentos

Buy The Dip e os ciclos de mercado

Como já enfatizamos no texto, essa estratégia é voltada para os mercados de alta. Nesse sentido é importante aproveitar os ciclos de mercado. Com isso, é importante entender que esses ciclos ocorrem e vão se repetir constantemente. 

Estes ciclos ocorrem quando alguns setores ou produtos de mercado se destacam em relação a outros. Exemplo prático que já falamos bastante aqui na investificar é o ciclo de alta nas taxas de juros, iniciado ano passado pelo COPOM. 

Outro ciclo recente observado foi o ciclo das commodities, vimos no pós pandemia, uma demanda muito forte por minérios no mercado chinês, o que fez com que a Vale tivesse uma alta muito expressiva nesse período. Daí a importância em operar observando esses ciclos ao utilizar tal estratégia. 

Caiu, comprou, um resumo simplista da estratégia

Buy The Dip, o que é?

Em outras palavras podemos resumir a estratégia com estas palavras: “caiu, comprou”. simples dessa forma, Dado que a estratégia “Buy the Dip”, funciona basicamente em mercados com tendência de alta.

Ou seja, antes de qualquer coisa, é preciso identificar a tendência dos ativos que estão sendo negociados. Em tese, parece muito funcional e lucrativa essa estrategia. Afinal, quando o investidor pensa sobre comprar por menos e vender por mais, é exatamente o que todos estão buscando no mercado de ações. 

Contudo, as coisas não funcionam de forma tão eficiente assim, é difícil compreender quanto um ativo ou mercado está realmente em tendência de baixa, e o mercado não é lá tão previsível, então, obviamente há uma série de riscos envolvidos. Abaixo discutiremos um pouco mais sobre esses riscos

Veja também: Indicadores fundamentalistas em ações: como escolher uma boa empresa?

Riscos envolvidos para quem pretende utilizar o “Buy the Dip”

Como vimos, na lógica parece bastante funcional e de fato a estratégia pode ser bastante lucrativa quando estamos em mercados de alta. Contudo, quando a baixa de um ativo se esteve muito além do que seria previsto, podem ocorrer grandes prejuízos. 

Nesse sentido, os riscos estão atrelados aos motivos que levaram o ativo negociado a cair. Dado que a queda do preço de um ativo pode ocorrer por muitos fatores que representem uma reversão de tendência. 

Dessa forma, não é simples entender quando de fato uma queda, mesmo em um mercado com tendência de alta, represente de fato uma oportunidade. Por isso, a importância de se avaliar não apenas o comportamento gráfico do ativo, junto aos diversos indicadores que podem auxiliar o investidor. 

Também é necessário entender se houveram mudanças em relação aos fundamentos por trás da companhia que está sendo negociada. No caso do Facebook, era apenas uma instabilidade. Contudo imagina que tivéssemos tratando de um grande vazamento que tivesse condições de colocar em xeque a credibilidade e a imagem da companhia? 

Daí a importância de se analisar com bastante calma cada decisão de compra e venda. Na tentativa de entender se de fato, essas quedas em ativos de alta, representam de fato uma oportunidade. Não é tão fácil quanto parece. 

Conclusão

Como vimos, “buy the dip” ou “comprar o mergulho” não é uma estratégia perfeita, nem há algo do tipo disponível no mercado. Contudo, é uma estratégia interessante que pode funcionar bem em mercados de alta. 

Contudo, é preciso não apenas olhar o gráfico e pensar “comprou caiu”, é importante também, como qualquer estratégia de investimentos, ter o auxílio de outros recursos que possam embasar melhor a tomada de decisão. 

Além disso, é possível observar a importância de se unir os diversos fatores para que tal estratégia seja melhor colocada em prática, como possuir uma reserva de emergência adequada, compreender os ciclos de mercado, utilizar os indicadores técnicos e observar os fundamentos que fizeram o ativo cair de forma expressiva. 

Por fim, para aqueles que pretendem acompanhar esses comportamentos utilizando análises gráfica e assim observar melhor esses “mergulhos”. Indico fortemente a utilização da ferramenta Trading View, é o que há de melhor para pessoa física nesse sentido. 

Veja também: Análise Quant ou quantitativa: o que é e como usar 

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