Setor imobiliário, bons fundamentos e perspectivas, é hora de comprar?

Sem dúvidas, um setor que surpreendeu bastante em termos de crescimento em 2020, foi o mercado imobiliário. Acreditava-se que, com a pandemia, aumento de desemprego, o mercado seria um dos mais afetados. Contudo, o que aconteceu, de fato, foi um aumento em 9,8% na venda de empreendimentos.

Nesse sentido, especialistas apontam que, o ambiente de juros baixos já vem impulsionando o setor há algum tempo. Além disso, devido à pandemia, houve necessidade de muitas pessoas migrarem para a modalidade home office. O que aumentou a necessidade por maiores espaços, onde pudesse comportar um ou mais escritórios em casa.

Um outro ponto é que, na contramão de muitas famílias, a pandemia acabou sendo uma oportunidade de poupar dinheiro. Com a necessidade de ficar em casa, diminuíram os gastos supérfluos, bem como necessidades diárias, como transporte. Esta economia acabou aumentando o poder de compra dessas famílias.

Sendo assim, estes resultados foram refletidos nas ações das incorporadoras e construtoras. Estas, se recuperaram bem após o momento caótico do início da pandemia, onde o papel delas chegaram a atingir valores próximos do período pré-pandêmico.

Contudo, desde o início do ano, o desempenho dos papéis vem caindo. Ainda que o desempenho do setor esteja bom e dentro do previsto. Com isso, nesse artigo, traremos os motivos que venham a justificar a queda dos papéis e quais são as perspectivas para o setor nessa reta final do ano.

Veja também: Qual é a diferença entre Fundos Imobiliários nos EUA e Brasil? (FIIs vs REITS)

Aumento da Inflação e Selic

A Selic, nos últimos anos, vem atingindo mínimas históricas. Como já dissemos anteriormente, isso aqueceu o mercado imobiliário, tornado mais atrativo o financiamento para clientes.

Contudo, com a pandemia, e o aumento da inflação, o Copom tem aumentado seguidamente a taxa básica de juros (Selic). E, com isso, assustando investidores por todo o mercado financeiro.

Nesse sentido, retornando ao assunto inflação, esta tem pressionado muito os custos de obra. O aumento dos preços dos materiais de construção, vem ou sufocando a margem de lucro, ou aumentando o preço dos imóveis.

De qualquer forma, as duas situações são ruins tanto para a empresa quanto investidores que querem ter retorno.

Contudo, é importante informar que, ainda que a taxa de juros venha aumentando, continua atrativa para clientes. O que assusta, no médio prazo, é a indefinição sobre o curso da pandemia, podendo afetar tanto a Selic quanto inflação.

Rotação de carteira e o setor imobiliário

Imobiliário

Embora os indicadores econômicos apontem boa saúde para as empresas do setor imobiliário, estas vem sendo preteridas dos investidores.

A exemplo do que vem acontecendo com as ações das empresas de varejo, investidores tem preferido alocar seus recursos em seguimentos que, no curto prazo, estão mais protegidos dos efeitos da pandemia. 

Segundo o analista de Construção Civil da XP Inc, Renam Manda, com o isolamento, as incorporadoras tiveram que reduzir a capacidade de funcionamento de stands de vendas, bem como shoppings tiveram que restringir sua capacidade de ocupação. Nesse sentido, o analista afirma que investidores estão tentando mitigar riscos em relação à pandemia.

Perspectivas do setor imobiliário

Embora o desempenho das ações venha sendo ruim nos últimos meses, as empresas vêm mantendo seus fundamentos. Além disso, o mercado também vem apontando boas perspectivas. Só no primeiro trimestre desse ano, o financiamento imobiliário cresceu 112,8% em relação ao mesmo período de 2020.

Segundo os dados informados pela Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) a baixa taxa de juros tem proporcionado melhores condições no financiamento de imóveis. Isso proporcionou o aumento de vendas em todas as faixas de imóveis.

Além disso, o aumento das vendas no mercado imobiliário vem aumentando as perspectivas em relação à redução do déficit habitacional. Segundo dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve aumento do valor. Em 2016, era de 5.657.249, já em 2019, era de 5.876.699.

Por outro lado, o mercado imobiliário aquecido, proporciona o aumento de postos de trabalho por todo o Brasil. O setor emprega cerca de 10% da força de trabalho brasileira. Com o lançamento de mais imóveis, tende a empregar ainda mais gente.

Por fim, a aceleração da vacinação e perspectivas de plena retomada da economia, aumentam as expectativas de aumento das vendas.

O motivo é que, com mais pessoas empregadas, com renda, aumentam também o número de clientes para as empresas. Empresas do setor de shoppings são as mais beneficiadas com a retomada, pois dependem muito do comércio presencial.

Oportunidades no interior

Um fato curioso aconteceu com a adoção do modelo home office por diversas empresas brasileiras. Com a diminuição da necessidade de ir até o local de trabalho, as pessoas estão buscando imóveis no interior.

Alguns estão falando de um processo de interiorização, onde as pessoas buscam imóveis em locais menos movimentados ou no litoral. A ideia é fugir das áreas urbanas.

Além disso, uma boa perspectiva é que, ao final de 2021, o Brasil deve chegar na maior demanda imobiliária da história. Cerca de 15 milhões de famílias brasileiras deverão ter a intenção de comprar um imóvel.

Isso corresponde a cerca de um terço das famílias que de fato as condições de adquirir um imóvel. No Sudeste, por exemplo, esses números já chegam a 29%.

Veja também: Contratação de crédito imobiliário atinge maior valor mensal da história

Conclusão

A baixa dos ativos do mercado imobiliário vem se apresentando como boa oportunidade de compra. O resultado do ano é uma variação bem negativa, contudo, em nenhum momento as empresas perderam seus fundamentos. Pelo contrário, tem apresentado resultados sólidos, melhores até mesmo que o ano anterior.

Contudo, como todo cenário de crise, é necessário ter cautela. Embora haja boas perspectivas sobre as vendas, tudo pode mudar com agravamento do quadro pandêmico.

Este pode levar a um aumento ainda maior na taxa de juros, que ainda está atrativo mesmo após aumentos consecutivos. A inflação também é um fator a ser observado, pois impacta tanto o poder de compra dos clientes quanto o custo de construção de um empreendimento.

Além disso, olhando para o setor de shoppings, a perspectiva é da plena retomada da economia. Se faz necessário o controle da pandemia, reduzindo as restrições ou até mesmo as zerando. A aceleração da vacinação vem trazendo boas perspectivas para esse seguimento.

Sendo assim, o mercado imobiliário vem se apresentando como boa opção para comprar ativos. Existem boas perspectivas e os ativos do setor estão atrativos. Fique acompanhando de perto as empresas do setor aqui na Investificar e tome as melhores decisões!

Veja também: Reforma Tributária: Ainda vale a pena investir em fundos imobiliários?

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