Com US$ 1,4 trilhão de capitalização, Apple já vale 2 vezes mais que todo Ibovespa somado

A Apple na quarta-feira (10/06) se tornou a primeira empresa de capital aberto dos EUA a atingir uma capitalização de mercado de US$ 1,5 trilhão, com ações da AAPL sendo negociadas a US$ 352,84 até o final do dia.

A capitalização de mercado da gigante tecnológica de Cupertino ultrapassou o limite durante o dia 10 de junho, antes de fechar em uma capitalização de mercado de US$ 1,53 trilhão ao final do pregão. 

As ações da Apple fecharam em US$ 352,84. Capitalização de mercado é o preço da ação multiplicado pelo número de ações em circulação. Até a última contagem, a Apple possui cerca de 4,3 bilhões de ações em circulação.

Preço das ações da Apple de 1981 a 2020 – (Gráfico mensal – escala linear)

A Apple também foi a primeira empresa dos EUA na história a atingir uma avaliação de mercado de US$ 1 trilhão – uma conquista alcançada em agosto de 2018. A contagem total de ações da empresa diminuiu nos últimos anos devido a programas agressivos de recompra de ações. O menor número de ações é refletido nos cálculos de capitalização de mercado.

O novo marco da Apple veio após um forte desempenho no início da semana que levou o preço da AAPL (símbolo das ações da Apple) a atingir recordes. Hoje (12/06), sua capitalização de mercado caiu para US$ 1,45 trilhão por conta da queda das ações.

Tudo isso ocorre durante um período de incerteza econômica para muitos, devido à pandemia de coronavírus em andamento. Embora o preço das ações da Apple tenha caído no início do ano, o caminho para a recuperação da empresa acabou vendo as ações da AAPL recuperar seu preço antes da crise em maio.

De acordo com algumas previsões de analistas, a Apple também tem um caminho claro para se tornar a primeira empresa dos EUA a atingir um marco de US$ 2 trilhões nos próximos anos.

Apple vs Ibovespa

Só a Apple vale 2,14 vezes mais que todas as ações do índice Ibovespa (72) somadas (US$ 677.570.093.457,94) e 24,75 vezes mais que a Vale, empresa com maior capitalização do índice (US$ 5.857.948.470,86). Em 2018, a empresa fundada por Steve Jobs foi a primeira a alcançar a marca de US$ 1 trilhão de dólares de capitalização.

O S&P500, índice composto pelas 500 ações das maiores empresas dos Estados Unidos, tinha uma capitalização de US$ 24,5 trilhões até 31 de maio de 2020. No mercado de ações dos EUA, Apple, Amazon, Microsoft, Facebook e Google (big techs) vêm empurrando o S&P para cima, uma vez que estas ações têm um grande peso no índice.

O Nasdaq, índice de ações de empresas de tecnologia, durante a semana ultrapassou os 10 mil pontos e chegou na sua máxima histórica, também por contribuição das big techs. Isso indica que o mercado está se tornando concentrado nestas empresas, uma vez que as demais que compõem o índice estão lutando para se recuperar. Só as big techs valem mais que todo o PIB Brasileiro. 

A comparação é justa?

Na verdade, esta comparação em termos quantitativos, é justa. Afinal, se está comparando um número com outro. Quando mudamos para termos qualitativos, esta comparação já deixa de ser justa. A começar pelo mercado financeiro dos Estados Unidos, que é muito maior que o incipiente mercado brasileiro, tanto em tamanho de investidores, capital aportado, como de empresas.

Além disso, a Apple é uma empresa global que atua no mercado de tecnologia. Portanto, a comparação mais justa seria em relação suas concorrentes como Amazon e Microsoft. Contudo, colocar números de mercados diferentes lado a lado serve para mostrar o constraste entre o mercado brasileiro e o americano. O S&P500, por exemplo, tem uma capitalização 35 vezes maior que o Ibovespa. 

Nos Estados Unidos, questiona-se a concentração de mercado após o Covid-19, criando uma divisão entre empresas de tecnologia e empresas consideradas pré-Covid. Em janeiro (antes da turbulência), as big techs já representavam 17,5% de um índice composto por 500 empresas (S&P500). No dia 27 de abril, o número saltou para 20%.

Seria isto um sinal dos novos tempos ou apenas uma nova “Bolhapontocom”? Fato é que Google, Facebook, Amazon, Apple e Microsoft criaram economias de escala e revolucionaram como nenhuma outra empresa na internet fez. Ou seja, elas têm méerito. Agora a questão é se a valorização deste mérito está sendo exagerada ou não.

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