Uma pesquisa realizada pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) realizada em junho, mostrou que o ramo bancário brasileiro julgou a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de aumentar em 0,75% a taxa Selic como correta. Ainda chegaram à estimativa de que os juros podem chegar a 6,5% até o final do ano de 2021.
Ainda quando se diz respeito ao levantamento, cerca de 94,1% dos integrantes entendem que o reajuste do Copom foi apropriado. Além do mais, 70,6% deles entenderam que a determinação do Comitê de não adiantar um maior aumento na Selic na reunião foi correta, e dessa forma mantendo o aumento em 0,75% como já vinha sendo feito antes.
No total 18 instituições bancárias constaram na pesquisa da Febraban(Federação Brasileira dos Bancos), esse levantamento é realizado a cada 45 dias, logo após as reuniões do Copom. Essa pesquisa também levantou dados sobre os entendimentos de cada instituição sobre o patamar que a taxa básica de juros deve atingir até o final do ano. Os dados mostraram que 100% dos participantes acreditam que o Copom deve elevar a taxa até o patamar neutro estimado em 6,5%.
Como o aumento da taxa Selic influencia a população
A taxa Selic é a taxa básica de juros. Quando a mesma se mantém baixa, paga-se menos juros pelos empréstimos. Sendo assim, a rentabilidade nos investimentos na renda fixa também é mais baixa. Desta forma, quando a taxa Selic tem uma alta, significa que os juros dos investimentos também vão render mais.
Tendo isso em vista, o aumento da taxa Selic é uma ótima oportunidade para investidores com perfil mais conservador. Pois, dessa forma é possível garantir rendimentos, sem a necessidade de investir o dinheiro em aplicações de renda variável.
O aumento da taxa Selic ocorre para controlar a inflação, que também sofreu um aumento nas últimas semanas. A inflação já sofreu 13 altas só no ano de 2021 atingindo agora uma estimativa de 6,07% ao ano. Com isso o Banco Central e o Copom aumentam a taxa selic no intuito de mantê-la dentro do teto estipulado que é de 3,25% com 1,5% de margem para cima ou para baixo. Sendo assim, os consumidores saem ganhando com isso com preços mais baixos.
Em contrapartida, as empresas devem sair prejudicadas. Com o aumento nos juros de empréstimos, torna-se inviável a produção de mercadorias em abundância. Dessa maneira, mesmo que os menores valores nas compras beneficiem a população em geral, a menor produção de mercadorias não é favorável à geração de empregos ou expansão de negócios.
Além do mais, com o aumento da taxa Selic os juros de crédito tendem a ficar mais caros. No entanto, o câmbio deve se estabilizar, valorizando a moeda brasileira. Desta forma, é possível reduzir a inflação sobre combustíveis, que tem atingido altos recordes durante o ano de 2021.
PIB, Inflação e carteira de créditos segundo o levantamento
Segundo dados do levantamento realizado pela Febraban, a estimativa de 76,5% dos participantes é de que a alta da inflação irá afetar o IPCA em 2022, ainda que a taxa Selic tenha sofrido um aumento. No entanto, dos 76,5% um total de 64,7% entendem que o aumento do juros a 6,5% vai ser capaz de controlar a crescente dos preços e portanto não terá tanta influência assim. E somente 17,6% acreditam que será necessária uma elevação maior na taxa para conter os preços.
Os que acreditam que o PIB deve crescer 5% ainda este ano também são maioria na pesquisa com cerca de 94,1% dos participantes. Sendo que destes 94,1%, 58,8% crêem que um crescimento próximo deste número seja mais provável e outros 35,3% pensam que os sinais positivos que a economia vem mostrando permitirá um crescimento ainda maior no PIB.
Porém mesmo com essas altas na Selic e no PIB os participantes acreditam que a carteira de crédito não terá o mesmo ritmo de crescimento. Sendo assim, 46,7% deles acreditam que a carteira de crédito para empresas na verdade sofrerá mais atrasos no crescimento, enquanto 40,4% acreditam que o aumento no PIB auxiliará a segurar as altas.