O Índice de Confiança no Comércio (Icom), teve uma queda de 0,9 ponto no mês de janeiro, frente ao comparativo com o mês de dezembro. A informação foi repassada pela Fundação Getúlio Vargas nesta quarta-feira (27) durante a manhã.
Agora o índice atinge o patamar dos 90,8 pontos, o que ressalta a quarta queda consecutiva em relação à confiança dos comerciantes, demonstrando um momento que não é dos melhores para o setor. A Fundação Getúlio Vargas reiterou o fato de que os dados em queda mais uma vez ressaltam a cautela dos consumidores, conforme mostram os dados das vendas do comércio.
Além disso, a FGV disse que “Apesar do avanço das expectativas em relação aos próximos meses, a melhora ainda não reflete otimismo, apenas uma redução do pessimismo. Diante desse cenário, ainda não é possível vislumbrar uma retomada consistente do setor nos próximos meses, que depende da recuperação do mercado de trabalho e da confiança do consumidor”.
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A mesma nota publicada pela FGV diz que essa queda tem muito a ver com outro índice importante, que é o Índice de Situação Atual (ISA-COM), que caiu cerca de 3,6 pontos, atingindo o menor patamar desde junho do ano passado.
O Índice de Expectativas (IE-COM), por sua vez, teve um avanço de 2 pontos, trazendo à tona o fato de que embora a percepção do impacto da pandemia sobre o comércio atualmente esteja piorando, a expectativa de que tenhamos uma melhora a curto/médio prazo está aumentando, provavelmente pelo início da vacinação no país.
“Analisando as empresas em dois grupos, o de revendedores de bens essenciais e os de demais bens, é possível observar comportamentos diferentes ao longo da pandemia.” afirmou a FGV, em nota.
Sobre essa análise, a instituição complementa que “O primeiro quase não sofre o impacto inicial justamente por revender itens de necessidades básicas, enquanto o segundo sofreu forte impacto e depois se recuperou. Nos últimos meses, ambos vêm percebendo piora do ritmo de vendas, sendo mais acentuada nos revendedores dos demais bens”.
A FGV ainda aponta alguns motivos pelos quais as vendas do comércio têm sido mais moderadas, o que também acaba afetando a confiança dos comerciantes frente ao número de casos da Covid-19 que apenas aumenta no Brasil.
Sobre isso, aponta-se que o fim do auxílio emergencial estaria entre os principais motivos pelos quais mantém os consumidores com menos condições para comprar, e até mesmo os que têm algum dinheiro guardado estão bem mais cautelosos no consumo, optando por itens de maior necessidade e em construir reservas de emergência.
Além disso, a confiança dos comerciantes se encontra abalada por conta da lenta recuperação do mercado de trabalho, cujos números referente ao desemprego no país se encontram bastante elevados, chegando a mais de 14 milhões de pessoas sem trabalho ainda no final de 2020.
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