Após quatro meses seguidos de aportes na poupança maiores do que os saques, no mês de agosto foi a vez das retiradas liderarem esse índice, com uma diferença de 5,467 bilhões, informado nesta última segunda-feira (6) pelo Banco Central.
No último mês, os aportes somaram R$ 295,901 bilhões, sendo que os saques foram de R$ 301,369 bilhões. Este movimento gerou uma retirada líquida total de R$ 5,467 bilhões.
Se levar em conta o rendimento da caderneta de poupança em agosto, o rendimento atingiu R$ 2,719 bilhões, sendo que o saldo total das contas chegou a R$ 1,036 trilhão. Agosto foi o quarto mês do ano em que os saques superaram os depósitos, mostrando a insegurança dos brasileiros pelos juros baixos e alta inflação.
Veja número de saques da poupança no acumulado do ano
No acumulado do que vai de janeiro a agosto, a população já retirou R$ 15,629 bilhões líquidos da caderneta. Em 2020, já durante a pandemia do coronavírus, a poupança já havia concluído dez meses consecutivos de depósitos líquidos maiores do que os saques (março até dezembro).
No ano passado, a caderneta havia sido favorecida pelos depósitos do Auxílio Emergencial. Em 2020, também foi impulsionada pela maior cautela das famílias brasileiras.
As maiores preocupações estão com a renda futura e também o medo do desemprego, sendo que muitas delas começaram a reduzir os gastos e aplicar maiores depósitos na caderneta de poupança.
Mesmo com a pandemia e perda da renda, famílias tiveram de arcar com impostos em 2021
Mesmo que as famílias tivessem que enfrentar a pandemia e aliadas a isso a perda da renda, no início do ano as tradicionais despesas de IPVA, IPTU e outras contas relacionadas à impostos chegaram.
Nos primeiros meses do ano, também não houve pagamento do Auxílio Emergencial, o que dificultou as contas para diversas famílias. Por conta disso, durante os três primeiros meses do ano, os saques na poupança foram maiores que os aportes.
Os depósitos começaram a ser feitos em 6 de abril. Em meio à alta da inflação, a poupança voltou a registrar muito mais retiradas do que aportes. Vale lembrar que a poupança é remunerada pela taxa referencial, que está em zero, mais 70% da atual taxa de juros da Selic que hoje está em 5,25% ao ano, mas na prática a poupança não rende 4% ao ano.
Percentual da poupança não cobre necessariamente a inflação
Vale lembrar que o percentual da poupança não cobre necessariamente a inflação. Esta regra de remuneração da poupança atual vale sempre que a taxa da poupança estiver abaixo de 8,50% ao ano.
Agora, quando a taxa de referência da poupança estiver acima disso, ela é atualizada com uma taxa fixa de 0,5% ao mês, que representa 6,17% ao ano. Ainda na gestão de Dilma Rousseff, o país chegou a ter uma taxa Selic acima de 10%, porém foi caindo nos últimos anos, atingindo mínima histórica de 1,90%.