O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foi considerado durante muitos anos como um investimento de pouca rentabilidade e em várias situações representou perda do dinheiro ao trabalhador, por render menos do que a inflação.
Porém, em 2016 o Conselho Curador do FGTS em conjunto com a Caixa Econômica Federal decidiu distribuir os fundos aos cotistas, em pelo menos uma parte dos lucros. A medida foi tomada após críticas que foram feitas ao STJ e STF, relatando que o Fundo de Garantia estava trazendo prejuízos bilionários aos cofres públicos.
Entenda o que mudou com o cenário de distribuição dos lucros do FGTS
Com a nova política de distribuição de lucros, muita coisa mudou. Se começou a depositar um valor a mais em conta todos os anos, tornando o rendimento das contas do FGTS maior, sendo que desde 2016 o fundo está superando a inflação.
Entre 2017 e 2018, último período em que o Brasil registrou uma inflação baixa, o rendimento do FGTS foi bastante significativo. E a partir de 2018, o rendimento do Fundo de Garantia também passou a superar os ganhos da poupança, que ainda é a aplicação mais popular dos brasileiros.
Em 2020, o rendimento do FGTS passou a ser maior até mesmo que o CDI, que a taxa de juros utilizada pelos bancos para seguir a Selic. CDBs e fundos de renda fixa são alguns dos caminhos seguindo o CDI.
Caixa irá distribuir aos cotistas o lucro de 2020
A Caixa divulgou no início desta semana que irá distribuir R$ 8,1 bilhões para mais de 190 milhões de contas ativas no FGTS. A medida irá beneficiar 86 milhões de trabalhadores, lembrando que cada pessoa pode ter mais de uma conta ativa no FGTS.
Os valores distribuídos vão ser proporcionais ao saldo de cada conta, porém já se sabe que o valor será de 1,9% do que já está nas contas. Com isso, o rendimento básico do FGTS que era de 3% passará para 4,9%, com um ganho acima da inflação de 2020, que fechou em 4,5%.
Os brasileiros estão mais receosos em investir na renda fixa, considerando que a taxa da Selic vem caindo desde 2016, quando chegou a estar em 14% para ficar em 2% no ano passado, uma mínima histórica. No momento, a Selic está fixada em 5,25%, com previsão de alta.
O compartilhamento dos lucros do FGTS acontece desde 2016 e a primeira vez que foi aplicada foi sob a gestão de Michel Temer. O objetivo inicial era liberar o dinheiro aos contribuintes, visto o baixo rendimento que o fundo dava, reafirmando que era menor até mesmo que a inflação.
Em 2016, a proposta do FGTS era de distribuir até 50% dos lucros do FGTS por ano, porém a partir de 2019 ficou definido que haveria uma reunião do Conselho Curador do FGTS para firmar quanto da rentabilidade iria ser enviada aos cotistas por ano.