No último dia 4 de agosto, o Banco Central elevou os juros, com rentabilidade atrelada à taxa básica, para 5,25%. Ou seja, aquela aplicação em um título do Tesouro Direto, em um Certificado de Depósito Bancário (CDB) e até mesmo na poupança vai render mais. Além disso, com as perspectivas de que os juros continuem subindo, a renda fixa voltou ao radar dos investidores.
De acordo com o levantamento feito pela plataforma de busca de investimentos Yubb, mostrou que o CDB foi o tipo de aplicação mais procurada pelos brasileiros em julho, evidenciando o aumento do interesse de investidores no ramo de renda fixa.
Entretanto, com a projeção da inflação do mercado acima da casa dos 7% até o fim de 2021, os investimentos que rendem 100% do CDI ( taxa semelhante ao da Selic), ficariam com uma rentabilidade negativa. Ou seja, o investidor nesse ramo não perderia dinheiro em si , mas perderia poder de compra.
Simultaneamente, corretoras e instituições financeiras começaram a promover esses ativos com rendimento de 200% do CDI para tentar driblar esse problema. Genial Investimentos, Modal Mais e BMG são alguns exemplos das que já aderiram as “super rentabilidades”, acompanhando PagSeguro, XP Investimentos e Banco Next, que já ofertavam CDBs com rentabilidade de 200% do CDI.
A alta na rentabilidade do CDB possui tempo muito limitado
A maioria dos produtos lançados pelas instituições têm um prazo máximo de 3 meses. Devido a isso, essa rentabilidade mais alta só acontece durante um curto período de tempo. Além disso, muitos são voltados apenas para novos clientes, o que favorece o perfil de investimentos como apenas “promocionais”.
“É uma oferta momentânea, de campanha, que dificilmente vai virar um produto de prateleira. A ideia é que o cliente venha pela rentabilidade do título, para que a gente possa educá-lo financeiramente e ele se sinta preparado para dar um outro passo quando o CDB vencer”, afirma Pedro Barbirato Rosa, diretor de produtos do Modal Mais.
A Modalmais oferece investimentos com um limite de R$ 25 mil, que pagam 200% do CDI, com prazo máximo de três meses, porém, o investidor só consegue resgatar os rendimentos no vencimento do contrato. Ainda segundo Pedro, o banco quer atrair novos investidores e também movimentar a base de clientes que já eram cadastrados, mas estavam inativos.
Genial Investimentos segue a mesma linha e também oferece investimentos com prazo de 3 meses. Entretanto, a corretora apresenta a vantagem de oferecer um CDB com rentabilidade de 220% do CDI, 20% a mais que os concorrentes. O Banco BMG, por sua vez, lançou um CDB a 200% por apenas 30 dias, e passando esse tempo o investimento passa a render somente 120% do CDI, tornando-se uma liquidez diária.
As opções de CDBs com rentabilidade aumenta, estão listadas na tabela a seguir:
Instituição Financeira |
Tipo de Investimento |
Rendimento do CDI |
Prazo |
Liquidez |
Aplicação Máxima |
PagSeguro |
CDB |
200% |
3 meses |
Diária |
R$ 10.000 |
XP Investimentos |
CDB |
200% |
3 meses |
No vencimento |
R$ 10.000 |
Genial Investimentos |
CDB e LCI |
220% |
3 meses |
Diária |
R$ 10.000 |
Modalmais |
CDB |
200% |
3 meses |
No vencimento |
R$ 25.000 |
Banco BMG |
CDB |
200% |
30 dias |
Diária |
R$ 100.000 |
Quanto realmente rende o CDI?
Vale ressaltar que o CDI é uma taxa que acompanha bem de perto a Selic. Atualmente, com a Selic a 5,25% ao ano, o CDI está em 5,15% ao ano (ou seja, 100% do CDI). Portanto, um produto que rende 200% do CDI renderia, em um ano, 10,30%.
Por isso, embora o número 200% encha os olhos de investidores iniciantes, é importante lembrar que 200% do CDI não é tanta coisa assim. Segundo Michael Viriato, professor de finanças da Casa do Investidor, em um prazo de três meses o investidor ganharia aproximadamente 2,5%. A fim de comparação, a poupança nesse mesmo período, oferece uma rentabilidade de 0,90%.
O planejador financeiro, Raphael Carneiro, da Petra Capital, porém, recomenda que se opte pelo CDB com liquidez diária, para servir como reserva de emergência. Afinal, a ideia principal desse recurso, é a utilização para cobrir imprevistos, como uma situação de demissão ou uma despesa que não estava prevista. Ou seja, é um dinheiro que precisa estar disponível.