Há uma nova greve dos caminhoneiros prevista para ocorrer no próximo dia 1º de fevereiro, no qual as adesões dos mesmos têm crescido muito para a ocorrência do evento. Segundo a ANBT, que é a Associação Nacional do Transporte Autônomo do Brasil, essa grave pode ser ainda maior que a realizada em maio de 2018.
Essa possibilidade surge a partir do momento que cresce muito a insatisfação dos trabalhadores da categoria, que por sua vez, pretendem reivindicar medidas do governo para a resolução de alguns problemas, entre eles, o preço do diesel.
Além disso, uma outra parte das manifestações está justamente relacionada que diversas promessas governamentais de mudanças não foram cumpridas, desde o período dos protestos em 2018, aos quais os caminhoneiros já não estavam satisfeitos.
A representação dos caminhoneiros da ANBT, na figura do presidente José Roberto Stringasci, foi questionada a respeito da realização de uma greve em plena pandemia.
O presidente respondeu de forma firme: “A pandemia nunca foi problema. A categoria trabalhou para cima e para baixo durante a pandemia. Muitos caminhoneiros ficaram com fome na estrada com os restaurantes fechados, mas nunca parou”.
Ele reiterou que o preço do diesel em crescimento, é que tem deixado os caminhoneiros mais insatisfeitos. Apesar disso, a greve ainda vem sendo discutida e vai ocorrer dependendo do posicionamento do governo sobre as reivindicações que estão sendo apresentadas.
Ele completou dizendo que “Esse (o diesel) é o principal ponto, porque o sócio majoritário do transporte nacional rodoviário é o combustível. Queremos uma mudança na política de preço dos combustíveis”. Além disso, eles pedem que se resolva a questão do preço mínimo de frete, que está nesse momento parado no Supremo Tribunal Federal.
Os combustíveis representam na precificação da viagem dos caminhoneiros cerca de 50% do total dos custos, podendo chegar até mesmo a 60%, e a produção disso no Brasil ainda vem de um monopólio, que é a Petrobrás.
Sendo assim, os caminhoneiros e a ANBT sabem que uma paralisação pode inclusive prejudicar o abastecimento de cidades, como ocorreu em 2018, dessa forma, ainda tentam conversas para que, se possível fosse, a greve não tivesse uma necessidade de ocorrer.
Para isso, os caminhoneiros desejam que seja realizada uma reunião com a presença de Jair Bolsonaro, para ouvir os motivos pelos quais os caminhoneiros estão insatisfeitos e o que eles querem. Bolsonaro, por sua vez, acabou recebendo apoio de boa parte dos caminhoneiros nas eleições presidenciais em 2018.
Sobre o tamanho desta nova greve, Stringasci afirma que a mesma apresenta 70% de apoio dos caminhoneiros, mas também de boa parte da população, já que o preço elevado nos combustíveis também afeta a população em geral, que deve aproveitar para colocar outras pautas junto com essas, como a inflação nos preços dos alimentos.
A greve dos caminheiros e a bolsa de valores
Aos investidores, é muito importante o fato de haver a possibilidade de uma nova greve acabar apresentando um tamanho parecido ao que ocorreu em 2018. As paralisações das atividades dos caminhoneiros, podem provocar problemas no abastecimento do mercado.
Esse efeito pode ser ainda mais agravado, já que estamos vivendo um período atípico da economia brasileira, que lentamente ainda tenta se livrar dos problemas e da crise causada pela pandemia que ainda permanece sobre o território nacional.
Em maio de 2018, quando aconteceu a última greve, as bolsas acabaram caindo fortemente durante o mês, principalmente no período que ainda estava acontecendo as paralisações, que durou cerca de 10 dias.
Em 8 dias de greve, o Ibovespa caiu mais de 9%, em especial na segunda-feira do dia 28 de maio de 2018, que caiu 4,49%. As ações preferenciais da Petrobrás caíram cerca de 20% neste mesmo período.
As ações do papel PETR4 iniciaram uma queda livre a partir do dia 11 de maio, onde os murmúrios sobre as reivindicações dos caminhoneiros já estavam encaminhadas. Desse dia até 11 de junho (intervalo de exato 1 mês), as ações da mesma caíram mais de 40%.
Sendo assim, a possibilidade de uma greve, pode em tese, trazer variações no mercado ao qual ainda não se sabe ao certo que proporções podem tomar. Isso não garante a queda da bolsa, mas liga um sinal de alerta para que acionistas não sejam surpreendidos, e assim, possam até mesmo criar oportunidades de compra para alguns que apresentam mais dinheiro em caixa, vale a pena ficar de olho no desenrolar dos fatos nos próximos dias e com investimentos um pouco mais cautelosos.